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Se você não gostou de “Black Mirror: Bandersnatch”, provavelmente não entendeu

Goste de “Black Mirror” ou não, você assistiu e comentou sobre pelo menos uma de suas temporadas por alguma rede social nos últimos anos. Uma das produções mais hypadas da Netflix, a série nunca termina quando seu episódio chega ao fim e, em sua mais recente cartada, o filme interativo “Bandersnatch”, não foi diferente.

A proposta do longa não é das mais novas: como no clássico global dos anos 90, “Você decide”, a trama desenrola conforme nossas escolhas. Ou, por assim dizer, conforme as escolhas que a plataforma espera – e muitas vezes, induz – que façamos.

Assim como as temporadas anteriores, “Bandersnatch” utiliza da tecnologia para tecer uma crítica que ultrapassa limites de tempo, espaço e universos. Logo, apesar da história se passar em 1984 (o ano que deu nome ao romance de George Orwell, do qual nasceu o “Big Brother” e a expressão “o grande irmão está te assistindo”, que falava sobre o controle e manipulação de um governo autoritário sob uma sociedade diariamente vigiada), passado, presente e futuro se confundem com a linha do tempo narrada. E, quando menos esperamos, nós e a própria Netflix nos tornamos partes da história e de qualquer coisa que possa vir a dar errado dentro dela. 


Desta forma, confundindo – ou mesclando, como você preferir – o lado de cá e de lá da tela, “Bandersnatch” acompanha a trajetória de Stefan: um jovem programador que fica obcecado por um livro de aventuras interativas que leva o mesmo nome do filme e, numa maneira de modernizar a iniciativa, transforma-o num jogo em que os usuários podem opinar nos rumos da história. Assim como o filme, assim como a atração da Globo dos anos 90.

Com o desenrolar da trama, entretanto, a personalidade e estado mental do jovem se aproximam do autor do livro fictício “Bandersnatch”, Jerome F. Davis, que, na história, teria sofrido um colapso durante a criação do livro e assassinado a sua esposa, qual acreditava ser uma agente secreta do governo americano colocada em sua casa pra vigiá-lo. E, neste cenário de confusões, o próprio Stefan passa a surtar e refletir essa bagunça mental em seu jogo.

O que fica perceptível logo de cara é que “Bandersnatch” não é tão guiado pelo espectador quanto alguns esperavam. Suas escolhas ramificam as narrativas que te levarão aos vários finais alternativos da história, mas, tão logo você segue um caminho não previsto ou almejado pela Netflix, a história retorna para algum ponto crucial, até que você repense suas escolhas e faça a escolha deles. E ao contrário do que motivou tantas críticas, é exatamente aqui que eles acertam. “Bandersnatch” não é sobre estar no controle, mas, sim, ser controlado.

Todos os universos e histórias exploradas por “Black Mirror” sempre tiveram como ponto central alguma crítica à tecnologia ou a maneira como a sociedade lida com ela atualmente e, na realidade de “Bandersnatch”, assumimos tanto o papel de vítima – somos forçados a fazer escolhas que não concordamos, mas que precisamos fazer para sairmos de seu labirinto –  quanto de vilões – nossas escolhas, em certos pontos, passam a fazer mal ao personagem central. É praticamente impossível passar pelo filme sem tirar a vida de pelo menos uma pessoa. Nos satisfazendo com a menor das aberturas de estarmos controlando algo, enquanto apenas somos guiados dentro de seus roteiros. Algo familiar para uma realidade habituada ao “on-demand” (inglês para “sob demanda”), mas com acesso limitado ao que definem os algoritmos, presentes na Netflix, Spotify, Youtube, Facebook e até mesmo suas pesquisas do Google.


O falso controle aos espectadores não deveria ser visto com surpresa. Em seu trailer, “Bandersnatch” enfatiza a fala de uma senhora, numa propaganda de tevê, que avisa: “você não está no controle.” Já no longa, um dos personagens mais esclarecidos sobre o universo explorado, o programador de jogos Colin Ritman, protagoniza um monólogo maravilhoso num momento de mútua alucinação e lucidez, causado por uma droga que ele diz usar para “sair do buraco” – estado utilizado pelo filme para descrever os momentos em que você se vê preso no labirinto, sem saber quais escolhas fazer.

Longe de não ter falhas, a proposta do filme pode ficar cansativa para quem se recusar a seguir as escolhas da plataforma e, num momento que transborda vergonha alheia, se utiliza de metalinguagem descartável para criar um alívio cômico que acaba meio solto para o tom da trama. Mas, num geral, e, principalmente, sendo um dos primeiros passos da plataforma neste segmento, é um produto que entrega o que propõe. E que, sendo em “Black Mirror”, te obriga a consumir e falar sobre isso.

Que outra produção da casa seria capaz de te fazer ligar a TV – o filme não é compatível com diversos modelos de smartphones – e usar o controle remoto, apenas para te dizer que você é quem está sendo controlado?

Em seu formato convencional, a quinta temporada de “Black Mirror” estreará ainda neste ano. Segundo seus criadores, suas novas histórias continuarão girando em torno da tecnologia e seus efeitos sob a sociedade, mas deverão contar também com histórias felizes, não se limitando ao tom distópico que ditou a série até aqui.

