Isso é tudo o que podemos te contar sobre “50 Tons”, o single de estreia do Pedro Thomé

Sexta-feira é dia de estreia na música nacional. Chegou no nosso email uma música inédita, chamada “50 Tons”, que será o primeiro single de um cantor chamado Pedro Thomé.

Numa primeira impressão, podíamos jurar que se tratava de um lançamento sertanejo e, quando vimos o nome do produtor Luis Gustavo Garcia, responsável por alguns sucessos de Luan Santana, a certeza só aumentou, mas estávamos errados.

“50 Tons” é uma música pop, mas que mistura influências que parecem ir do britânico Ed Sheeran aos brasileiros da Onze:20, seguindo um caminho antes trilhado por outros nomes em ascensão por aqui, como Tiago Iorc e as maravilhosas do ANAVITÓRIA.

Com apenas 23 anos, Thomé carrega uma característica voz rouca e ela funciona muito bem com o arranjo gradual de “50 Tons”, que começa quase acústica, no território simples e romântico Iorc-quiano, e acaba entre batidas e sintetizadores, sem aproximando mais de Shawn Mendes e Justin Bieber.

De acordo com o email que nos trouxe sua canção, Pedro Thomé é influenciado por artistas como Maroon 5, Coldplay, Rael da Rima, Luan Santana e Maurício Manieri. E, quanto ao último, ficamos felizes em dizer que as vozes se assemelham, por conta da mencionada rouquidão.

O mesmo email, entretanto, avisa que o áudio de três minutos e dezoito segundos é extremamente sigiloso e não deve ser revelado ao público até a próxima sexta que, felizmente, chegará no dia 20. Esse post é para garantir que vocês voltarão aqui neste dia.

Tom Hardy quer Christopher Nolan na direção do novo "007"


Vocês já estão acompanhando a grande novela por trás do novo "007" desde quando Daniel Craig recusou milhões para voltar a viver o maior agente que você respeita. De lá pra cá, vários nomes foram cogitados, inclusive de atores negros, que seria um puto avanço, sem contar toda a visibilidade que o personagem traria. Só que os favoritos mesmo são os brancos porque são privilegiados, mas isto é assunto para outro post.

Tom Hardy é um nome que entrou para briga pelo papel, inclusive comentou sobre numa entrevista para o Daily Beast, brincando que não poderia dizer nada sobre o rumor. "Você sabe, tem um ditado entre os atores, e na sociedade de meus colegas, que diz que se você comenta algo sobre [o rumor], você automaticamente está fora da corrida. Então, eu não posso comentar sobre esse [rumor]", disse o ator.

O co-protagonista de "Mad Max" ainda disse que seria legal se Christopher Nolan cuidasse da direção da produção — o próprio diretor já havia comentando sobre cuidar de um dos filmes. "Chris Nolan, que diretor fantástico para um filme do Bond. Por causa do Daniel [Craig] ser tão bom, e o que [Sam] Mendes e Barbara [Broccoli] tem feito é tão impressionante, seria bem difícil reimaginar algo depois. Eu me pergunto qual seria o próximo passo que a franquia tomaria, e eu acho que quando mencionamos alguém como Christopher Nolan, essa é uma figura muito poderosa para trazer para este mundo, que poderia trazer algo novo e criar algo profundo novamente".

Felizmente não cabe a Tom Hardy esta decisão, né, mores? Adoramos Nolan, mas não estamos preparados para horas e mais horas perdidas com explicações. Brincadeirinha, pode dirigir, sim ♥. Quem somos nós para barrar o cara que tornou o Batman crível em nosso mundo? Digam nos comentários com que acham da ideia do Tomzinho.

Lolla Parties: MØ, Tove Lo, The 1975 e Glass Animals farão shows extras em São Paulo

O Lollapalooza Brasil 2017 acontece nos dias 25 e 26 de março em São Paulo, no Autódromo de Interlagos, e enquanto segue vendendo os ingressos para a sua próxima edição, o festival revelou nesta terça-feira (17) a programação de suas Lolla Parties, que são os shows que acontecem antes e depois de todo o evento.

