Uma viagem pelo tempo com os synths de Denis Mattos e seu novo disco

Quem curte Tame Impala, Daft Punk e Pet Shop Boys, tem tudo para pirar com o novo álbum do cantor Denis Mattos, chamado “Listening to Stars”.

O quarto trabalho do artista brasileiro é composto por 10 faixas e, ao longo da produção, totalmente assinada pelo cantor, somos introduzidos em um universo que ultrapassa o espaço-tempo, com misturas de batidas e sintetizadores de décadas passadas, somadas aos vocais quase crus de Denis.

“Listening to Stars” conta com apenas uma participação, do duo Stop Play Moon, e segundo o artista, independente, é um álbum feito para concluir uma fase de sua vida, abrindo as portas para novas oportunidades e inspirações.

O disco será lançado em seu formato físico na próxima sexta-feira (23), mas já pode ser conferido na íntegra pelo Spotify:

Lady Gaga é a maior rockeira que você respeita no clipe de “Perfect Illusion”


Já pode oficializar que a era rock chegou, mesmo.

Como prometido, Lady Gaga lançou na noite desta terça-feira (20) o clipe da sua música de retorno, “Perfect Illusion”, e ao contrário de seus outros vídeos, seu novo material é de uma simplicidade extrema, nos levando por uma aventura no deserto, que acaba em um show, com a participação dos três nomes que estiveram por trás da canção: Kevin Parker, Mark Ronson e Bloodpop.

A direção de “Perfect Illusion” é da Ruth Hogben, que já havia trabalhado com a Gaga num ensaio para a revista Elle e no nunca visto clipe de “Venus”, do álbum “ARTPOP”, mas a impressão deixada é de que a ideia central do clipe veio mesmo da cantora, focando-o nessa apresentação porralouca, por trás de uma câmera que pula junto com a plateia e, se não te deixar louco, causará uma bela dor de cabeça.

Em questão de cores e iluminação, o clipe novo lembra bastante “Judas”, do “Born This Way”, mas as semelhanças com as suas produções anteriores terminam aí, o que é um pouco decepcionante, pra ser honesto. Felizmente, a música parece ainda maior com seu videoclipe, nos deixando com uma puta vontade de cantá-la no festival mais próximo, com direito ao microfone que, com certeza, giraríamos pelo ar.

Uma perfeita ilusão.



O novo disco de Lady Gaga, “Joanne”, será lançado no dia 21 de outubro e conta com aparições de Florence Welch, Beck e Father Misty John. A música boa, pelo menos, parece garantida.

O primeiro episódio de “Supermax” é muito ruim, mas depois melhora

Com mais baixos do que altos, a estreia de “Supermax” não reflete a qualidade da série e deve decepcionar os telespectadores. Mas ainda melhora.


Chegou a hora da verdade e, na noite desta terça-feira (20), estreia na Globo a série “Supermax”, que mistura a fórmula do maior reality show da emissora, Big Brother, com uma dose de suspense, ação e terror, resultando num formato inédito para as produções brasileiras – e que tinha tudo pra dar errado, convenhamos.

Numa estratégia que visa conquistar os fãs das séries gringas, acostumados com a urgência do Netflix e afins, a emissora liberou em sua plataforma on demand 11 episódios da nova série, guardando apenas o desfecho para a televisão, e ansiosos como estávamos, já devoramos todos os episódios pela internet, adiantando pra vocês um pouquinho do que esperar da nova trama global.

Logo de primeira, precisamos ser honestos: quem assistir ao primeiro episódio nesta terça, terá muita, mas MUITA vontade de nunca mais ver a série. Mas relaxa, porque melhora.

O começo de “Supermax” é bem fraco, principalmente se pensarmos no ritmo proposto por seu trailer, além de toda a divulgação que antecedeu a série, e a vontade ao assistir seu primeiro capítulo é de dar adeus e dizer que foi golpe, mas é uma questão de tempo até que a série ganhe mais ritmo. E é no fim desse mesmo episódio que isso acontece.

