Hailee Steinfeld lançará música nova nessa sexta e nossas expectativas estão altíssimas

Hailee Steinfeld já era uma atriz de sucesso tendo, inclusive, concorrido ao Oscar, apesar de ser tão nova, mas agora ela quer focar em sua carreira musical e continuar esse caminho que já começou muito bem. Depois de ter lançado o EP "HAIZ", que surpreende pela qualidade, e ter hitado com "Starving", parceria com o duo Grey e o Zedd, ela está preparada para alçar vôos maiores e lançar nessa sexta (28) o que pode ser o carro-chefe de seu álbum de estreia, "Most Girls".

A cantora revelou ontem (24) a capa (não tão boa assim) do single e confirmou a data de lançamento da canção. Mas, como não se julga uma música por sua capa, e como ela já nos provou várias vezes que é uma das mais promissoras artistas da nova geração, a gente deixa isso passar. 


O EP de Hailee contou com quatro faixas, todas escritas pela dupla Justin Tranter e Julia Michaels, que também estão por trás de hits como "Hands To Myself" da Selena Gomez e "Sorry" do Justin Bieber". Nada de muito concreto foi revelado sobre "Most Girls", mas se a atriz estiver trabalhando com os dois mais uma vez, podemos esperar o lançamento de um smash nessa sexta. 

Recentemente, Hailee fez a gentileza de não só emprestar sua voz, mas também salvar a nova música do Machine Gun Kelly, "At My Best". O clipe foi liberado na semana passada e, apesar de ser dirigido pela Hannah Lux Davis, não é muito interessante como suas antigas produções e não conta com um roteiro muito trabalhado, mas tá valendo. 

Não há palavras para descrever o quão foda é o primeiro trailer de "Kingsman: O Círculo Dourado"

Semana passada, "Kingsman: O Círculo Dourado" ganhou uma leva de imagens e um teaser todo frenético, nos preparando para o grandioso trailer que o filme acabou de receber. Como nosso próprio título condena, "não há palavras para descrever o quão foda" é o este primeiro trailer, então vamos deixar ele falar por si.



JESUS QUE COISA MARAVILHOSA CARAMBA MEU DEUS DO CÉU O BLOCKBUSTER DO ANO MEU KINGSMAN TÁ VIVO A GENTE NÃO SABE MAIS DA EXISTÊNCIA DE PONTUAÇÃO DEPOIS DESSE TRAILER, SÉRIO QUE HINO, VIU?

Okay, nos acalmamos um pouco. Mas que hinozão, né? Toda a trilha sonora do primeiro filme, acompanhado de um flashback, seguido de inúmeras recortes de cenas da sequência ao som de "My Way", do Frank Sinatra, ficou do caralho, e como é bom ver em tela o aumento de orçamento. No mais, é um vídeo que mostra muita coisa, mas não esclarece quase nada, sem contar toda a sensação de estar recebendo conteúdo apenas dos dois primeiros atos. Seria "Logan" fazendo escola dentro da própria Fox?

"Kingsman: O Círculo Dourado" contará com um elenco de dar inveja. Além de contar o retorno do crush de todos nós, Taron Egerton, e Colin Firth, a sequência contará com ninguém menos que Julianne Moore, Halle Berry, Channing Tatum, Pedro Pascal, Jeff Bridges e Elton John. Que elencozão! Ah!, o novo filme é dirigido novamente por Matthew Vaughn, conhecido por "Kick-Ass" e "X-Men: Primeira Classe". "Kingsman: O Círculo Dourado" chega aos cinemas em outubro deste ano.

É agora o hit! O novo single da Katy Perry é "Bon Appétit", a possível parceria com a Ariana Grande

A última atualização da Billboard Hot 100 foi marcada por um acontecimento bem triste: depois de 33 anos, tivemos o primeiro Top 10 da parada sem nenhuma mulher. Mas parece que isso vai mudar logo, logo, com a (possível) super colaboração feminina que temos a caminho: Katy Perry e Ariana Grande em "Bon Appétit".

Os fãs cadastrados no site da Katy receberam hoje um email contendo uma receita misteriosa de torta de cereja com os dizeres "Bon Appétit, baby!" no finalzinho, confirmando que esse será mesmo o novo single da cantora. Seria essa a receita do hit?


