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Cinco vídeos que expressam a sexualidade feminina na Fran, em você e no pop!


Nessa última semana o nome "Fran" tem saltado no feed de notícias, e acreditamos que não só dos nossos no Facebook. O nome tem sido supracitado nesses últimos dias por colocar em discussão um tema mais que velho, mais que atual e mais que cansativo de se discutir, pela dificuldade em entender porque ainda existe. Mas vamos explicar a história da moça primeiro.

A Safadeza

Fran estava no meio de um ato que não pode ser definido nem mesmo por palavras tão temidas pela igreja, como "profano" ou "herege". Ela estava TRAN-SAN-DO. Dá pra acreditar? Vivemos no país mais católico do mundo e, em pleno 2013, Fran, uma garota comum de Goiânia, estudante e que trabalhava, não ouviu Deus gritando lá de cima como é errado e ruim sentir prazer. Mas tá certo, vamos dar um desconto, né? Todos cometemos erros uma vez ou outra. No entanto, ela foi além. Não satisfeita em se satisfazer sexualmente, pecado já inadmissível e que, sem a menor dúvida, coloca em cheque o caráter da garota, ela ousou desafiar as leis sagradas a ponto de realizar um fetiche e sentir o desejo de praticar o sexo anal, forma de sexo que vai contra o que nós e toda nossa sociedade acredita, principalmente nós que somos jovens: feito apenas para reprodução. Deu no que deu, seu vídeo foi divulgado em larga escala via WhatsApp e Fran tem sido constantemente ridicularizada e alguns até questionam sua capacidade para exercer a função de mãe, já que tem uma filha. É claro, não é mesmo? Afinal, "Mãe" e "sexo" não estão relacionados de forma alguma.

A Reação

Todos estamos reagindo! Afinal, como é dito na propaganda eleitoral do PSC (Partido Social Cristão, aquele do Feliciano), "se a família vai mal, o Brasil vai mal". Mas o que a Fran esperava? Que respeitássemos o fato de uma mulher ter sim sexualidade? Que ela pudesse continuar frequentando a faculdade e trabalhando depois de saciar seus caprichos sexuais? Que respeitássemos o fato dela ter tanto direito quanto o homem de sentir prazer? Jamais! Ela tem mais é que sofrer, aquela vadia-puta-mulher-fácil-da-vida-desfrutável-rampeira, que tipo de mulher, ou melhor, que tipo de pessoa fala besteira na cama, pratica sexo oral e/ou anal, realiza seus fetiches e de seu parceiro (seja marido, namorado ou um boy toy pra uma noite só)?

Na Verdade

Na verdade, o tipo de pessoa que faz tudo isso é todo mundo. Todo mundo que não se priva do prazer sexual pelas crenças religiosas disseminadas aqui no Brasil e resto do mundo. Todos que não deixam de viver pelos valores machistas sob os quais criamos filhos e filhas ou aconselhamos nossos irmãos e irmãs mais novos e novas.

Toda mulher odiaria ter sua vida sexual exposta e ridicularizada, já que ela só estava fazendo sexo e se satisfazendo da forma que achou adequada para acabar com seu grande e real tesão feminino, muito ignorado ainda nos dias atuais. Mas quando assistem ao vídeo de uma garota como a Fran, a definem com as piores palavras que possam pensar enquanto olham a perversidade que todos fazemos ou temos, no mínimo, vontade de saber como é. A reação da esmagadora maioria que recebeu o vídeo da menina pelo WhatsApp é de extremo machismo e conservadorismo.

Mulher tem tesão, mulher faz sexo oral e isso é tão feio quanto o homem que faz sexo oral na sua parceira. E os dois atos são tão abomináveis quanto as mulheres que fazem o mesmo sexo em outras mulheres e homens que o fazem em outros homens. E, pior do que apenas julgar todas as mulheres sexualmente expostas, é que quando vemos essa sexualidade feminina na tv, os machões e as beatas, em sua maioria, aplaudem de pé. Portanto, aqui vamos com os cinco vídeos que mostram ao público que sim, mulher também tem tesão. (Sem Miley Cyrus no VMA, afinal a letra de "Blurred Lines" é de extremo machismo, chegando a parecer um estupro).

5) Rihanna - S&M

É fetichista, porque mulheres têm fantasia sexuais e podem dominar o ato sexual.



4) Brooke Candy - Pussy Make The Rules

Brooke Candy é mulher e é lésbica, ou seja, "girl power" + "motherfucking faggots running the world", como ela diz em "Das Me".


3) The Gossip - Heavy Cross

Porque é uma cruz pesada pra ser carregada. A cruz de ser mulher, a cruz de ser gay, a cruz de ser gorda. E Beth Ditto sabe de tudo isso e um pouco mais!


2) The Pussycat Dolls - I Don't Need A Man

Garotas (e alguns garotos também), vocês não precisam de um homem e querer não é precisar.



1) Christina Aguilera - Can't Hold Us Down

Ao menos no Brasil, a maior parte da população é composta por mulheres. Então não se enganem, as ideias machistas (que mesmo quando veladas sob algum pretexto são preocupantes) não podem calar vocês mulheres, nem vocês gays.


A reação à história da Fran está revelando, mais uma vez, como os homens e muitas mulheres enxergam outras mulheres. Elas podem fazer sexo quando é a vontade do homem, nesse caso elas podem saciar qualquer fetiche, afinal estão servindo e não desejando. Todos os pensamentos reacionários em relação a isso mostram que apesar de muitos fecharem os olhos pra qualquer forma de preconceito e soltarem frases como "Hoje em dia é tudo preconceito" como se isso fosse culpa dos oprimidos, a mulher ainda não é dona,  não é autônoma e não é gente frente à sociedade, já que é humano ter desejo sexual. E o recado que fica pras santidades que por ventura venham a ler esse texto, é um segredo muito, muito sujo: sua mamãe também transa.

Cartas abertas foram publicadas à Fran e caso você queira ler alguma, gostamos muito dessas duas aqui e aqui.
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