Um dos principais problemas dessa abertura é o seu texto, que demora para levar o telespectador a algum lugar específico e constrói momentos esquecíveis, até desnecessários, numa tentativa de mastigar alguns elementos importantes para a compreensão de como o programa funciona. O clima amigável, com cara de “BBB”, também é um tiro no pé. Todos sabem que o programa propõe o confinamento dentro de um fucking presídio abandonado, não tem dois milhões de reais que mantenham as pessoas tão tranquilas o quanto veremos na TV. Mas, como dissemos, isso melhora.



Outro problema, pelo incrível que pareça, era um dos elementos que mais nos animou em seu trailer: a apresentação de Pedro Bial. Dada a relação com o Big Brother e o fato dele ser um rosto facilmente relacionável ao tipo de reality, esperávamos que ele levasse para “Supermax” uma atuação à la Caesar Flickerman, o apresentador cômico e caricato dos “Jogos Vorazes”, mas o que ele entrega é uma preguiçosa versão de si mesmo, quase como se não lembrasse que esse programa não era o seu. Tava vendo a hora dele soltar um “vamo nessa nave louca”, enquanto conversava com os participantes.

São poucos os personagens que se sobressaem nesse primeiro momento, mas não demoramos a encontrar os rostos que já não aguentamos mais (nisso, lembra bastante o “BBB”), como a insuportável e rebelde sem causa Cléo Pires (A Maior Atleta Paralímpica Que Você Respeita) e a indecifravelmente previsível Mariana Ximenes (não pensamos num apelido legal para ela). Por sorte, as duas não roubam a cena, ainda que sejam os nomes mais famosos do elenco.

Elas dividem o quadro de participantes com Sai Hétero (o ex-jogador de futebol, Artur), Madame (a ex-riquíssima, Cecília), Emogótico (bancado pelos pais, Dante), Mulher Perigosa (dona de casa, Diana), Janette (a empresária, Janette), Aécio (o economista, José Augusto), Bundão (ex-lutador de MMA, Luisão), Rumpelstiltskin (ex-padre que é A. CARA. do personagem de “Once Upon a Time”, Nando), Homão da Porra (ex-policial, Sérgio) e Fora Temer (médico, Timóteo). Guarde esses nomes.



Embora o clima inicial seja bem arrastado, “Supermax” ganha gás e nos prende quando o jogo começa pra valer. Numa primeira impressão, diríamos que a série pega muito emprestado de “Ensaio sobre a cegueira”, do português José Saramago, e, partindo deste ponto, segue pelas outras referências percebidas nos trechos anteriormente revelados: “Jogos Vorazes”, “The Walking Dead”, “Lost” e “American Horror Story”.

Em termos visuais, a série não perde em nada para as produções gringas, mas o mesmo acerto não se repete com a trilha sonora, que pesa a mão na intenção de criar momentos épicos e só nos impressiona mesmo com a sua abertura, ao som de “Darkness”, do canadense Leonard Cohen.



Com mais baixos do que altos, a estreia de “Supermax” não reflete a grandiosidade da série como um todo e, por esse deslize, pode atrapalhar de forma significativa a audiência da série pela frente. Mas, se você não assistiu aos episódios online e pensa em acompanhá-la pela TV, pode confiar: o melhor está por vir.

Resumão do Emmy 2016: menos Jimmy Kimmel e mais Stranger Things, por favor!

Ontem (18) a noite, os principais astros de TV dos EUA se reuniram em Los Angeles para a realização do 68º Emmy Awards, equivalente ao Oscar das produções televisivas e maior premiação do ramo. Apresentada pelo comediante Jimmy Kimmel, que não teve lá o seu melhor desempenho, a cerimônia não contou com muitas surpresas e trouxe como maiores premiados o popular seriado Game of Thrones (que conquistou o prêmio de Melhor Série de Drama e outros dois principais, totalizando no recorde 38 troféus desde a sua estreia) e a minissérie The People v. O. J. Simpson: American Crime Story (com cinco prêmios em sua categoria).