Como já esperávamos, o show do The 1975 no Áudio Club, marcado para o dia 27 de março, é uma das extensões do festival, que também contará com apresentações extras de Tove Lo, também no Áudio Club, no dia 24 de março, e dobradinha com Glass Animals e MØ no Cine Jóia, no mesmo dia que The 1975.



Os ingressos para as Lolla Parties começarão a ser vendidos na tarde de hoje (17) e os valores variam entre R$90 e R$140 na meia-entrada.

O festival, por sua vez, traz nomes como The Weeknd, The XX, The Chainsmokers, The Strokes, Flume e Martin Garrix como algumas das suas principais atrações, com ingressos a venda pelo site da Tickets For Fun.

"La La Land" é um filme belíssimo que faz uma grande homenagem ao cinema clássico de Hollywood

Conquistando buzz desde sua divulgação prévia, por tratar-se de um musical original com elenco de renome, "La La Land: Cantando Estações" (2016), filme de Damien Chazelle (diretor de "Whiplash" [2014] e roteirista de "Rua Cloverfield, 10" [2016]), tem divido bastante o público. Notório em seu patamar de "produção nostálgica", que enaltece o cinema clássico de Hollywood (um molde muito em voga nos 1950), o filme vem angariando prêmios e aplausos por onde passa, quebrando recordes no Globo de Ouro 2017 e sendo indicado como uma das principais apostas ao Oscar. 

A história de "La La Land" é, assim como seu título, simples. Mia (Emma Stone) é uma aspirante a atriz frustrada que ama cinema clássico; Sebastian (Ryan Gosling), por sua vez, é um pianista desempregado apaixonado por free jazz. Ambos se conhecem, se apaixonam e passam a acompanhar as conquistas e derrotas um do outro. O que há de tão espetacular que faça o filme se destacar, então? A dualidade entre sonho e realidade que seus carismáticos protagonistas vivenciam. 

Mia e Sebastian são tão tridimensionais quanto qualquer um de nós; são críveis, empáticos. Jovens adultos cujo a chama sonhadora resquício de um impulso artístico, seja do cinema hollywoodiano clássico ou da música como forma de expressão criativa e social — persiste, acima de qualquer decepção que a dura vida apresente. Uma temática de esperança já apresentada no número de abertura "Another Day of Sun" ("Quando te decepcionarem / Você levantará do chão / O amanhecer estará ao seu redor / É outro dia de Sol"), que inclusive cita cinema Technicolor, e que atinge ápice na belíssima canção "Audition (The Fools Who Dream)" ("Tragam os rebeldes / as ondas de cristais / Os pintores, os poetas e as peças / Um brinde aos tolos que sonham / Tão loucos quanto parecem / Um brinde aos corações que se partem / Um brinde à bagunça que criamos"). É uma história movida por paixão, sobre paixão, e que atinge em cheio o emocional de seus espectadores que sonham (frustrados ou não).

Damien Chazelle construiu isto brilhantemente em seu roteiro, escolhendo um gênero cinematográfico tão marcado por "sequências de sonho" na era dourada de Hollywood, e que hoje resiste graças à seu público apaixonado. Em um dos principais diálogos, por exemplo, é perfeitamente notável o paralelismo existente entre o jazz e os filmes musicais, ambos supostamente "enterrados" pela modernidade, mas que persistem com grande potencial de adaptação.

A composição visual de "La La Land" está entre seus principais méritos. A fotografia, com muitas cores vivas e saturadas, não só homenageia os cenários em Technicolor dos principais musicais clássicos, mas também faz utilização sensacional da psicodinâmica das cores e constrói sequências belíssimas com um ótimo uso de contraste e iluminação (ferramenta por vezes utilizada no longa-metragem para destacar seus protagonistas). A abertura conta com uma ótima referência ao uso de Cinemascope, e os movimentos de câmera são quase coreografados como passos de dança, em uma decisão arriscada, mas que traz uma prazerosa dinamicidade (talvez inovadora) ao espectador.