Tá acabando! :( “Unbreakable Kimmy Schmidt” ganha trailer pra sua última temporada

Tudo que é bom acaba, né? E com “Unbreakable Kimmy Schmidt” não seria diferente. A série, que já conta com três temporadas na Netflix, estreará sua quarta temporada no final do mês, e o primeiro trailer dos novos episódios já foi liberado, olha só:



A última temporada será dividida em duas partes: a primeira, que terá 6 episódios, vai ser lançada no dia 30 de maio, e a segunda, apesar de não ter uma data definida, deve acontecer em breve.

E para a alegria de todos, também já estão acontecendo negociações entre a Netflix e a produtora Universal Television para um filme que serviria como final para a trama.

A gente já tá com saudade de Kimmy e Titus. </3

A última reunião dos “Sense8” no novo trailer da série

Falta menos de 1 mês para vermos o cluster de “Sense8” reúnido pela última vez. A série das irmãs Wachowski, que até agora conta com duas temporadas na Netflix, vai chegar ao fim no dia 8 de junho.

Na quinta-feira (17), o serviço de streaming liberou o trailer do último episódio da série, que será um especial de 2 horas de duração e terá como foco o resgate de Wolfgang.



"Sense8" foi uma das maiores produções da Netflix. Várias cenas tiveram que ser gravadas ao redor do mundo devido as diferentes nacionalidades dos protagonistas, e todo esse gasto com produção e a audiência foram o que levaram o serviço de streaming a optar por cancelar a série. Pelo menos ela vai ter um final, né?

Vai ter terceira temporada de “Westworld” e “The Handmaid's Tale”

“Westworld” é a aposta da HBO com o fim de “Game Of Thrones” chegando. A série, que acabou de estrear sua segunda temporada, já foi renovada para mais uma – o que não foi surpresa nenhuma.

Casey Bloys, o presidente de programação do canal, contou a novidade pro The Hollywood Reporter:
Tem sido um prazer extraordinário trabalhar com os excepcionalmente talentosos Jonathan Nolan e Lisa Joy, além de sua equipe e elenco. Desde a narrativa inspirada ao visual incrível, estamos muito ansiosos para ver onde o próximo capítulo nos levará.



E o mesmo aconteceu com “The Handmaids Tale”, do Hulu. A segunda temporada estreou dia 25 de abril e uma semana depois, o serviço de streaming tratou de renová-la para uma terceira, destacando ainda que o primeiro episódio da série foi o mais visto do serviço, tudo isso durante a semana de seu lançamento. Abençoado seja o fruto, né?



Por enquanto, a gente ainda tem muita coisa pra ver, por que as novas temporadas de "Westworld" e "The Handmaid's Tale" tão só começando.

“13 Reasons Why” estreia nova temporada em maio, já viu o teaser?

⚠ Opa! Pode ser que esse texto tenha alguns spoilers. Se você é do tipo que fica puto com spoilers, esse é um bom momento para parar a leitura ou seguir por sua conta e risco.

13 Reasons Why” é uma das séries da Netflix que mais causou burburinho nos últimos tempos. A história é baseada no livro homônimo de Jay Asher e estreou sua primeira temporada no serviço de streaming em março de 2017.

Na trama, Hannah Baker (Katherine Langford) tira sua própria vida e deixa pra trás 13 fitas (aquelas bem antigas que você precisa de um toca-fitas pra ouvir o conteúdo), cada uma delas sendo um dos motivos que a levaram ao suicídio. A história vai se desenrolando quando Clay Jensen (Dylan Minnette), o amigo mais próximo de Hannah, recebe as fitas e começa a escuta-las para entender sua decisão.



O sucesso da primeira temporada veio bem rápido. Com apenas um mês de estreia, em abril do ano passado a série já era a mais comentada no twitter, provavelmente por focar no cotidiano dos jovens e temas polêmicos (além de suicídio, estupro e bullying foram bastante trabalhados durante os episódios).

Muito se especulou se uma segunda temporada iria acontecer, visto que o livro não tinha continuação e, após Clay ouvir as 13 fitas de Hannah, que rumo a trama iria tomar?

Mas com uma série de tamanho sucesso em mãos, a Netflix não demorou muito para renova-la, e agora já se tem até uma data de estreia. Em novo teaser liberado, foi relevado que os novos episódios chegam dia 18 de maio ao serviço de streaming e, de acordo com o produtor executivo Brian Yorkey,  podemos esperar outras visões dos acontecimentos narrados por Hannah.

Chama o seu cluster, porque tem episódio final de “Sense8” em junho


Sense8 é uma das séries de maior representavidade da Netflix, com personagens de várias etnias, orientações sexuais e por aí vai. A trama foi criada pelas irmãs Wachowski – que tem em seus currículos grandes produções como a saga “Matrix” e e “V de Vingança” – e mostra a vida de 8 pessoas que são conectadas através de seus pensamentos e sensações.


Depois da estreia da segunda temporada, os fãs ficaram ainda mais curiosos para descobrir qual seria o destino de seus queridos protagonistas, mas o resultado não foi tão bom assim.