Produção de Ryan Murphy (American Horror Story, Scream Queens) para o canal FX, The People v. O. J. Simpson: American Crime Story reconstitui em dez episódios o caso do ex-atleta que, em 1994, foi julgado por assassinar a esposa, Nicole Brown, e um amigo. Além de ser eleita como a melhor na categoria minissérie, ela conquistou prêmios de atuação para Courtney B. Vance (Melhor Ator Principal em Minissérie ou Filme), Sarah Paulson (Melhor Atriz Principal em Minissérie ou Filme) e Sterling K. Brown (Melhor Ator Coadjuvante em Minissérie ou Filme). Também levou o prêmio na categoria Roteiro para Minissérie, Filme ou Especial.

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Dentre as produções de drama, a queridinha série de fantasia épica da HBO conquistou (além do prêmio principal) os prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Direção (ambos pelo episódio "Battle of the Bastards", da última temporada exibida). O prêmio de Melhor Ator em Série de Drama foi para o maravilhoso Rami Malek, por seu desempenho como o protagonista de Mr. Robot, e o de Melhor Atriz em Série Dramática para Tatiana Maslany, que o conquistou merecidamente por suas diversas interpretações em Orphan Black.

Na categoria de comédia, o prêmio principal foi, pela segunda vez, para a sátira política da HBO Veep. A protagonista, Julia Louis-Dreyfus, conquistou o prêmio de Melhor Atriz em Série de Comédia pela quinta vez consecutiva (!). Jeffrey Tambor, também veterano ao prêmio, o conquistou novamente na categoria Melhor Ator em Série de Comédia por seu papel em Transparent.

No geral, a edição deste ano do Emmy Awards não trouxe muitos momentos memoráveis ao público. Apesar dos prêmios merecidos e quase nada que surpreendesse (um caso ou outro, como a conquista positiva de Tatiana Maslany, as injustiças com a minissérie Fargo e o reconhecimento ao especial de TV Grease Live!), a apresentação do evento foi bastante desequilibrada e desinteressante.

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Jimmy Kimmel caiu no lugar-comum das péssimas piadas envolvendo racismo e foi muito bem ofuscado por outros astros e comediantes, como Amy Schumer, James Corden, Matt Damon e o queridíssimo elenco mirim do seriado Stranger Things (e que - definitivamente - roubou a cena!). Um ponto positivo, no entanto, vem nos apelos à visibilidade de transexuais na indústria do entretenimento, realizados por Jeffrey Tambor, Laverne Cox (de Orange is the New Black) e pela diretora Jill Soloway, de Transparent. É isso aí!

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Confira aqui a lista completa de nomeados e vencedores.

Após 32 semanas (!), Rihanna deixa o top 10 da Billboard com o disco “ANTI”

Se engana quem pensa que Rihanna não foi bem com o disco “ANTI”, que rendeu singles como “Work” e “Needed Me”.

Em seu oitavo álbum de inéditas, a barbadiana sentiu o impacto dos streamings de uma maneira extremamente positiva e, nesta semana, ficou de fora do top 10 da Billboard Hot 200 pela primeira vez, após TRINTA E DUAS semanas entre os mais vendidos da lista americana.


Por enquanto, a Billboard ainda não revelou em qual posição a cantora ficou nesta semana, mas confirmou a sua queda do top 10, por conta da chegada de discos como “They Don’t Know”, do Jason Aldean, e “Wild World”, do Bastille, além do reinado permanente de Drake e seu “Views”, que acumulou 59 mil cópias na contagem dessa semana – vendendo apenas 8 mil, se isolarmos os números dos streamings.

Rainha é assim, né gente?

Com vídeo misterioso, “Girls In The House” anuncia parceria com a TNT Brasil


Por essa, ninguém esperava!

Todos estão ansiosos pelo próximo episódio de “Girls In The House”, segundo da sua nova temporada, e por meio de um anúncio, foi confirmado que a série, produzida pelo brasileiro Raony Phillips, firmou um contrato com a TNT Brasil, que deverá emprestar a sua marca para as aventuras de Duny e companhia pelo Facebook.

