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Oscar Review: Matthew McConaughey e Jared Leto brilham no tocante "Clube de Compras Dallas"!


FILME: Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club)
DIREÇÃO: Jean-Marc Vallée
ROTEIRO: Craig Borten, Melisa Mallack
PAÍS: Estados Unidos
ELENCO: Matthew McConaughey, Jared Leto, Jennifer Garner
CATEGORIAS NO OSCAR: Melhor Filme, Melhor Ator (Matthew McConaughey), Melhor Ator Coadjuvante (Jared Leto), Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem, Melhor Maquiagem e Penteado.

Histórias baseadas em fatos reais estão dominando essa edição do Oscar - dos nove indicados ao prêmio de "Melhor Filme", cinco são baseados em algum acontecimento verídico ("Capitão Phillips", "12 Anos de Escravidão", "O Lobo de Wall Street", "Philomena" e "Clube de Compras Dallas"). Este último toma como base o boom da AIDS nos Estados Unidos no começo da década de 80 do ponto de vista de Ron Woodroof (Matthew McConaughey) um eletricista machista, homofóbico e casca dura que, numa relação sem proteção, acaba contraindo o vírus HIV. 

Na época, onde o vírus era uma epidemia com contrato de óbito assinado, o tempo de vida de um portador era curtíssimo. Ron, com sua personalidade difícil, começa ignorando a doença, até receber o ultimato médico: ele tem só 30 dias de vida. Desesperado, começa uma busca por meios alternativos de sobrevivência, já que a maioria dos poucos medicamentos contra o vírus eram proibidos pelo governo americano.

Ele então inicia o clube que dá título ao filme. Contrabandeando remédios ilegais e usando a si próprio como cobaia, Ron atrai a atenção de outros portadores da doença, na esperança de adiar o dia fatídico. É aí que ele conhece Rayon (Jared Leto), a personificação do que Ron detesta: travesti com HIV. Mas ele se torna o braço direito nos negócios que só prosperam, até chamar a atenção das autoridades.

Devemos adentrar um momento na cabeça de Ron: ele vivia nos EUA recém abatido pelo HIV. Era o exemplo de macho viril, que tinha orgulho do que era e repudiava gays e travestis. Aí contrai HIV, que era "doença de bicha". Ele tinha agora que destruir todos os preconceitos de sua cabeça para poder continuar vivo, um sacrifício tremendo, principalmente com Rayon ao lado.

Sacrifício também houve por parte de McConaughey e Leto, que não só se entregaram aos personagens como conseguiram apagar seus "eus" de verdade, seja pela transformação física absurda ou pelas atuações magníficas, que estão abocanhando prêmios por onde passam, incluindo o Globo de Ouro de suas categorias e, em breve, o Oscar.

McConaughey é uma surpresa sem tamanho, já que sempre optou por comédias românticas terríveis onde ele usava todos os seus músculos para conseguir algo (vide "Minhas Adoráveis Ex-Namoradas"). Hoje, ele é um dos melhores atores da atualidade, tanto pela entrega quanto pela escolha certas de filmes desafiadores, como "Killer Joe", "Obsessão" e "Magic Mike". Leto sempre se mostrou um ator competente, como nos ótimos "Mr. Nobody" e "Réquiem Para um Sonho", e aqui está nada menos que perfeito. À título de curiosidade: Leto até o momento concorreu a 42 prêmios pela atuação e venceu 31 deles.

O principal abismo em que o filme poderia cair era o melodrama, aquele filme "por favor me deem um Oscar!" como tantos por aí. A direção sóbria de Jean-Marc Vallée e o roteiro de Craig Borten e Melisa Mallack deram a base perfeita para os atores brilharem e arrebatarem. É um filme tocante, profundo, forte, mas sem ser sentimentaloide ou piegas, que deve terminar a noite do Oscar com as estatuetas de "Melhor Ator", "Melhor Ator Coadjuvante" e "Melhor Maquiagem e Penteado".


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