Os números musicais são, certamente, ótimos. A coreografia de Mandy Moore (não é a atriz!) evoca muitas referências à musicais como "Cantando na Chuva" (1952) e "Amor Sublime Amor" (1961), principalmente durante as cenas de sapateado. A trilha sonora, composta por Justin Hurwitz, já parceiro do diretor em suas produções, é outro grande destaque positivo, com composições que exploram muito bem o instrumental e que são revisitadas durante todo o filme. As músicas da dupla Benj Pasek e Justin Paul, responsáveis pelo recente musical da Broadway "Dear Evan Hansen" (estrelado por Ben Platt, o Benji da franquia "A Escolha Perfeita") e alguns hits do seriado da NBC "Smash", são muito bem aproveitadas, principalmente no primeiro ato da produção, sendo responsáveis por parte do sentimento positivo que cerca "La La Land". A respeito de "City of Stars", só me resta dizer o óbvio: uma das favoritas ao Oscar de Melhor Canção Original.  

Sob a competente direção de Damien Chazelle e a química entre o casal protagonista (cujas atuações agradam), "La La Land" é um filme belo e bem realizado; cinema na sua forma mais pura e simples de contar histórias, que agracia a "fábrica de sonhos" californiana e emociona (e muito) com seu discurso esperançoso sobre sonhos. Uma ode aos musicais, com um final triunfante que convida à reflexão sobre decisões e a realidade natural da vida. "Um brinde aos tolos que sonham".

Os melhores lançamentos da semana: Pabllo Vittar, Julia Michaels, The xx, POWERS e mais

Desde junho do ano passado, a sexta-feira foi escolhida para o dia mundial de novos lançamentos musicais, chamado New Music Friday, e, no geral, todos esses lançamentos acontecem por plataformas como Spotify, Apple Music, Tidal, iTunes, etc.

Ao virar do dia entre quinta e sexta-feira, corremos para o Spotify, para sabermos quais são as novidades mais interessantes, sejam elas de artistas novos ou consolidados, e daí surgiu a ideia de tornarmos isso uma playlist que, obviamente, será atualizada semanalmente.



Como uma introdução, vale ressaltarmos que as músicas foram ordenadas de forma que as melhores se encontrem no topo.

Caso você não esteja interessado em ler sobre isso, pode apenas apertar o play na lista acima, mas se você realmente está disposto a saber o que temos a dizer sobre isso, aqui vamos nós:


 O nosso destaque da semana é a drag queen brasileira Pabllo Vittar e seu maravilhoso álbum de estreia, “Vai Passar Mal”. A música escolhida para representar o disco foi “K.O.”. Surra de boa produção pop.

 Julia Michaels poderia ter estreado com um hit da porra, como foram suas composições para Justin Bieber e Selena, mas, em “Issues”, ela chega tímida e toda trabalhada no trip-hop. Difícil não curtir.

 O novo álbum do The xx reflete bastante dos trabalhos solos de Jamie xx e isso, obviamente, não é algo ruim. Comece a ouvi-lo por “Dangerous” (que é a sua primeira faixa, de qualquer forma).

 Você não saberá qual é a música eletrônica mais interessante do ano até que ouça “Dance”, do duo POWERS.

 Quanto mais minas negras e talentosas no hip-hop, melhor. Nadia Rose lançou nesta sexta o EP “Highly Flammable” e, na nossa playlist, você confere a Destiny’s Child-esca “2H2H”.

 Não vemos a hora de VÉRITÉ sair em parceria com algum DJ famoso o suficiente para tornar seu nome tão importante o quanto deveria. “Phase Me Out” é uma boa música pop.

 Crítica social foda e dançante em “Boa Noite Brasil”, da banda Amazônia Hollywood. Tem um lyric video bem foda também.

 Halsey está de volta e emplacando single na trilha de “50 Tons Mais Escuros”. A faixa “Not Afraid Anymore” é agressiva e sexy na mesma medida.