Em um vídeo, publicado pela TNT, temos um teaser com a participação de Duny, Sia, Beyoncé, Adele e Lana Del Rey, no que parece ser um cativeiro. Tudo está cheio de mistério, até que surge o logo da emissora e o anúncio de uma dará: 21 de setembro. O que será que acontecerá nesta data, gente?

A parceria de “Girls In The House” com a TNT deverá resultar em vídeos focados nos grandes eventos que a emissora promove, como Oscar e Grammy, e daí uma nova história deve desenrolar. Olha só:


Agora vai!

Desde o episódio da spin-off “Disk Duny”, no qual Kim Kardashian desmascarava Taylor Swift, “Girls In The House” se consagrou como o maior viral que a gente respeita e, vez ou outra, entrava para os assuntos mais comentados do Twitter, com direito a destaque pela rede social e tudo mais.

Em seu perfil pessoal, o criador da série, Raony, já demonstrou a vontade de colocar sua produção no catálogo do Netflix. É bem provável que agora não demore para isso acontecer.

Guerreiras, sim, mas do amor! Fifth Harmony lança clipe pós-apocalíptico para “That’s My Girl”

É aqui a deserto tour?

Gravado desde o começo da era 7/27 e apelidado pelos fãs de "clipe do deserto", a produção, que hoje sabemos se tratar do vídeo de "That's My Girl", finalmente foi lançada e traz Camila, Lauren, Ally, Dinah e Normani em um mundo pós-apocalíptico.

No clipe, dirigido por Hannah Lux Davis, vemos as garotas como guerreiras da paz, marchando e levando ajuda para os feridos dessa cidade destruída. Tudo isso, é claro, enquanto arrasam na coreografia. Confira:


Gostamos do clipe, mas poderiam ter usado um pouco de "Who Run The World (Girls)" da Beyoncé e colocado as garotas para lutar contra um governo de homens opressores, né? Teria ficado ainda mais girl power, do jeito que a música pede.

"That's My Girl' é o terceiro single do 7/27, segundo álbum das meninas do Fifth Harmony. A canção sucede "Work From Home", maior hit do grupo até o momento, e "All In My Head (Flex)" que, apesar de ser ótima e ter ganhado um bom clipe, não vingou de fato. Será que "That's My Girl" vai seguir os passos de "Work From Home" ou morrer na praia (perdão pelo trocadilho) como "Flex"?

A Britney dançando “Me Too”, da Meghan Trainor, é tudo o que você tem que ver hoje

A influenciadora digital, Britney Spears, usou o seu Instagram no último domingo (18) para divulgar e enaltecer a coreografia que resolveu arriscar nesse fim de semana. Só que, no lugar do seu disco “Glory”, recém-lançado, Britney queria mesmo era dançar ao som de Meghan Trainor e, sendo mais específicos, da canção “Me Too”, do CD “Thank You”.


Coincidência ou não, essa faixa da hitmaker de “I Won’t Let You Down” foi bastante comparada com “Trouble for Me”, do “Femme Fatale”, desde o seu lançamento, o que talvez explique o fato de Britney ter gostado tanto dela.


A gente até imagina a cantora escutando a música no Spotify e falando: “que legalney! Realmente legal e excitante! É muito divertida”, até que alguém chega nela e fala, “Brini, cê fez uma dessas antes, amore”.

Como quer que tenha terminado esse diálogo, a coreografia ficou realmente muito boa:

Um vídeo publicado por Britney Spears (@britneyspears) em


Meu amor, eu sou professora de dança!

Album Review: “Glory” nos traz a maior Britney Spears que você respeita

Britney Spears, “Glory” (2016)

Sem pensar duas vezes, esse é o seu melhor trabalho desde “Circus” e, enfim, soa como o retorno que tanto queríamos ouvir.




Todo disco novo de Britney Spears é a mesma história: ela finalmente está voltando e em sua melhor forma. A impressão deixada é de que a credibilidade dela é tanta, que os fãs e público simplesmente não deixam de confiar no seu potencial, mas são então decepcionados por um amontoado de hits em potencial armados por grandes produtores do momento e, shiii, fica pra próxima. E é bem assim, mesmo.