Já a participação de Ariana continua sendo apenas um rumor, porém vídeos postados pela californiana no Instagram Stories com pedaços da canção mostram partes em que é possível escutar uma voz parecidíssima com a de Grande.



E talvez essa suposta parceria esteja mais próxima de ser lançada do que imaginávamos. Isso porque o blogueiro Perez Hilton confirmou no Twitter que "Bon Appétit" chega já nessa sexta. A participação de Ariana, no entanto, permanece um mistério. 


VEM SALVAR A HOT 100, KATY! 

Crítica: nem os 50 tons de rosa escondem o lado obscuro do ser humano no bizarro "Peles"

Uma das coisas que mais amo em Cinema é a forma como podemos colocar na tela diversos questionamentos das nossas próprias vidas. Não apenas com aquele belo dramão real, mas principalmente quando o cineasta se utiliza das características da Sétima Arte para criar algo único. Existe um macete narrativo chamado “expansão dialética” que provavelmente é meu favorito.

A expansão basicamente é se apropriar de determinado conceito ou ideia e exagerá-lo ao máximo para que possamos entender nossas simples vidas no meio desse conceito. Um exemplo prático: em “O Lagosta” (2015), Giorgos Lanthimos nos leva a um mundo onde ser solteiro é proibido, com os desafortunados no amor sendo transformados em animais. A premissa é absurda, sim, mas o filme nada mais é que uma gigante alegoria de como somos desesperados para encontrar nossa cara metade, e como criamos relacionamentos à força para não ficarmos sozinhos.

Mesmo tão distante da nossa realidade, filmes como “O Lagosta” acabam sendo espelhos exagerados nas nossas vidas, o que nos bota para pensar. E é exatamente o mesmo que o espanhol “Peles” nos entrega. Dirigido por Eduardo Casanova, em seu primeiro longa-metragem, “Peles” é derivado do curta “Eat My Shit” (você pode assisti-lo aqui) e expande o universo criado pelo diretor. Aqui seguimos vários personagens bastante peculiares: eles possuem, em diversos níveis, deformidades físicas. A obra segue a vida desses personagens e como eles lidam com as próprias diferenças.

Imagem: Divulgação/Internet
O ponto central que o filme se utiliza da expansão dialética é quando apresenta as deformidades de seus personagens, que vão desde as mais usuais, como Vanessa (Ana María Ayala), a mulher anã, até as mais radicais, como Samantha (Ana Polvorosa), que possui o ânus no lugar da boca – e vice-versa. Sim.

O curta – estrelado por Samantha e com uma cena praticamente igual ao do longa –, mesmo que bastante criativo, esbarra num problema óbvio: não há tempo para desenvolvimento de personagens. O fato da protagonista ter um ânus no meio da cara está ali para chocar, e não consegue fazer nada além disso. Quando temos um filme que choca só por chocar, todo o impacto se torna vazio, gratuito. É querer só chamar atenção – o que nem é abominável, só cinematograficamente fraco. Com o longa, Casanova, que também roteiriza a obra, consegue dar profundidade à anormalidade da garota – e de todos os outros personagens. O choque evolui de algo banal para provocador, colocando o dedo nas nossas feridas.

Imagem: Divulgação/Internet
Superado esse problema, surge outro: como não deixar que o filme se torne puro fetichismo para a plateia “normal”, ansiosa por ver pessoas deformadas como criaturas de circo? É impossível, diante desse questionamento, não nos relembrar de “Monstros” (1932), clássico de Tod Browning, que segue uma trupe de aberrações circenses. Não dá para ter certeza da real intenção de Browning – oportunismo em explorar aquelas pessoas ou o puro drama, interessado em gerar reflexão. Mesmo em sua maioria sendo trabalho de maquiagem, “Peles” traz atores com deficiência (Ana María Ayala, por exemplo), porém, assim como em “Monstros”, há uma mensagem, o que supera a exposição de seus personagens. Assim como o choque, nada aqui é gratuito.

Antes mesmo de sermos apresentados pelas deformidades, somos bofeteados pela composição visual da película. Para criar a áurea de universo aquém do nosso, o filme é basicamente pintado pelas cores rosa e roxo. O abuso histriônico dessa paleta é derramado para quase todos os elementos em cena, desde paredes, móveis e figurinos. A fotografia, bastante perfeccionista, é a cereja do bolo desse material estético violentamente impecável de “Peles”, colaborando para termos certeza de que, mesmo amigável aos olhos, aquele mundo não é o nosso. Há algo de podre ali por trás de tanta cor.

