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No Dia da Consciência Negra, vamos falar de twerk: a dança daqueles que mudarão o mundo!

A gente não conhece a origem da palavra, que talvez seja uma junção de “twist” + “jerk”, “twist” + “work” ou até mesmo uma contração para “footwork”, mas o significado todos conhecem bem: o twerk é, basicamente, a arte de balançar os quadris para cima e para baixo sensualmente.

Rappers, dançarinas e dançarinos nos Hip Hop, normalmente, são bem ousados. Uma postura escrachada, permissiva e de liberdade sexual que está sempre na linha entre o aceitável e o desrespeitoso (principalmente no tratamento dado as mulheres). Contudo, o movimento negro tem nesse lifestyle uma das suas bases, porque é através de suas letras que as histórias das periferias são contadas e, é com sua dança, que liberdade vem sendo conquistada.

O Twerk existe desde sempre, ou quem nunca viu alguém mexendo a bunda para cima e para baixo? Só que foi apenas na década de 90 que seu conceito foi tomando forma, certamente pela enxurrada de videoclipes com mulheres seminuas. Mais tarde, Queen B cita a dança na letra de "Check On It" ("dip it, pop it, twerk it, stop it, check on it tonight") e de lá pra cá, tivemos Miley Cyrus, no VMA de 2013, revolucionando a televisão mundial, Rihanna em "Pour It Up", Nicki Minaj e sua "Anaconda"e o resto vocês já conhecem.



Então, por que falar de Twerk hoje?

Nosso mundo é socialmente dividido em categorias que privilegiam uns e marginalizam outros dependendo do gênero, da orientação sexual e da cor, ou seja: nestas classificações sociais, os negros estão sempre um degrau abaixo dos brancos, sendo mulheres, gays e transgêneros os próximos degraus da descida da opressão. O Hip Hop, com suas músicas, seus grafites e danças, incluindo o Twerk, é um tapa na cara da sociedade para mostrarmos que existirmos, somos lindos, alegres, donos dos nossos corpos (ao ponto de mexermos nossas bundas sem medo do que vão pensar), talentosos e não iremos a lugar algum, além do topo!

O Movimento Negro é um dos movimentos sociais mais velhos, obviamente, por existir desde os tempos de escravidão. Entretanto, ainda hoje, convivemos com o preconceito diariamente seja nas escolas, nos salários mais baixos, na atuação mais agressiva por parte das forças policiais ou sendo expulsos de lojas da Apple (como aconteceu essa semana na Austrália). Tudo isso mostra que a igualdade ainda está longe de ser alcançada, mas quanto mais tentarem nos aprisionar, mais Major Lazer eles terão, com muitos penteados afros, muitas roupas nada normativas e muito mas, MUITO rebolado.


Quem dança Twerk, seja profissionalmente, nas baladas, no quarto, na sala ou até numa casinha de sapê, não está ali ligando para a sensualidade (inegavelmente presente) dos movimentos. Aqueles movimentos estão associados a indisposição perante a opinião alheia sobre seu corpo, sua pele, suas roupas e maquiagem, ou seja, nossa origem não merece opiniões, apenas respeito. Esse rebolado grita pela liberdade que outrora era privada com algemas e chibatadas e, apesar de parecer a coisa mais insignificante do mundo, antes de julgar, pense que há tempos você nem seria dono do seu corpo!

A sociedade precisa é de mais Nickis Minajs, porque quanto maior a bunda, maior o shock e, precisamos mostrar para todos os racistas e puristas da raça branca, que não há espaço para opressão, porque as nossas bundas estão tomando conta de todo lugar. O empoderamento de cada negro e negra precisa começar dentro de si, pois o reconhecimento da beleza e importância de sua raça é o que dá a vontade de lutar pelo nosso espaço. "Vamo fazendo porque Deus disse: faça por onde que eu te ajudarei", vamo rebolar, porque a sua bunda pode mudar o mundo!

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