Embora muitos fãs possam discordar disso, o único álbum que eu acredito fugir dessa regra foi o “Britney Jean” (2013), que não é lá de seus melhores discos e peca em ficar tão preso ao líder do Black Eyed Peas, will.i.am, mas é um bom material e entrega o que tanto gostariam: uma Britney fora da sua zona de conforto.

O problema do “Britney Jean”, além dos baixos números, que também influenciaram a reação do público, é deixar Britney TÃO distante da sua área, ao ponto de sequer soar como ela em alguns momentos, e por mais que hajam músicas fodas, como “Alien”, “Body Ache” e “Don’t Cry”, se perde nas lembranças dos que torceram o nariz para “Work Bitch” e “Perfume”, os únicos singles do CD.

Corta pra 2016. Britney Spears anuncia seu grande retorno com uma performance no Billboard Music Awards e, sem tempo a perder, protagoniza mil e uma declarações sobre uma nova fase. “Ela tá bem inspirada no The Weeknd”, eles disseram. “Será algo divertido, sexy, diferente de tudo o que ela já fez”, fala outro fulano. E o disco “Glory” chega até nós.

Um fato importante sobre “Glory”, é que will.i.am, que comandou as produções do “Britney Jean”, sequer sabia da existência do álbum até que ele se tornou notícia. Outro é que, por mais que conte com muitos colaboradores, esse é o disco em que Britney parece ter assumido o controle do que faria e como isso soaria, apostando, inclusive, em novos produtores do momento para reinventar o seu próprio som. E já aproveita pra guardar essa conversa sobre “reinvenção”, essa é a palavra.

A primeira faixa de “Glory”, funciona, na verdade, como uma introdução. “Invitation” é contida, mas já entrega o primeiro feito do disco: Britney Spears está explorando seus vocais como nunca antes. Seu arranjo mescla samples e sintetizadores com uma coisa meio trap, sexy pra caralho, numa linha que vai da Ellie Goulding ao disco “Revival”, da Selena Gomez. Te deixa animado para continuar.



Um erro de Britney nesta nova fase foi a escolha para parcerias e, depois de Iggy Azalea na agora esquecida “Pretty Girls”, ela apareceu com o tal do G-Eazy em “Make Me”. Não tenho nada contra o rapper branco, até tenho amigos que ouvem, mas sejamos sinceros, como essa música soaria sem ele? Exatamente da mesma forma. O importante é que sua participação é tão “não fede, nem cheira”, que também não atrapalha a música. Um R&B pop chicletão, que soa como aquela semi-nude que você envia para seduzir o crush, sem se mostrar por completo.

“Private Show” já traz uma Britney mais safadinha. Ela tá no comando do seu show fechado, numa alusão à residência em Las Vegas, e brinca mais uma vez com os seus vocais, enquanto propõe uma apresentação só para o cara que, neste momento, já deve estar babando pra ela. A música flerta com uma coisa levada para o hip-hop, até por seus momentos mais falados, mas tem como destaque o puxado “I put on a privaaaaate show”. É boa, mas soa um podia ser menor.

O começo de “Man On The Moon” faz uma viagem, dando a impressão de que abre um novo momento no disco. Quando chega o seu arranjo, somos levados direto para a Britney dos anos 90, que revive também em seus vocais, agora mais limpos e menos esforçados que na faixa anterior. No pop romântico, ela consegue se desenvolver entre os sintetizadores de forma bem contida, com uma sonoridade que cresce nos pequenos detalhes e letra que fala sobre dormir para sonhar com o seu amado.

Com produção do Cashmere Cat (Ariana Grande, The Weeknd), “Just Luv Me” assume uma posição menos pop, embora também possua um fator radiofônico. A música é um R&B meio AlunaGeorge, com um pé no alternativo à la Ellie Goulding, carregando uma das melhores letras do disco, na qual Britney afirma que não precisa de muito, só quer que ele a ame. Um dos versos que eu mais gosto é quando ela, aparentemente, faz referência a crise de 2007, cantando: “se você acha que eu estou dizendo isso porque estou passando por uma fase difícil, como se estivesse mascarando os problemas que venho enfrentando, você está errado, porque eu não preciso de ninguém quando estou despedaçando”. Mais forteney do que ontem.