O serviço de streaming decidiu cancelar a série e Lana Wachowski, uma das criadoras, chegou a explicar em uma carta que os números sempre foram uma questão – tanto em audiência quanto em gastos com produção, visto que cenas foram gravadas ao redor do mundo todo, inclusive na parada LGBTQ de São Paulo.



Com a notícia do cancelamento, veio também uma comoção entre os fãs que criaram uma petição online pedindo que a Netflix reconsiderasse o fim da série, conseguindo mais de 500 mil assinaturas. E a voz do povo é a voz de Deus, né non?

Após tantos pedidos, a Netflix confirmou que um último episódio seria lançado para fechar a saga de Nomi, Sun, Lito, Kala, Riley, Will, Capheus e Wolfgang, e hoje (24), a data do adeus foi finalmente divulgada.



O episódio final irá ao ir dia 08 de junho e para uma trama tão complexa, fica difícil imaginar como todos os pontos finais serão dados, mas pelo menos a gente vai poder ver o cluster reunido mais uma vez.

Primeiro trailer de “Sharp Objects” com a Amy Adams é divulgado e já queremos mais

Amy Adams, mais conhecida como a rainha injustiçada pelo Oscar, está de projeto novo. A atriz, que já atuou em filmes como “Encantada (2007)”, "Trapaça (2014)" e “A Chegada (2016)” estará de volta à TV depois de mais de 10 anos fazendo apenas filmes. Em julho, ela estrelará a nova minissérie da HBO, “Sharp Objetcs”, que teve o seu primeiro teaser trailer liberado hoje.



Na trama, Amy interpreta Camille Preaker, uma jornalista de um jornal pequeno e sem prestígio de Chicago, que acaba de sair de um hospital psiquiátrico por se mutilar. Seu editor-chefe pede para que ela volte a sua cidade natal, Wind Gap, para investigar o assassinato de uma jovem e, durante a investigação, ela começa a descobrir também segredos macabros sobre sua família.

A minissérie foi baseada no livro homônimo de Gillian Flynn, autor do best seller “Gone Girl”, que foi um sucesso nos cinemas estrelado por Rosamund Pike e Ben Affleck. Já a direção ficou por conta de Jean-Marc Vallée, o mesmo diretor de “Big Little Lies”, vencedora de vários prêmios como o Emmy e o Globo de Ouro.

Enquanto uma data oficial não é liberada, a gente fica aqui na contagem regressiva pra estreia em julho.

Netflix anuncia sua nova série, “Sintonia”, com direção do Midas do funk, Kondzilla

A Netflix sabe o que faz quando falamos do audiovisual para os dias atuais, mas quando se trata do funk, até a dona dos streamings precisa de um reforço e, pra isso, chamou ninguém menos que o brasileiro Kondzilla, que estará por trás da sua nova série original, “Sintonia”.

Planejada para 2019, a mais nova produção da Netflix ganhou sua primeira chamada nesta segunda (12) e contará a história de três jovens da periferia, Doni, Nando e Rita, com suas perspectivas sobre o fascínio pelo funk, drogas e religião. Apesar dos pontos em comum, os personagens terão desafios pessoais em busca do seu destino, até compreenderem que só eles poderão salvá-los de si mesmos.

“Espero que seja mais uma das minhas realizações a inspirar mais molecada da favela a persistir com seus sonhos”, comentou Kondzilla. “Nada é impossível. A favela venceu!”


No Youtube, a Netflix também comentou a parceria, afirmando: “Se é pra ajudar o funk a dominar o mundo, eu to dentro!”


“Sintonia” será lançada mundialmente em 2019, com direção de Kondzilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga.

Nova temporada de RuPaul’s Drag Race terá Halsey, Christina Aguilera e vários outros nomes

Parece que RuPaul não estava brincando quando disse que a décima temporada de “RuPaul’s Drag Race” seria de outro mundo. Faltando menos de 15 dias pra estreia da nova temporada, foram anunciados os jurados convidados e tem muita gente F-O-D-A.

De acordo com o TV Line, nomes como Christina Aguilera, Shania Twain, Halsey, Courtney Love, Ashanti, Lizzo, Trodick Hall, Kate Upton, Miles Heizer, Padma Lakshmi e muuuuitos outros prometem agitar ainda mais a temporada.



Na última semana, RuPaul também se envolveu em uma polêmica devido a uma entrevista que concedeu ao The Guardian, dizendo que provavelmente não aceitaria mulheres cisgênero e trans em seu reality show.


A repercussão foi tão grande que o apresentador teve que ir se explicar no twitter:
A nova temporada de “RuPaul’s Drag Race” estreia dia 22 de março na VH1.

O que nós achamos do primeiro episódio de "Skam France", remake da melhor série teen dos últimos tempos

Você já ouviu falar de “Skam”, certo? A série adolescente, produzida na Noruega, foi um estouro em seu país, chegando ao mundo todo com a promessa de ser uma produção conectada com os jovens de hoje. E, francamente, atingiu seu objetivo.

Com personagens divertidos e complexos – há descoberta da sexualidade, reflexões sobre religião e desigualdade de gênero – a trama que, a princípio, poderia ser extremamente eurocêntrica acaba por refletir os dilemas de uma geração mundo afora.