Imagem: Divulgação/Internet
A cena de abertura do longa mostra um homem conversando com uma idosa. Esta, quase inteiramente nua, vende uma garotinha que não possui olhos ao homem. 17 anos depois, a garota, Laura (Macarena Gómez), é uma prostituta que atrai os clientes com seus olhos falsos: dois grandes diamantes rosas. O tom bizarro solidifica-se quando vemos Laura passando por tráfico humano, pedofilia até cair na prostituição. A personagem é a ponta do iceberg: todos os deficientes são, de alguma forma, abusados por pessoas “normais”. Eles são estuprados, espancados, explorados, ridicularizados e fetichizados, premissa que também vemos em “Monstros”: no fim das contas, são os “normais” as aberrações.

Debaixo de quilos de maquiagens e muita polêmica, “Peles” é, incrivelmente, um filme bastante humano. Seguimos a intimidade daquelas pessoas tão diferentes e enfim percebemos que eles são iguais a nós: só buscam ser aceitos e respeitados pelo o que são. Todavia, na selva que é nossa sociedade, o ser humano vira uma fábrica de opressão, sem dó de excluir quem saia do padrão imposto – e alguns dos personagens jamais se adequarão a esse padrão, por mais mudanças que sofram. É desumana a cena onde a garota com ânus no rosto folheia um caderno com fotos suas e recortes de bocas. Ela retira um dos recortes e, em lágrimas, coloca no próprio rosto. Para seu pai a solução é óbvia: comprar uma máscara de unicórnio que cubra o rosto da garota que tem todas as selfies excluídas pelo Instagram por conter nudez.

Imagem: Divulgação/Internet
Mesmo sendo um drama bastante sombrio, é impossível não cair nas graças no humor negro do roteiro. Há momentos constrangedoramente hilários – a última cena é para torcer qualquer um na cadeira – que ajudam tanto a criar o clima de estranheza do universo gerado pela fita quanto nos fazer pensar por que achamos aquilo engraçado ou no mínimo cômico. Quando nos pegamos, estamos nos desconstruindo e questionando a nós mesmos, efeito causado pelo recente, e tão estranho quanto, "Um Cadáver Para Sobreviver" (2016), que não abre mal de piadas escatológicas para, no fundo, questionar nossas relações de forma filosófica. É preciso saber enxergar as falsas gratuidades como as discussões que elas querem ser.

“Peles” não é um filme comercial e não será largamente aceito pelo público, mas é um estudo brilhante dos desejos mais profundos do homem, enlatados em 50 tons de rosa. Ao mesmo tempo em que nos chocamos com as imagens na tela, sejam os corpos humanos desfigurados dos deficientes ou as almas desfiguradas dos ditos “normais”, é impossível tirar os olhos do que vemos. Sorrisos presos na garganta e revolta por fazer parte de uma raça tão cruel são temperos simbióticos de uma sessão desconfortável, provocadora e sem pudores, no entanto, inesquecível, tanto pela mensagem poderosa quanto pela realização cinematográfica de primeira linha. Todas as peles humanas só desejam, por fim, se amar e ser amadas, e, às vezes, o ato de se amar é o mais difícil de todos.

Nós mudamos nossas peles. Peles se operam, se transformam. Aparência física é nada”.

Tinashe tá perigosíssima brincando com fogo no clipe de "Flame"

Mais perigosa que Ariana Grande, Tinashe levou a sério o título do seu novo single, "Flame" (em tradução, "chama"), e para o clipe lançado hoje (21) resolveu se vingar tacando fogo em tudo!

No vídeo, o relacionamento da cantora com o boy já não estava indo muito bem e, depois de tanto sofrimento, a americana decidiu que a melhor vingança seria queimar não só as fotos dos momentos bons que viveram, mas também a casa do cara, e deixar só as cinzas sobrando. E é claro que, enquanto destrói tudo, Tinashe também aproveita pra dançar bastante. 


Isso que é perigo de verdade!