Abre o cabaré, porque a fase Burlesque chega pra todas. “Clumsy” é a música mais divertida do “Glory” e, logo em seus primeiros segundos, dá uma nova cara para o disco. Ela é eletrônica, mas bastante orgânica. É bagunçada, mas com tudo no seu lugar. E traz uma Britney toda rainha da EDM, pra depois colocá-la cantando sob um coro e palminhas. Isso sem falar no memorável “oops”, que, é claro, nos lembra de um dos seus clássicos. Não tem como ficar parado.

E agora a gente entende que o negócio é pra dançar. “Do You Wanna Come Over” é a prova de que, quando os fãs de Britney pediam uma sonoridade diferente nos seus novos trabalhos, eles simplesmente não sabiam o que queriam, justamente porque essa é a música mais “Britney” de todo o registro e, gente, não tinha como funcionar melhor. Com cordas mescladas à potentes sintetizadores, a faixa encarna a melhor Britney Spears que você respeita, com a pergunta entoada no tom mais sexy-Spears possível: cê quer dar uma voltinha? Nossa Britney tá viva.



Cê já tá cansado, suado de tanto dançar e, definitivamente, nada sexy – como Britney provavelmente estaria, daí tem a chance de dar uma descansada com “Slumber Party”. Primeira investida da cantora nas tendências atuais, “Slumber” é um reggae-pop, que nem “Side to Side”, da Ariana Grande, e traz mais alguns experimentos da cantora com os seus vocais – aqui mais graves. O que mais me chama a atenção, além do arranjo infalível, é a sua letra, nada repetitiva e com ganchos muito certeiros. “Nós temos as velas penduradas no teto e usamos nossos corpos para fazer nossos próprios vídeos. Coloca aquela música para nos deixar loucos. Vamo ficar loucos. Que nem numa festa do pijama”.

Versatilney Spears vem acústica em “Just Like Me”, com um arranjo que abre espaço para seus vocais crescerem, mais uma vez, até que explode em outra dose de reggae no seu refrão. Na letra dessa, Britney não consegue acreditar que o cara quis traí-la com uma mulher exatamente igual a ela. Daí ela canta: “não, eu não posso acreditar. Ela parece muito comigoney”.

Em “Love Me Down”, ela tá cansada de sofrer por homem e só pede pra ele calar  a boca e amá-la. A pegada reggae tomou conta do disco, mas a conversa volta a ficar meio eletrônica, ao estilo “Sorry”, do Justin Bieber, e “On My Mind”, da Ellie Goulding. É uma delícia e grande candidata à single do disco, eu espero A levantadinha que ela dá nos vocais em seus últimos segundos é muito #livechanging.

De volta ao pop em sua mais pura fórmula, “Hard To Forget Ya” é aquela confissão de que o cara realmente não sai da sua cabeça. A música funciona bem, ainda que não seja grandiosa, e retoma a fórmula dos versos falados, agora sem pender para o hip-hop. Seu arranjo é minimalista, com um sample em looping da sua própria voz, sendo catapultada antes do seu refrão, que conta até mesmo com riffs de guitarra. “Algo em você é difícil de esquecer. Nós estamos presos aqui para sempre”.

Em seu Twitter, Britney Spears disse que gravar “What You Need” foi “divertido”. E ao ouvir a canção, duvido que ela tenha mentido. Essa faixa é bem funky, trazendo de volta o cabaré que ela abriu em “Clumsy”, mas aproveita a linearidade da sua marcante percussão pra que seus vocais cheguem ainda mais longe, embora a letra seja bem limitada. Será daquelas que podem ser tocadas durante a troca de figurinos no show.

Desde o sucesso do tropical house do Justin Bieber e dancehall do Major Lazer, Rihanna, Drake, etc, se tornou uma regra que todo disco trouxesse uma canção com essa pegada meio “Lean On” e “Sorry”, e é claro que Britney também pegou esse bonde andando. Por mais batida que seja a fórmula, “Better” acerta na ausência de exageros, repetindo o que ela fez bem em todo o disco, mas aplicada ao receitão pronto de Bieber, Diplo e companhia.

