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Bebe Rexha transforma música pop em terapia no seu disco de estreia, "Expectations"

É assim, com toda a sua ansiedade, seus medos, angústia e intensidade expostas, que Bebe Rexha se apresenta (oficialmente) para o público
Bebe Rexha passou um bom tempo trabalhando em seu disco de estreia, com o objetivo de torná-lo, segundo a própria, algo que realmente a apresentasse ao público como artista, definindo seu som. Assim surge o "Expectations", revelado ao mundo nessa sexta-feira (22). 

Antes de pensar no álbum como um todo, é interessante saber que Bebe Rexha sofre com ansiedade. “Eu choro muito. É muito difícil. (...) Quando eu fui para o meu primeiro ano de faculdade, eu era muito intensa. Eu não sabia como lidar com isso e estar perto das pessoas”, ela contou em recente entrevista. Intensidade é a palavra. É tudo ou nada, é 8 ou 80. Ela quer agora ou não quer nunca mais. Ela tem alta expectativas, ou então simplesmente não tem nada. E é assim que ela se apresenta para o público em seu disco de estreia. 

Em termos de sonoridade, vemos duas Bebes: a primeira aposta bastante em guitarras misturadas a elementos mais dançantes, como em “I’m a Mess”, uma das faixas com maior potencial de hit do trabalho, e em “Self Control”, que traz uma pegada mais parecida com alguns trabalhos do Major Lazer. Ela também se joga completamente em sintetizadores, como em “Sad”, faixa em que assume sua melancolia e se diz confortável em estar triste. Aqui, a americana reafirma que sabe criar canções grudentas e essencialmente pop, com frases de efeito muito relacionáveis e que funcionam.


Mas da pra dizer que a segunda Bebe se sai melhor. Ela parte para o acústico de um violão bem simples e poucas cordas, como na deliciosa “Knees”, ou até um piano, como em “Grace”, que traz a melhor composição do “Expectations”. É aqui que a cantora sai de sua zona de conforto e explora ao máximo seu talento com as palavras. As letras, seu maior trunfo, são mais bem trabalhadas e ágeis, mesmo que continuem bem fáceis de serem gravadas, como uma boa música pop deve ser. 

Tudo gira em torno de sua ansiedade. As vezes, numa mesma música, tudo parece uma grande bagunça, mas não se engane: Bebe sabe o que está fazendo. Afinal, ela não se tornou uma compositora de sucesso antes mesmo de se lançar como cantora sem saber tudo o que sabe, né?

Bebe Rexha traduz sua angústia de uma forma didática, que fica fácil para qualquer um absorver. Todos os seus medos, a ansiedade gerada a partir deles e toda a intensidade se veem refletidos nas faixas do "Expectations". Ao final, parece que saímos de uma sessão de terapia onde pudemos conhecê-la da melhor forma possível: quando nos reconhecemos no outro. 

"Eu tenho meu próprio terapeuta e tenho pessoas com quem converso. É uma batalha diária, eu acho". É sim, Bebe. E que bom que temos pessoas capazes de traduzir essas pequenas batalhas diárias com perfeição para ajudar a guiar nossos caminhos.

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