"Flame" tem produção dos hitmakers Stargate e Bloodpop e é, oficialmente, o lead-single do eternamente adiado segundo álbum de estúdio da cantora, "Joyride", que deve (oremos) chegar esse ano. 

Dua Lipa está empenhada em salvar o pop em "Lost In Your Light", sua parceria com o Miguel

Dua Lipa pode já ter lançado tantos singles para promover seu álbum que nunca chega (mas tá chegando) que nós estamos até um pouco perdidos, mas o que ninguém pode negar é que todas essas músicas são maravilhosas. O seu sexto (!) single é a parceria com o Miguel, "Lost In Your Light", lançada hoje (21) e que, assim como todos os outros, também tem potencial para salvar o pop.

A canção pega carona na tendência anos 80, mas não soa ultrapassada, misturando até um pouquinho de trap em algumas partes, o que traz "Lost In Your Light" para os dias atuais. O destaque fica mesmo para a combinação das vozes dos cantores que, inusitadamente, funcionam muito bem. Já podem lançar mais colaborações juntos, viu?

Falando no álbum de estreia da cantora, Dua revelou também a tracklist oficial do material. Contando com um lado A e um lado B, a versão standard terá 12 músicas, entre elas o novo single e as já lançadas "Hotter Than Hell", "Be The One", "Blow Your Mind (Mwah)" e "Thinking 'Bout You".


Já a versão deluxe terá mais 5, entre eles as também já lançadas "Room For 2", "New Love" e "Last Dance".


O primeiro disco da Dua Lipa chega no dia 2 de junho.

O clipe de "Still Got Time", do ZAYN, é uma versão explict de "Midnight Memories"

Se em "Still Got Time", parceria do ZAYN com o PARTYNEXTDOOR, o ex-1D canta "pare de procurar por amor, você é jovem, ainda tem tempo", no clipe lançado hoje (21) o cantor resolve explorar essa temática ao máximo e traz uma festa onde tá todo mundo bem doido, bebendo, fumando, dançando e se pegando sem nem pensar no dia de amanhã.

Desde a época de One Direction por meio de vídeos vazados, como o clássico vídeo dele fumando maconha, até em entrevistas pós-saída da banda, o britânico sempre deixou bem claro que esse tipo de produção "curtindo a vida e um baseado" era tudo o que ele sempre quis fazer (e agora ele fez).

"Still Got Time" é a faceta do ZAYN que ele sempre quis dividir com o público e, fazendo uma conexão com seus tempos de boyband, parece uma versão +18 de "Midnight Memories" com uma letra explict de "Live While We're Young". Mas, sinceramente? A gente prefere "PILLOWTALK", viu.



O segundo disco do ZAYN sai ainda esse ano e o próximo single terá a participação da Nicki Minaj.

Os melhores lançamentos da semana: Kendrick Lamar, Noah Cyrus, Luis Fonsi, Billie Eilish e mais

Nada foi a mesma coisa após junho de 2015, quando as gravadoras e plataformas de streaming se uniram para a chamada New Music Friday: um dia global de lançamentos com artistas de todos os gêneros nas principais plataformas pela rede mundial de computadores.

Ao virar do dia entre quinta e sexta-feira, nós religiosamente corremos para o Spotify, pra sabermos quais são as novidades mais interessantes da semana, sejam elas de artistas  novos ou consolidados, e reunimos todas nesta playlist que, sendo assim, é atualizada semanalmente.




Apesar de todas as músicas acima serem 10/10, vale ressaltarmos que as melhores das melhores se encontram no topo da lista.

Caso se interesse em ler mais sobre as faixas escolhidas, aqui vamos nós, e não deixe de nos seguir pelo Spotify!

O QUE TEVE DE BOM


👍 É difícil escolher apenas uma música do novo hinário do Kendrick Lamar, "DAMN.", mas ficamos com "LOYALTY." porque até as melhores coisas do mundo conseguem sim melhorar se chamarmos a Rihanna

👍 Noah Cyrus é uma das nossas maiores apostas para 2017 e se você ainda não tinha se convencido do talento da menina em "Make Me (Cry)" temos certeza que você não vai resistir a "Stay Together". ALERTA DE SMASH HIT! 