Após o término de sua quarta temporada no ano passado, novas versões começam a ganhar vida. A primeira é a francesa, que estreou na última semana por lá. O primeiro episódio já está na internet e o veredito é simples: assim como a original, o remake promete ser incrível.

Na estreia, conhecemos as personagens com nomes adaptados à nova realidade: Eva, Noora, Isak e Sana, protagonistas da série norueguesa, agora são Emma, Manon, Lucas e Imane. Além disso, o roteiro é quase idêntico ao original. Não podemos também nos esquecer que a trilha sonora badaladíssima da versão da Noruega continua nesta versão.

Por ser tão parecida, os erros continuam os mesmos, como o ritmo rápido e as poucas explicações sobre o que está acontecendo, como a treta entre Emma e Ingrid que só teremos mais informações bem lá na frente.

Por contrato, as adaptações precisam seguir à risca a primogênita até o terceiro episódio. Mas as diferenças, claro, estão nos detalhes. Como o Lucas (antes Isak) que já deixa transparecer o interesse por Yann (anteriormente Jonas). Ou nas interpretações que causam estranheza, como Dahpné (a nova Vilde), que pode dar outro tom à personagem tão amada pelo público.



Na realidade, o mais excitante do remake para os fãs da versão norueguesa é esperar pelas emoções que passamos com os personagens já conhecidos e que nos abandonaram em 2017. A partir do terceiro episódio, com a trama tomando um outro rumo, vamos conhecer novos dilemas de uma juventude culturalmente distinta – mas se tudo der certo, universal.

“The Marvelous Mrs. Maisel” é a comédia feminista que você precisa

É provável que “The Marvelous Mrs. Maisel”, produção original da Amazon Prime Video, tenha passado batido por você no ano passado, mas a série chamou atenção após receber o Globo de Ouro de Melhor Comédia e de Melhor Atriz na categoria, prêmio entregue à Rachel Brosnahan ("House of Cards"), que dá vida a protagonista Miriam “Midge” Maisel.

Criada por Amy Sherman-Palladino, também responsável por “Gilmore Girls”, a produção é uma das melhores comédias que apareceram na TV nos últimos tempos. Midge, como é chamada pela família, é uma dona de casa nos anos 1958 que só quer isso para sua vida. Com dois filhos, vivendo em Upper East Side, ela parece ter a vida perfeita. Se esforça para isso, como maquiando-se depois do marido dormir, e levantando cedinho para se arrumar, para que ele sempre a veja bela. 

Acontece que por baixo dessa máscara de mulher ideal, Midge é à frente de seu tempo em todos os sentidos. Já nas primeiras cenas, a vemos contando sobre o dia em que saiu correndo nua pelo campus da universidade com algum tipo de descolorante de pelos pegando fogo em sua virilha, e fazendo um mini show de comédia em seu casamento. 

Seu marido, Joel (Michael Zegen), tem paixão pela comédia e se apresenta em clubes no centro na esperança de ser encontrado por um caça talentos. Como boa esposa, Midge o ajuda nesse sonho, mas o cara não tem talento e, em uma noite ruim, surta e termina com Midge. 

A partir daí a vida da moça vira de cabeça pra baixo e ela é obrigada a ver o mundo com outros olhos. Imaginem só para uma mulher nessa época: se o marido sai de casa, só pode ser culpa da esposa. É o que todos pensam, do pai judeu a sua mãe neurótica, passando pelo muquirana e professor universitário de Midge.

Perdida, divorciada e quebrada, Midge descobre um talento nato: fazer as pessoas rirem. Diferente de seu ex-marido, ela tem talento real, e com a ajuda de uma amiga improvável, a durona Susie (Alex Borstein), começa a construir uma carreira. 

Ácida, a produção questiona o machismo escancarado na sociedade e, embora se passe nos anos 1950, traça paralelos com a atualidade, como a dificuldade de mulheres fazerem sucesso em determinados segmentos. 

Seu marido Joel é o típico macho que precisa que o mundo gire em torno de si, e quando ele sai de casa o telespectador só consegue pensar: “você vai se arrepender muito disso”. Midge é incrível, desbocada, faladeira, muito parecida com as personagens que Palladino costuma criar. Rapidamente nos afeiçoamos a ela, e devoramos a série de 8 episódios com 1 hora de duração cada em poucos dias. 

Escondida no catálogo ainda pouco atraente da Amazon, “The Marvelous Mrs. Maisel” merece o prêmio que recebeu, e tomara que ganhe mais destaque com a segunda temporada já confirmada pelo serviço de streaming. A Donatella Versace já disse que foi fisgada, e nós também. 

Há 7 anos na TV, “Once Upon a Time” chegará ao fim na sua sétima temporada

“Once Upon A Time”, é uma série norte-americana de fantasia que conta a história de vários personagens de contos de fadas, entre eles “A Branca de Neve”, “A Bela e a Fera” e “Peter Pan”.

Na televisão desde 2011, essa semana foi anunciado que a sétima temporada da trama seria sua última, que já havia perdido alguns de seus personagens principais como Emma Swan (Jennifer Morrison), Branca de Neve (Ginnifer Goodwin) e o Príncipe Encantado (Josh Dallas).