“Change Your Mind” é certeira e estranha na mesma medida. A música é meio “Circus”, meio Selena Gomez, tem uma Britney sedutora, toda trabalhada no flerte, daí de repente traz umas falas em espanhol (!), e tudo isso com um arranjo ora contido, no violão, ora explosivo, todo radiofônico. Daquelas que devem dividir os fãs.

“Pode ligar, que eu nunca vou atender. Chora, bebê, você não tá enganando ninguém. Você sabe que eu sei que você é um mentiroso”, canta Britney no refrão “Liar”. Coisa de fã ou não, todo disco dela e do Justin Timberlake tem uma música que parece ser uma resposta para o outro e, no “Glory”, diria que “Liar” é a faixa que perpetua essa teoria. A parte boa é que, se o público estiver certo, Britney finalmente saiu com a melhor nesta aqui, deixando claro que tá pouco se fodendo para todo o chororô dele. Cê não tinha nem que tá aqui, Justin.

“If I’m Dancing” é um funk-pop, que nem a produção do Diplo para a Nicola Roberts em “Beat of My Drum”, e desta vez troca os papéis, com um arranjo grande pra caralho, enquanto os vocais de Britney ficam num plano de fundo. Essa proposta musicão-pra-ninguém-reclamar é refletida em sua letra, com a cantora afirmando: “se eu estiver dançando, é porque sei que a música é boa”. A música é boa.



E se é pra deixar os fãs mais saudosos chorando depois de tanto tiro, é claro que Britney Spears trouxe de volta o seu clássico “Blackout”, só que no formato do manifesto pop francês “Coupure Électrique”, monamour! A música funciona como uma faixa de encerramento e repete o feito alternativo da sua introdução, aqui acompanhado de sintetizadores mais crus, agressivos, que constroem toda uma áurea na qual podemos a imaginar partindo, sob grandes estruturas que se fecham e, enfim, se despedem dessa gloriosa festa.

***

Quando falo que “reinvenção” é a palavra, ressalto o fato de que, embora traga certa influência de artistas da atualidade, Britney Spears não está fazendo mais do que trazendo o que sempre fez para um contexto atual, ajeitando uma coisa aqui e ali para as rádios atuais, enquanto soa como a boa e velha, digo, experimente Britney Spears.

“Glory” é um disco glorioso, com o perdão do trocadilho, e confirma em seu conteúdo a benção presente no seu título, que quase o intitula como o novo testamento da cantora. Sem pensar duas vezes, esse é o seu melhor trabalho desde “Circus” (2009) e, com ou sem o apreço do público sendo refletido nas paradas, tem tudo para, enfim, acabar com toda essa história de que ela está sempre voltando, já que soa como o retorno que tanto queríamos ouvir. It’s Britney, bitch – e isso é maravilhoso.

Por problemas de saúde, Selena Gomez cancela participação no Z Festival

Agora é oficial, gente: Selena Gomez não virá ao Brasil esse ano para se apresentar no Z Festival, que acontece no dia 10 de dezembro.

Já tem algum tempo desde que a cantora de “Same Old Love” começou a cancelar shows de sua agenda, por conta de problemas de saúde, e os fãs aguardavam um anúncio oficial do evento brasileiro, que cancelou a participação de Selena e adiantou que em breve revelará quem irá substituí-la.



Selena Gomez seria a headliner do Z Festival, que contará com shows de Manu Gavassi, Anitta, Projota, Larissa Manoela e Tiago Iorc, e teria se afastado dos palcos por uma possível complicação com a doença lúpus, que voltará a ser tratada daqui em diante.

A última vez que Selena veio ao Brasil à trabalho foi em 2012, quando fez shows em São Paulo e Rio de Janeiro, ao lado da banda The Scene. Com o disco “Revival”, a cantora ainda se apresentaria em Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro.

A gente espera que ela fique melhor o quanto antes, né?

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