👍 Da série "colaborações que nós nunca pensaríamos que poderiam acontecer" temos o remix de "Despacito", do Luis Fonsi e do Daddy Yankee com ninguém menos do que o Justin Bieber que, claro, deu uma palinha em espanhol. E não é que tudo funcionou muito bem?


👍 A trilha de "13 Reasons Why" tem várias canções ótimas, mas uma das melhores e mais marcantes é "Bored", da Billie Eilish, que nos transporta imediatamente para o ambiente sombrio e melancólico da produção da Netflix.

👍 "Kissing Strangers", do DNCE com a Nicki Minaj, é uma típica música da banda: pop, divertida e sem se levar tão a serio, e não há nada de errado nisso. 

NÃO PODE SAIR SEM OUVIR




Ouça e siga a playlist “It’s Nü Music Friday” no blog:

Crítica: porquê "Boa Noite Mamãe" é o clássico de terror moderno que estávamos precisando

Atenção: a crítica contém spoilers.

Filmes de terror e suspense sempre geraram curiosidade imediata do público – e quando falamos “sempre” é sempre mesmo. Um dos primeiros filmes feitos, na pré-história da Sétima Arte, foi, para o público, um filme de terror: a chegada do trem dos Irmãos Lumière, registro simples de um trem chegando a uma estação parisiense. Porém, para os espectadores virgens daquele tipo de exposição, o trem da película estava realmente vindo em direção a eles, que saíram desesperados da sala de exibição. Nascia ali o apreço pelo medo cinematográfico.

George Méliès brincou de forma ainda mais forte com suas ilusões e jogos visuais que atormentavam o imaturo espectador no início do século XX, criando viagens e monstros que apavoravam. E desde então, o gênero “terror” (e suas subdivisões) passou a levar multidões para os cinemas. Vimos esse efeito de forma explícita quando “O Exorcista” estreou em 1973, com pessoas formando filas que davam a volta no quarteirão só para morrerem de medo na sala escura. E esse é só um exemplo. “Psicose”, “O Bebê de Rosemary”, “O Iluminado”, “O Massacre da Serra Elétrica”, “Tubarão”, etc etc etc.

Todos esses filmes ganharam notoriedade a partir do boca a boca – além das promoções de marketing, claro. Mas o que todos eles não conheceram foi a internet. A rede mundial de computadores transformou esse efeito de gerar turbas para um filme ainda mais poderoso, criando verdadeiras viralizações de conteúdo, e os filmes de terror entraram na onda: quem não se lembra de “Invocação do Mal”, o longa que badalou em 2013, passar dias a fio como o mais comentado nos trending topics do Twitter? Ou a brincadeira da boneca do Silvio Santos, que era uma promoção do filme “Annabelle”? Ou então o desafio “Charlie Charlie” que invadiu a internet em 2015, quando na verdade era uma jogada de marketing do filme “A Forca”?


Tais meios já se mostraram altamente eficientes – todos os filmes citados acima foram sucesso de bilheteria. Um dos longas que se aproveitaram da rede mundial de computadores foi terror austríaco "Boa Noite Mamãe". Dirigido por Severin Fiala e Veronika Franz, seu trailer se espalhou por todos os cantos da internet em 2015 – foram milhões de visualizações em poucos dias. Do que se trata afinal?

“Boa Noite Mamãe” conta a história de dois irmãos gêmeos, Lukas e Elias. Com nove anos, as crianças brincam felizes na sua casa de campo, correm no milharal do quintal e se jogam no lago ao lado da casa. Ao mesmo tempo, esperam o retorno da mãe, ausente para fazer cirurgias plásticas faciais. Quando ela finalmente volta, os garotos a acham estranha. Ela não é mais a mesma, e não estamos falando das ataduras e faixas que cobrem seu rosto. Os dois então começam uma caça para desvendar o mistério que ali se instalou.


O trailer a sinopse imediatamente nos dá de bandeja o mistério do filme: aquela mulher é realmente a mãe deles? Mas em "Boa Noite Mamãe" as coisas não são usuais. Agora atenção para um aviso: esta crítica foi cozinhada tentando ao máximo retirar todos os spoilers, porém, tecer um texto que abrange com dignidade o filme é tecer um texto com detalhes importantes da trama, ou seja, caso você não goste de ler as surpresas da história é melhor parar por aqui. E mais uma dica: leia nada sobre a obra além do que está escrito acima. Assista-o na cara e na coragem, a experiência será bem melhor. Podemos continuar?