Conversando com a Entertainment Weekly, os criadores da série, Adam Horowitz e Edward Kitsis, contaram que a decisão de finalizar a obra foi tomada juntamente a emissora ABC e que eles sabiam que, após 7 anos e 156 episódios, era a hora de terminar.

A sétima temporada de “Once Upon A Time” está em hiatos nos Estados Unidos desde dezembro de 2017, e retorna em março desse ano para chegar ao felizes para sempre que esse conto de fadas merece.

Tudo o que nós sabemos sobre a nova temporada de “Big Little Lies”

O êxito de "Big Little Lies" é incontestável e a premiação do Globo de Ouro no final de semana coroou a produção da HBO como uma das melhores de 2017. Sedentos por mais, o que era pra ser uma minissérie tornou-se série com uma segunda temporada confirmada na HBO. O show é baseado no livro homônimo de Liane Moriarty, um volume único e teve a história contada até o fim na primeira temporada. Então, o que podemos esperar para mais um ano da ex-minissérie?



Segundo a HBO, a nova temporada será baseada em uma novela escrita por Liane, que ficou animada com a proposta. Os 7 novos episódios devem explorar a profundidade das mentiras, a fragilidade dos casamentos, a força das amizades e a força feroz de pais e mães na criação de seus filhos, aprofundando os personagens da primeira temporada. 

Além da Nicole Kidman e Reese Witherspoon, confirmadas em seus papéis, e também na produção do show como fizeram pela última vez, Laura Dern, que levou o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante por seu papel na série, deu uma entrevista ao E! durante o tapete vermelho e confirmou que voltará para interpretar sua personagem Renata no próximo ano. O diretor premiado Jean Marc Vallée deixa o comando de “Big Little Lies”, ficando apenas como produtor e dando espaço à uma mulher, a diretora Andrea Arnold (American Honey).

Ainda sobre novidades, o agora produtor Vallée, em entrevista, deu pistas sobre o roteiro da nova temporada, e introduziu uma nova personagem: a mãe de Perry, o marido abusivo de Celeste interpretado por Alexander Skarsgard, também vencedor do Globo de Ouro por sua atuação. 

O diretor de programação da HBO, Casey Bloys disse à Vulture que a nova temporada foi pensada com muito cuidado, e sem pressão do canal. De acordo com ele, todos os envolvidos acreditam que há mais história a ser contada e com potencial de superar a primeira temporada. 

Foi feito [a nova temporada], na minha opinião, pelo motivo correto. Eles [a direção do canal] estabeleceram um nível realmente alto e acho que todos os envolvidos acreditam que vamos bater nesse nível e superá-lo, ou nós não a faremos. Não começamos com ‘Nós devemos fazer isso’ [...] Eu acho que onde começamos foi: ‘Todos queremos trabalhar juntos novamente. Existe mais aqui? Há algo mais a fazer?

Com mais treta vindo por aí, as expectativas sobre "Big Little Lies" ficam altíssimas. A mãe de Perry pode representar uma reviravolta em como a temporada acabou, reacendendo dramas do passado. A nova season começa a ser gravada na primavera do hemisfério norte, entre março e junho desse ano, e deve estrear somente em 2019.

“Atlanta” é um retrato real da juventude negra americana cheia de sonhos

De vez em quando somos agraciados com séries extremamente originais e deliciosas, que fogem do que a televisão normalmente oferece ao público, principalmente nas comédias, comumente fáceis e esquecíveis, mas com “Atlanta” o canal FX dá o espaço necessário para uma produção ousada como essa nascer. Estrelada por Donald Glover, — também conhecido como Childish Gambino, pseudônimo musical que tem o hit “Redbone” — a série tem na direção e roteirização também próprio autor e outros profissionais negros, e tem a intenção de mostrar os dilemas da juventude negra, sob uma perspectiva própria, o que torna o show incrível. 

Earn (Donald Glover) é um jovem que abandonou Princeton (sem dar muitas explicações) e agora está entre a busca pelo sonho de fazer algo importante com sua vida e a necessidade de se manter e criar uma filha que teve com a ex-namorada Vanessa (Zazie Beetz), que por igual quer crescer na vida mas encontra muitos obstáculos. Zazie tem uma belíssima interpretação, e vai ganhando destaque ao longo dos episódios, sendo um ótimo referencial de mulher jovem, pobre e negra mas cheia de determinação e dúvidas. 


Sem grana, morando de favor com Vanessa, Earn se junta a seu primo Miles a.k.a Paper Boi (Brian Tyree Henry), rapper em ascensão, servindo como empresário do artista que, ao longo da série, se mete em muitas enrascadas, como dar um tiro em um cara após uma confusão ou bater em Justin Bieber (outro ponto alto da temporada). Darius (Lakeith Stanfield), amigo de ambos, faz o “piradinho” da turma, num papel ótimo e de destaque. Uma das melhores coisas na série é mostrar a complexidade da comunidade negra, que no geral possui papéis estereotipados. 