 Dá pra colocar “Rough Soul”, do Goldlink, tocar e, ao som do seu hip-hop minimalista e com quês de soul, esquecer da vida.

 A hitmaker de “Arigato” está de volta com mais um smash hit em potencial para ser subestimado: faça a sua parte e ouça “Blackout”, da Julie Bergan.

Halsey vem dramática e sensual em "Not Afraid Anymore", música da trilha de "50 Tons Mais Escuros"

Quando o filme não é bom, o negócio é investir em uma trilha sonora de respeito, e disso a franquia "50 Tons" entende muito bem. Com seu segundo longa marcado para fevereiro, nós já temos muitas novidades sobre as canções tema e quais artistas irão cantá-las. Como primeiro single, tivemos a boa e toda sustentada no falsete, "I Don't Wanna Live Forever", do ZAYN com a Taylor Swift. Agora, para segunda música de trabalho, vamos de Halsey e a sua "Not Afraid Anymore". 

Na nova faixa, MC Halsinha segue uma fórmula bem básica: aquela canção cheia de sintetizadores que começa baixa, até sussurrada, cresce e explode. Nada de novo sob o sol. Ainda assim, achamos a segunda amostra da trilha melhor e com mais potencial do que a primeira. 


Além de ZAYN, Taylor Swift e Halsey, já temos a tracklist completa e, é claro, só temos nomes de peso, como Sia, Tove Lo, John Legend, Nicki Minaj e Nick Jonas. Confira:

1. ZAYN & Taylor Swift - I Don't Wanna Live Forever
2. Halsey - Not Afraid Anymore
3. JRY - Pray (feat. Rooty)  
4. Tove Lo - Lies In the Dark
5. Toulouse - No Running From Me
6. John Legend - One Woman Man
7. The-Dream - Code Blue
8. Nick Jonas & Nicki Minaj - Bom Bidi Bom
9. Sia - Helium
10. Kygo - Cruise (feat. Andrew Jackson)
11. Corinne Bailey Rae - The Scientist
12. José James - They Can't Take That Away From Me
13. JP Cooper - Birthday
14. The Avener - I Need a Good One (feat. Mark Asari)
15. Joseph Angel - Empty Pack of Cigarettes
16. Anderson East - What Would It Take
17. Frances - What Is Love?
18. Danny Elfman - On His Knees
19. Danny Elfman - Making It Real

Para a soundtrack do ano que vem, a gente já deixa aqui nosso pedido: chamem Rihanna, Selena Gomez, Tinashe e Ariana Grande. Nunca te pedimos nada!

O segundo filme da franquia, "50 Tons Mais Escuros", chega dia 9 de fevereiro de 2017. Já a trilha sonora ficará disponível no dia seguinte. 

A gente vai tocar muito Pabllo Vittar, Anitta e MC Carol neste sábado na Augusta

Tem como o ano começar de um jeito melhor? Claro que não tem! É por isso que a gente já aproveitou a chuva de hits da música nacional, que já deu onda com MC G15, ficou louca com Simone & Simaria e até passou mal com Pabllo Vittar, para dançar muito neste sábado (12) lá na Augusta, em mais uma edição da Love vs FU*K, especial “O Verão Me Deu Onda”.

+ Infos no evento do Facebook

Pronta pra se renovar junto com o novo ano, a Love vs FU*K tá um pouco diferente e, nesta edição, trará uma novidade nas duas pistas: a primeira estará repleta de hits do rock, indie e pop, indo de Arctic Monkeys a Rihanna, enquanto a segunda chega com uma combinação bem louca de pop, funk, reggaeton e mais o que te fizer ir até o chão.

O blogueiro que vos fala, Gui Tintel, é quem abre os trabalhos na pista debaixo e, só pra você ter um gostinho do que vai rolar, preparamos a playlist abaixo, com Pabllo Vittar, Anitta, MC Carol, MC G15 e mais um pouco.