“Boa Noite Mamãe” foge dos macetes usuais que estamos acostumados pelo mercado norte-americano. Ao contrário do ritmo alucinante que joga sustos a todo o momento na tela, o austríaco é um filme (bem) lento, que se desenvolve sem a menor pressa para nos colocar dentro daquela situação, num verdadeiro exercício de gênero. Temos takes generosos da casa da família para nos familiarizarmos com o espaço físico do ambiente, e aqui já temos um trabalho afiado de direção de arte: na casa, toda em tons frios como branco, cinza e azul, tem quadros de figuras femininas desfocadas, numa representação da mãe pelos olhos dos filhos: alguém estranho, que não tem forma concreta, hostil.


E é na figura da mãe que reside a melhor construção do filme: sua composição visual é fenomenal. Logo na primeira cena, quando ela abre e fecha as cortinas do quarto e se vira de forma severa para os filhos, já somos abatidos pelo temor dos dois, que se assustam ao olhar aquela criatura medonha com o rosto coberto, trabalho de maquiagem simples e certeiro. E seu rosto pós-cirurgia será abusado durante a fita, em planos abertos e fechados que nos mostram diversas facetas daquele ser misterioso e temível.

Então entramos nas dualidades do filme. Como as crianças são o foco da história, vemos tudo evidenciando o que eles enxergam, com poucos momentos onde os dois estão fora do quadro. Isso já nos coloca numa posição desprivilegiada sobre o domínio da fita, já que temos apenas um lado do prisma, com os diretores brincando perversamente com o espectador ao introduzir momentos oportunos da mãe, como na cena onde um dos irmãos sobe no quarto e ela está dormindo, mas logo quando ele sai a câmera continua nela, que na verdade fingia dormir. Tudo conspira contra a figura materna.


Mas a “verdade” por trás do filme é revelada logo no início, nós que pegamos as dicas de forma errada. Numa das primeiras cenas, onde os irmãos estão lanchando, a mãe só coloca suco para um deles, ignorando o outro completamente. O irmão fala “O Lukas também quer suco”, e a mãe responde “Se ele quiser, ele que peça”. Como já estamos previamente com o pé atrás, pensamos que a mãe realmente está estranha, tornando-se uma pessoa fria ao ignorar completamente a criança ali sentada, numa justificativa de “educação”.

Outro momento chave é a brincadeira das pistas. Os três estão na sala brincando e a mãe tem que adivinhar o que está colado na sua testa através de perguntas – na sua testa tem escrito “mamãe”. Nós sabemos que a resposta é ela mesma, mas através das perguntas vemos que, ao que parece, ela não tem consciência de si própria – reforçando a ideia de que ela não é de fato a mãe, como quando uma das crianças fala que ela tem dois filhos, mas ainda assim ela não sabe de quem se trata.


A própria misen-en-scène do filme entrega mais. Numa cena, dois agentes da Cruz-Vermelha chegam a casa pedindo doações. O enquadramento evidencia os dois agentes e Elias, que estão sentamos na mesa, com Lukas sentado ao fundo, quase sem foco. Os agentes interagem com Elias a todo o momento, mas Lukas permanece aquém do diálogo, interrompendo – sem os agentes notarem – em determinado momento. Apenas o uso bem trabalhado de composição de plano ajuda pesadamente na construção narrativa do filme.

Certo, aqui vai “o mistério” do filme: Lukas está morto. Apenas o irmão Elias o vê, tanto que em nenhuma cena outro personagem interage com ele. A jogada é ainda mais acobertada pelo fato de os irmãos serem gêmeos e pelo comportamento da mãe, que tiram nosso foco da real situação. Sim, essa reviravolta não é nova, já existem filmes com personagens mortos interagindo com vivos, como “O Mistério das Duas Irmãs” e “O Sexto Sentido”, mas, ao contrário destes, “Boa Noite Mamãe” não precisa necessariamente deste mistério para ter força, tanto que os diretores passam o filme em sua totalidade jogando pistas e mais pistas descaradas. A linha entre o que é “previsível” e “proposital” é comprida, e há vários outros temas que o sustentam.