Essa ideia que o cidadão branco comum americano tem sobre os negros é satirizada no programa, como no 9º episódio “Juneteenth”, onde o anfitrião da festa, um homem branco de meia idade, quer ditar o que é ou não cultura negra, e que todos os negros deveriam “voltar a sua terra natal para conhecer suas raízes”. É algo comum na cultura ocidental e principalmente norte-americana achar que os negros ainda são africanos e possuem alguma conexão com a África. Se quiserem ir, ótimo, mas a terra natal deles é onde nasceram e não de onde vieram seus ancestrais. Nesse mesmo episódio, o anfitrião tem o álbum “Awaken, my love!”, do pseudônimo de Donald Glover, bem posicionado em sua prateleira. “Atlanta” é cheia de referências.

O humor da série vem justamente dessas cenas comuns em uma sociedade historicamente racista, e apenas quem tiver muita empatia não sendo negro é que considerará “Atlanta” um humor. Para os que olham de passagem e que não possuem um senso crítico, talvez o programa seja na realidade um drama. É uma mistura dos dois, é certo, mas diferentes olhares perceberão em “Atlanta” tendências de determinado gênero.

Comédia e assuntos importantes se misturam, e constroem uma narrativa nova, se passando justamente em uma cidade que pertence a um dos últimos estados a abolir a escravidão, a Géorgia – o tom opressor do sul está presente o tempo todo. Os problemas dentro da própria comunidade são discutidos ao longo dos 10 episódios, como a violência e o alto índice de assassinatos de homens negros por outros homens negros, algo pouco falado em tempos de #BlackLivesMatter e violência policial, mas uma constante na vida em periferias. 

O sétimo episódio é o ápice da genialidade do show: uma entrevista de Paper Boi e uma ativista dos direitos trans. O entrevistador questiona o tempo todo os tweets de Paper Boi sobre Caitlyn Jenner, mulher transexual e pai de Kylie Jenner e Kendall Jenner. O rapper responde, então, que tem o direito de não querer transar com Caitlyn, e que os problemas dela são dela, e não tem nada a ver com ele. Em algum momento ele e a ativista presente concordam, e o apresentador começa a buscar outras acusações à Paper Boi, uma vez que um rapper só pode interpretar o papel de um gangster mau, e não alguém cujas ideias façam sentido em seu meio e mereçam, até certo ponto, serem respeitadas. 


De fato, “Atlanta” não chega a lugar nenhum em sua primeira temporada, mas não por falta de vontade ou talento. Sua missão se cumpre ao nos apresentar personagens bem construídos e divertidos, e dar tempo para que conheçamos todos. O show volta apenas em 2018, devido a compromissos de Glover com “Star Wars”, por isso se ainda não viu, aproveite devagarzinho, compreendendo as diversas referências e camadas que contém. Todos os prêmios, como os dois Globos de Ouro e o Emmy de melhor direção são merecidos, pois “Atlanta” é a uma joia rara da comédia. A série está disponível na Netflix.

Kevin Spacey acaba de entrar para a lista de homens escrotos de Hollywood

Woody Allen, Charlie Sheen Jhonny Depp, Robert Downey Jr., Michael Fassbender, Bret Ratner, Casey e Ben Affleck, Sean Penn e Harvey Weinstein. Todos estes grandes nomes de Hollywood são apenas alguns de inúmeros atores, produtores e diretores que nos decepcionaram e provaram que o homem é, em sua maioria, uma merda. Infelizmente, Kevin Spacey acaba de entrar para este clube.

Na última segunda-feira, o ator de “Star Trek: Discovery” Anthony Rapp contou ao BuzzFeed sobre o assédio que sofreu pelo Kevin Spacey em 1986 durante uma festa. Na época, Rapp tinha 14 anos e Spacey 26, e o ator disse que bêbado, Spacey teve comportamentos inadequados, claramente tentando algo sexual com o jovem, que conseguiu se desvencilhar.

O ator de “House of Cards” através do Twitter disse que não se lembrava de nada, pediu desculpas e saiu do armário, dizendo que escolheu viver uma vida como um homem gay. Pegou mal de novo. Militantes LGBTQ foram enfáticos em dizer que a saída do armário de Spacey foi oportuna, com intenção de desviar o foco do que importa, e que isso corrobora o discurso de conservadores ao dizer que gays são pedófilos.

A história que aconteceu há mais de 30 anos, contudo, foi importante para que novas pessoas tivessem coragem de expor abusos sofridos por Spacey. O produtor Tony Montana contou ao Radar Online que foi agarrado por Spacey em 2003 quando os dois estavam em um bar em Los Angeles. O ator Roberto Cavazos, que trabalhou com Spacey em um teatro em Londres de 2004 a 2015, denunciou em seu Facebook as constantes tentativas de Spacey em jovens rapazes. Para ele “parece que o único requisito era ser um homem abaixo dos 30 para o sr. Spacey se sentir livre para nos tocar”. 

Em uma longa reportagem, a CNN encontrou 8 trabalhadores do set de “House of Cards” que afirmaram que o protagonista da série mantinha um comportamento predatório. Ninguém quis revelar sua identidade por medo de represália, pois são, em muitos casos, pessoas que ainda não conquistaram seu espaço em Hollywood. Um funcionário chegou a dizer que Spacey, em uma carona para o set da série em Baltimore, colocou a mão em suas pernas sem permissão. O funcionário disse que ficou em choque, “ele era um homem em uma posição muito poderosa no show, e eu não era ninguém na cadeia alimentar lá”. 