Vamo dansá?



Nosso encontro tá marcado no Lab Club, em São Paulo, e para ter mais detalhes sobre a festa, que ainda contará com picolés, shots de catuaba, red bull e maquiagem de grátis, você pode correr lá no evento do Facebook (já aproveita pra confirmar presença e convidar os amigos tudo).

A festa nem começou e já nos deu onda.

Dona dos hits de Bieber, Britney e Selena Gomez, Julia Michaels estreia com o trip-hop de “Issues”

Como compositora, Julia Michaels já nos provou o quão boa é. Ela está por trás de hits como "Sorry", do Justin Bieber, e "Hands To Myself", da Selena Gomez, além de ter contribuído em diversas faixas do "This Is What The Truth Feels Like", da Gwen Stefani, e do "Glory", da Britney Spears. Agora, Julia quer nos provar que também pode segurar uma carreira de cantora e, para isso, lançou seu debut single, "Issues". 

A faixa é pop na medida certa sem deixar de apresentar algo novo e te pega na primeira ouvida pela proposta que foge do comum das rádios, com um pé no trip-hop. Justamente por ser uma canção que não se parece com o que está em alta no momento, acreditamos que ela tem potencial para ser aquele smash que funciona como um respiro em meio a tanta coisa igual.

Pra quem gosta de Lorde, Melanie Martinez e Halsey, é uma ótima pedida:



"Issues" não é o primeiro trabalho de Michaels como cantora. Ela já tentou se lançar independentemente, sem sucesso. Recentemente, após o estouro de "Sorry" e "Hands", ela participou de "Carry Me", do Kygo, que foi tema das Olimpíadas de 2016, chegando a inclusive performar na cerimônia de encerramento no Rio de Janeiro (pra você que não lembra, ela era a moça que apareceu em um macacão brilhante verde fazendo quem não a conhece se perguntar se a Cláudia Leitte teria sido chamada para a festa). 


Encontrar compositoras que querem seguir carreira de cantora não é difícil. Só para citarmos algumas, temos Sia, Bebe Rexha e Bonnie McKee. Mas os resultados variam, e a gente bem sabe. Apesar de situações parecidas e de lançarem trabalhos de qualidade, as três vivem momentos completamente diferentes: Sia se tornou um nome forte no mercado, Bebe está lutando para aparecer seu nenhum feat. e Bonnie McKee ainda não emplacou. Esperamos que, com todo esse apoio da gravadora e essas composições de sucesso, Julia seja mais Sia e até Bebe do que Bonnie. 

Para esse ano, Michaels não confirmou muita coisa, mas considerando que seu selo está apostando bastante em sua carreira, podemos esperar pelo lançamento de um EP. 

Faltou pouco para "Assassin's Creed" ser tão foda quanto queríamos

"Assassin's Creed" é uma franquia de jogos criada pela Ubsoft que arrecadou milhões nos últimos anos. O sucesso foi grande suficiente para trazer o game às telonas. 

Quando a adaptação foi anunciada com Michael Fassbender no papel principal, as expectativas foram para o alto, principalmente considerando que a Ubsoft estaria envolvida na produção. A franquia de jogos traz uma história digníssima de Hollywood, e esta era a oportunidade certa para ver algo bem incrível no cinema baseando-se num videogame do jeito certo. Porém fomos pegos de surpresa quando descobrimos que o longa-metragem não pegaria uma das tramas dos jogos.

Mesmo com toda a grandiosidade da franquia, seria arriscado trazer uma trama diretamente dos jogos, logo a melhor opção foi pegar apenas a mitologia e começar do zero. Aqui acompanhamos Cal Lynch (Fassbender), um ex-presidiário que revive as memórias de seu ancestral Aguilar na Espanha do século XV. Aguilar é um membro do Credo dos Assassinos que protege a Maçã do Éden, um artefato cobiçado pelos Templários. E pararemos aqui para não soltar grandes spoilers.