“Boa Noite Mamãe” é um filme sobre reações. O que antes era uma família feliz e harmônica foi abalada permanentemente por algumas tragédias, desde o divórcio da mãe até o acidente que matou Lukas. Tais acontecimentos são explorados de forma bem limitada pelo filme, deixando o espectador imerso em questionamentos sobre o que aconteceu ali. Quando os pais se divorciaram? Como foi esse divórcio? E o acidente? Por que a mãe parece se culpar por ele? São dúvidas que a fita faz questão de não resolver, deixando que o filme não termine no escurecer do ecrã, e sim cresça e se expanda nas horas (ou dias) que você passará pensando sobre. A própria cirurgia facial da mãe é uma metáfora para os acontecimentos passados, como se ela, depois dos cortes emocionais, tivesse saído outra pessoa, física e psicologicamente. As ataduras em seu rosto são cicatrizes das perdas.

Mas claro, como um bom filme de horror temos cenas bem perversas. Os irmãos começam jogos físicos com a mãe, que vão desde amarrá-la na cama até cenas mais fortes como a da super cola, que desencadeia num dos momentos mais tensos do filme. E, graças ao lento desenvolvimento, todo o clímax é milimetricamente justificado, com ações e reações corretas que nos faz mudar de lado diversas vezes, hora apoiando a dúvida dos irmãos, hora sentindo pena pelo sofrimento da mãe. Ao que parece, a culpa que a mãe sente pela morte do Lukas é a fonte do ódio que ele sente por ela, angariado pelas ações de Elias, o único que pode fisicamente fazer algo ali. Se ela teve culpa pela morte do garoto ou se ele tem alguma mágoa não revolvida com ela, não sabemos. O que é certo é que Lukas se transforma numa entidade demoníaca que assombra a mãe por meio do irmão.


O embate “mãe vs. filho” é algo universalmente poderoso, afinal, é a quebra da maior ligação natural que existe. O Complexo de Édipo ao contrário dos irmãos é explorado de forma genial pelos diretores: os filhos aqui não desejam a mãe, eles punem a figura materna de todas as formas, o que os colocam num posto que foge também da imagem infantil. Suas ações os “adultizam”, mesmo com o ar pueril ainda existir entre os dois. Eles brincam, eles dormem, eles comem, eles vivem como crianças, mas na hora do enfrentamento contra a mãe, os papéis mudam.

O longa não conseguiria o mesmo efeito sem as atuações brilhantes dos três protagonistas. Todos possuem química em tela, tanto nos momentos afáveis quanto nas horas cruéis. Seja pelo roteiro mirabolante, pela condução seca e perversa ou pela fotografia belíssima, “Boa Noite Mamãe” é o filme de terror que nós estávamos precisando - e não por sustos ou criaturas sobrenaturais que tanto estamos acostumados, mas por criar um clima austero e perigoso que exala da tela e intoxica. Cinema no seu mais alto esplendor.

O impacto de "Lust For Life", a parceria da Lana Del Rey com o The Weeknd, é real

Toda vez que a Lana Del Rey e The Weeknd se juntam, algo bom acontece. Deu certo em "Prisoner", em "Stargirl Interlude" e agora em "Lust For Life", a melhor colaboração dos dois até agora e uma das melhores músicas já lançadas pela Lana.

Resgatando um pouco da áurea do "Born To Die", mas de forma mais leve - afinal, o nome do novo disco da americana é, literalmente, "desejo de viver" -, "Lust For Life" é o casamento perfeito entre a voz dos dois cantores e mesmo depois de escutarmos várias vezes ainda sentimos o impacto.

A canção é co-produzida pelo hitmaker Max Martin e isso fica bastante perceptível no pré-refrão e no refrão, repetitivos e de fácil assimilação como toda boa música pop deve ser, e que fazem a faixa não sair da nossa cabeça de forma alguma.



Seria demais pedir um álbum conjunto desses dois?

"Lust For Life" é o primeiro single oficial do novo álbum da Lana que leva o mesmo nome dessa música. A data de lançamento do CD ainda não foi revelada, mas rumores apontam que o material estará entre nós no dia 26 de maio. Além da parceria com The Weeknd, ela já lançou o buzz single "Love", que também resgata o melhor do "Born To Die" com bastante leveza.

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