A Vulture publicou uma reportagem sobre um ator anônimo que disse ter sofrido uma tentativa de estupro por Spacey. O ator, que não quis se identificar, falou que se relacionou sexualmente com ele quando tinha 14 anos e Spacey 24. A Vulture confirmou as datas e conversou com pessoas próximas e o terapeuta do acusador, e a história foi confirmada.

A tentativa de estupro se deu no último encontro dos dois, quando Kevin forçou penetração no jovem, que resistiu. O ator ainda afirmou que Kevin confessou ter "ficado de olho" nele desde os 12 anos, mas que só se aproximou aos 14. Spacey não se pronunciou sobre o assunto, e seu advogado disse que ele irá procurar tratamento, só não sabemos para o quê, exatamente. As gravações da sexta temporada de "House Of Cards" foram suspensas pela Netflix essa semana, e depois das acusações de pessoas do próprio set não seria de se espantar se a temporada for cancelada.

Pois é Kevin Spacey, felizmente estamos num mundo onde as pessoas estão tomando coragem para enfrentar valentões de Hollywood como você e Harvey Weinstein, no que parece ser uma tendência agora.  Outros gigantes do audiovisual tendem a cair e, com sorte, essa cultura obscura de Hollywood ficará para trás.

Recap | “AHS: Cult”: precisamos de mais medo

Os dois últimos episódios de “AHS: Cult” nos revelaram muita coisa e, surpreendentemente, uma série bastante lógica até aqui. O culto de Kai agora está claro, fazem parte: Meadow, Harrison, Winter, Beverly (Adina Porter), Gary (Chaz Bono) e Ivy, além do cinegrafista R.J. (James Morosin), que mal havia notado nos últimos episódios.

Kai é carinhoso e há um apelo sexy nele, como quando aparece nu e se masturbando no chuveiro em frente a Harrison e o ajuda a sair da lama, ou quando toca levemente em Meadow e elogia suas artes. Parece tão confortável segui-lo. E por quê? Bem, Kai oferece um sentido à pessoas que buscam justamente isso em meio ao medo, e o propósito dele é lapidar esse medo até o agir - a criação completa do caos.

O mais interessante da construção de Murphy é que os séquitos dele não são os estereótipos dos eleitores de Trump, pelo contrário, são democratas, muitos de minoria, que apenas querem um lugar ao sol do conforto e segurança e vingança pelo que os Estados Unidos se tornaram. O medo nos faz mudar dramaticamente. O próprio título do episódio é uma pista para essa narrativa, “11/9” é o dia em que a paranoia americana ganhou justificativa e proporções jamais vistas. O que importa na sétima temporada é o clamor pelo medo, como bem diz Kai “o medo em uma pequena cidadezinha do Michigan pode infectar o país, o mundo, em dias”.

Já no episódio dessa semana, “Holes”, quinto episódio da temporada, se teve uma coisa que fiz, foi me contorcer todo na cama com as cenas bizarras que rolaram. Logo nos três primeiros minutos, vemos que Ivy faz sim parte do culto - suspeita já quase certa após a revelação da relação de Ivy e Winter, e se vinga de Ally pelo voto em Jill Stein, candidato que nunca poderia ganhar. Se já começa com esse boom bem na nossa cara, como poderíamos ficar mais chocados?

A série vai, então, para a cenas repugnantes pelas quais é conhecida. A morte de Bob (Dermot Mulroney) no começo é a resposta. O escravo sexual do âncora do telejornal local é a coisa mais estranha de tudo aquilo, quem diria uma coisa dessas? A morte do desconhecido é também repulsiva, muito mais que a de Bob, inclusive. É o momento que mais lembra as atrocidades passadas de “AHS”, fiquei um tempo com aquela imagem de garras em todos as partes do corpo na cabeça.

Nesse episódio vemos que Kai começa a se abrir com Bervely, e aquela conversa íntima no restaurante leva a outro momento intenso do episódio, a morte de R.J.. Kai pede que Ivy prove sua lealdade enfiando o primeiro prego na cabeça do rapaz em uma sessão do culto no sótão, e assim todos fazem, um por vez. Kai é a megalomania de todo ditador, uma referência clara a Trump, mas não só ele. Quando querem desviar a narrativa, eles produzem uma nova megalomania que é fácil de acreditar, sem questionamentos. Quando alguém no culto questiona, como os flashbacks nos mostram que R.J. fez, e isso começou a se espalhar, como em Meadow, esse alguém se torna um problema.

A morte como um ritual faz com que todos ali sejam cúmplices, e o cerco se fecha ainda mais. É impossível sair agora. E daí vários questionamentos surgem, por que todos aceitaram infernizar a vida de Ally? Parece que o argumento vingança por seu voto é pouco, eles têm algum plano para ela, mesmo que seja ainda mais cruel? O que vai acontecer com Meadow? Há pessoas perguntando dela ainda. Podemos acreditar naquele momento em que ela corre para a casa de Ally?