Por mais que o filme de Justin Kurzel ("Macbeth") busque algo novo, ela ainda consegue ser destinado até para o fã mais chatinho que insiste que uma adaptação deve ser extremamente fiel e que não entende que são mídias diferentes, logo mudanças são feitas para se adequar melhor ao formato de tal mídia. A tão pedida fidelidade entra como fanservice para o deleite dos fãs, e é por este motivo que a produção é destinada a eles. E surpreendentemente ele é dosado.


Um ponto legal de se relevar é todo o aspecto visual, que vai desde à fotografia ao próprio Animus. É tudo tão lindo: os tons cinzas da Abstergo e o aspecto sujo e escuro da Espanha são fantásticos. Considerando seu gênero, é bacana ver que até a fotografia foi pensada. E quanto ao Animus, a solução dada para tornar a experiência de Cal mais real é maravilhosa.

A ação é freneticamente foda e as coreografias são de tirar o fôlego. Boa parte de tais sequências ficam por conta das passagens no passado — coraçãozinho forte para a segunda sincronização do Animus ♥. Inclusive, estas passagens no passado entram para quebrar o ritmo lento do presente, que só mergulha na ação nos minutos finais.

Um dos problemas da produção fica pelos personagens de apoio que são totalmente descartáveis. Você não se importa com ninguém. Os assassinos são rasos ao ponto de serem apenas para efeito da ação — a companheira de Aguilar é problematicamente esquecível. Até mesmo o vilão do filme é bem qualquer coisa, sem personalidade e frases de efeito que dão sono. Seu tom genérico só é "perdoado" por estar ali apenas para dar gás à vilã de sua continuação. Apenas Michael Fassender e Marion Cotillard se salvam.


Outro probleminha de “Assassin’s Creed” é ser destinado única e exclusivamente para os fãs. Trazer referências claras à franquia de jogos quebra a experiência de quem sequer tem ideia de que o filme é baseado em algo maior. Por mais incríveis que o filme possa ser, o resultado é diferente para cada um — ele tem que ser quase o mesmo.

O roteiro também dá suas escorregadas. A mitologia de "Assassin's Creed" é complexa demais para ser explorada em pequenas 2 horas, e até que o roteiro consegue se virar, porém o saldo final é de que nada foi de fato muito bem aprofundado.

Enfim, poucos elementos dos jogos foram mantidos, enquanto coisa ou outra foi alterada e até mesmo melhorada (alô, Animus!). Talvez o fanservice tenha contribuído para uma melhor experiência, fazendo com que o que fosse alterado não causasse um certo estranhamento para quem conhece a franquia no mundo dos videogames. De qualquer maneira, a adaptação é a prova de que dá para fazer algo bom sem a necessidade de ser fiel. Uma boa dose de fanservice é sempre bem-vinda, mas não é apenas isto que torna um filme excelente.

Há muito coração no mar de "Moana", nova animação da Disney

Personagens Disney têm muito peso na cultura pop. Nem é preciso dissertar muito sobre o assunto; basta fazer pesquisas rápidas no Google para encontrar diferentes versões das adoradas princesas do estúdio, e adaptações alternativas das músicas que marcaram a infância de muitos. Carregando traços culturais e muitas ideologias sociais das épocas em que foram produzidos, os clássicos filmes de animação permanecem vividamente na memória do cinema (e do público), como "A Pequena Sereia" (1989), "Aladdin" (1992), "Hércules" (1997) e "A Princesa e o Sapo" (2009).

Ron Clements e John Musker, diretores responsáveis pelas produções aqui já citadas, decidiram então mergulhar totalmente nas técnicas de animação em computação gráfica (CGI) em sua nova produção, "Moana - Um Mar de Aventuras" (2017, Brasil). A dupla, que costuma trabalhar com culturas de diferentes locais do globo, realizando um intenso processo de pré-produção e pesquisa, resolveu desta vez mirar nos mares polinésios; sua nova protagonista (que nomeia o filme) é nativa da região e conta com a ajuda de um semideus chamado Maui (Dwayne "The Rock" Johnson/ Saulo Vasconcelos), personagem inspirado em lendas locais, para enfrentar desafios que retratam com afinco os credos do povo que a inspirou.