Aliás, Dr. Rudy realmente tem uma ligação com o culto, é irmão mais velho de Kai e Winter e, aparentemente, apresentou o lance do dedinho à Kai. Ao fazer esse ritual, que é como um confessionário, com Beverly fica claro imediatamente que ela se torna a mais importante ali. Ele revela também o que aconteceu com seus pais. Sua mãe matou o pai, um homem raivoso, e se matou. Na noite das mortes, Dr. Rudy sugere que deixem os pais em seu quarto, para ali descansaram eternamente, evitando a perda de aposentadorias e bens. O que esperar de uma galera que vê os pais apodrecerem numa boa?

Outro aspecto interessante do episódio é a conversa de Ivy e Winter no carro. O ódio de Ivy com a américa parece ser o resumo perfeito do porquê de todos estarem ali. Pouco importa Trump, a realidade é o povo que pediu por ele, e merece o que pediu. É claro que Ivy parece ser um elo fraco, mas pode não ser por muito tempo.

“Holes” nos revelou muita coisa e o que espero agora é uma reviravolta a qualquer momento, já que ainda estamos no quinto episódio. Os personagens ainda a aparecer, como Lena Dunham, podem dar um novo tom a série. Lena irá interpretar Valerie Solanas, mulher que atirou em Andy Warhol em 1968, por motivações ideológicas. Ela escreveu um livro onde propõe a aniquilação dos homens e uma sociedade dirigida pelas mulheres.

O que “AHS” quer passar? Apesar de sua audiência caindo, talvez pela confusão com uma temporada sobre política, o roteiro parece levar para uma reflexão à cultura de violência americana, como os diversos assassinatos em massa que ocorrem com certa frequência e mesmo pessoas como Valerie ou Charles Mason e Jim Jones, exemplos de cultos em que a temporada se inspira.

Recap | "AHS: Cult": Ally não fez nada de errado

As coisas começaram a fazer sentido em “AHS: Cult” e sim, Ally não é completamente louca (ainda) - existe algo por trás de tudo o que está acontecendo em sua vida. O terceiro episódio da temporada começa com uma longa cena do casal Mark e Rosie falando com o Dr. Rudy Vincent (Cheyenne Jackson), sobre a superação da fobia de Rosie (de ficar enclausurada em lugares pequenos). Após a cena, o casal volta para casa e são surpreendidos pela gangue de palhaços, que finalmente sabemos que são reais e não apenas uma invenção da cabeça de Ally. Essa cena é toda muito estranha, e o Dr. Vincent passa a ser um dos suspeitos da trama diabólica que está acontecendo nessa pequena cidade do Michigan. O psiquiatra tem todas as informações de seus pacientes nas longas sessões de terapia, e o terror proporcionado pelos palhaços consiste em abalos psicológicos, usando as fobias, o que só Vincent poderia saber. 

De maneira mais simples do que costumava-se fazer na série, o terror é construído com o uso de beats rápidos e simultâneos; a todo tempo há uma informação, um novo estímulo, um novo som ou personagem que nos desorienta e deixa-nos angustiados a todo momento. Além disso, “AHS: Cult” não esquece da trama política, satirizando a esquerda americana também, como na cena em que Harrison e Meadow, vizinhos de Ally e Ivy, aparecem à sua porta usando sombreiros e atacando Ally por seu “privilégio branco e preconceito”, pela morte do funcionário de descendência latina Pedro. O casal é um tapa na cara do estereótipo liberal americano, que entre discussões e ataques entre seus pares permitiu a vitória de Trump. 

Sobre a ideologia de Ally, aliás, temos no episódio “Vizinhos do Inferno” o questionamento dos valores da protagonista: aceitar o discurso de legítima defesa ou se entregar como culpada? Como é um caminho muito difícil, Ally decide conversar com os manifestantes que querem sua cabeça, o que é uma péssima ideia, como não poderia ser diferente. Para salvá-la, existe Kai, que parece estar sempre presente para ajudá-la e dar um “have a nice day”. Ambos, que estavam em faces opostas do espectro político, após a radicalização que se espalhou por todos os lados, agora estão próximos, embora Ally prefira morrer a admitir. 

Kai, que tem seu lado político pouco abordado no episódio, também entrega algumas pontas importantes: o ritual estranho que fez com Winter no primeiro episódio se repete, dessa vez com Harrison e Meadow. É a primeira conexão mais forte de Kai com tudo o que está acontecendo na cidade e na vida de Ally. O suposto culto começa a ter suas formas, e aqui vai minha opinião: o culto é inspirado nas ideias de Kai (ou talvez do Dr. Vincent, o que soaria mais profissional), e tem como objetivo espalhar o medo, como o próprio Kai diz “você quer ser alguém? Ser importante? Então faça o mundo estar errado”, e a missão atual deles é infernizar a vida de Ally. Poderíamos dizer que em um primeiro momento que há algum ódio por Ally e há intenção em matá-la, mas talvez seja justamente o contrário: há uma certa disposição do culto em aceitar pessoas homossexuais (Winter e agora Harrison, que deixa escapar sua atração por homens), o que pode significar que tudo isso é um recrutamento. Somente suposições. 

E Ivy? Há algo por trás de sua irresponsabilidade afetiva ou ela apenas está cansada? Não a descartamos como parte do culto, que pode estar muito mais penetrado na vida de Ally do que imaginamos. Ainda estamos no terceiro episódio, e muita coisa pode rolar.

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