Moana (Auli'i Cravalho/Any Gabrielly) é a jovem filha do chefe da ilha Motuni. Desde criança, a personagem anseia em velejar e descobrir regiões além da ilha, mas por proibição do pai, que teme em perdê-la, ela cresce aprendendo a função de liderar seu povo. No entanto, com a aproximação de uma misteriosa "escuridão" que promete atingir o bem-estar do povo de Motuni, Moana sai em uma aventura para encontrar o semideus meta-morfo Maui e, com sua ajuda, realizar as atividades necessárias para restaurar o equilíbrio na vida de todos ao seu redor.


A história da adolescente espirituosa que deseja descobrir o mundo longe de sua casa não é ao certo inédita; a fórmula já é conhecida da Disney, sendo utilizada em "A Pequena Sereia" (1989), "A Bela e a Fera" (1991) e "Enrolados" (2010), por exemplo. O modelo narrativo, que segue a jornada do herói de Joseph Campbell, também não soa como alguma novidade, criando uma trama bastante episódica (fator evidenciado pela curta participação dos piratas-coco Kakamora e do siri gigante Tamatoa). Apesar destes fatores tradicionais, que contrastam perfeitamente com o corajoso, moderno e excelente "Zootopia" (2016), seu filme predecessor, "Moana" ganha destaque por sua qualidade de trama, que traz personagens mais profundos e interessantes.

Também é, de fato, impossível negar as pequenas evoluções de discurso nesta nova era de produções Disney. Como dito no início deste texto, as animações do estúdio carregam ideologias da época em que foram produzidas  e, no caso de Moana, nada melhor do que apresentar uma protagonista com corpo curvilíneo, cabelo cacheado e novos traços étnicos que não são europeus (não que isto não tenha sido construído anteriormente em outros longa-metragens. No entanto, este é um novo patamar atingido). Aventureira nata, a personagem-título não gosta de ser definida como princesa, e tampouco deixa o poderoso (e convencido) Maui tomar seu lugar.

Em termos visuais, "Moana" é estonteante. A animação apresenta avanços notáveis de movimento, e o cenário, com grande fotorrealismo, é cheio de texturas e cores, sendo, acima de tudo, crível. Com alto nível de detalhes, o Oceano (aqui também personagem) e as estrelas compõem uma fotografia que é quase um presente aos espectadores, criando sequências tão belas que muita gente vai querer usar como screensaver ou capa nas redes sociais.


A música, composta em uma parceria entre a banda de ritmos tribais Opetaia Foa'i, o astro Lin Manuel-Miranda (responsável pelo premiado musical "Hamilton") e o compositor de trilhas Mark Mancina, é completamente satisfatória, contagiante e, inevitavelmente, viciante. A wish song de Moana, "How Far I'll Go", o glam rock cantado pelo caricato Tamatoa (Jemaine Clement), "Shiny", e a balada de auto-descoberta "I Am Moana (Song of Ancestors)" são alguns dos pontos altos do filme. As adaptações em português, produzidas por Mariana Elisabetsky, nome conhecido do teatro musical brasileiro, não deixam em nada a desejar (inclusive na dublagem). É música pra colocar on repeat!

Como resultado, "Moana" é uma animação cheia de sentimento. Com alguns passos mais longos do que outros, o estúdio do Mickey comprova que é sempre capaz não só de se reinventar, mas conquistar as lágrimas e o carinho do público (os adultos, inclusive, devem tirar um proveito maior da história que as crianças, facilmente entretidas pelo colorido na tela e as piadas que oscilam entre o humor genérico e o pontual). Há muito coração neste oceano, de um estúdio que vem se encontrando novamente na última década, após vários fracassos de bilheteria e uma crise criativa. E, em resposta, a protagonista canta: "Com o passado eu aprendi / Esse legado mora aqui, me invade".


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