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Kanye West quer que Scooter Braun devolva músicas antigas de Taylor Swift
Kanye West tá decidido a mudar os rumos da indústria pelos próximos anos e, através do seu Twitter, tem publicado inúmeras reflexões sobre o que considera uma forma de escravidão dos dias atuais, se referindo aos contratos de grandes gravadoras e a maneira como elas negociam a propriedade musical de seus artistas.
A principal indignação de Kanye é em relação aos direitos das “masters” de suas canções, que contratualmente pertencem as gravadoras com quem assinou contrato e, consequentemente, não permite que ele faça qualquer coisa com suas próprias músicas sem que tenha permissão, além dessas serem fontes de lucros intermináveis, visto que gerarão renda enquanto forem tocadas, seja nas plataformas de streaming, através da venda de CDs, programas de TV ou shows.
Pela rede social, Kanye revelou todos seus contratos com a Universal Music, que detém os direitos das suas masters, e criticou o selo por não revelar o quanto valem suas propriedades, afirmando que o valor está mantido em sigilo pela gravadora temer que ele tenha dinheiro o suficiente pra comprá-las de volta.
Além disso, o rapper, que no ano passado lançou o álbum gospel “Jesus is King”, propôs ainda que outros artistas se unissem ao seu manifesto e, sim, incluiu Taylor Swift, que levantou uma discussão muito semelhante há alguns meses, quando travou uma batalha em busca dos direitos pelas masters de seus primeiros álbuns, atualmente pertencentes ao empresário —e, hoje, seu inimigo declarado — Scooter Braun.
Mas Kanye foi além e, pelo Twitter, prometeu que resolverá o problema da cantora e conversará diretamente com Scooter, quem considera um amigo próximo e de longa data da sua família. Já pensou?
I’M GOING TO PERSONALLY SEE TO IT THAT TAYLOR SWIFT GETS HER MASTERS BACK. SCOOTER IS A CLOSE FAMILY FRIEND
— ye (@kanyewest) September 18, 2020
Além de Taylor Swift, outros artistas citados por Kanye West foram Bono Vox, Paul McCartney, Jay-Z, Kendrick Lamar e Drake. No caso do último, Kanye ainda brincou afirmando que lutaria pelo contrato de todos, menos do canadense, voltando atrás na mesma publicação e explicando a piada, “te amo, Drake, todos os artistas devem ser livres.”
Album Review: “ye” e um Kanye West que é grandioso mesmo quando tenta não ser
Apesar de similaridades sonoras que o aproxima de momentos de toda a sua carreira, “ye” caminha muito distante das intenções de Kanye em todos seus outros trabalhos; sem a megalomania das produções que o antecederam, nem a pressa em se tornar grandioso, o disco cresce pela sobriedade de um trabalho que nos é entregue quase cru. E traço, aqui, um paralelo necessário sobre seu nome, que inevitavelmente nos remete ao álbum “Yeezus”, mas agora sem a associação com Jesus, sem o rapper que se diz Deus, apenas o homem sobre ele mesmo, despejando seus delírios, reflexões e vulnerabilidades entre versos que misturam tudo isso como se fossem uma coisa só.
Indubitável ponto alto do disco, “Ghost Town” é uma faixa sobre redenção, na qual Kanye, Kid Cudi, PARTYNEXTDOOR e a cantora 070 Shake discorrem sobre serem amados e livres, quase que sob um efeito anestésico após os altos e baixos — e medicamentos — que marcaram não só esse disco, como toda essa fase da vida do rapper, que garante estar num lugar melhor agora. “Coloco minha mão no fogo, pra ver se ainda sangro, e nada mais me machuca. Sinto como se estivesse livre.”
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Ao longo de sete faixas que somam menos de trinta minutos, “ye” é um dos projetos menos ambiciosos de Kanye West e, dentro desta ótica, vence pela máxima de que “menos é mais”, nos entregando uma faceta do rapper que nos permite vê-lo sem amarras ou as muitas vezes tão desejadas papas na língua, enquanto se aproveita do seu próprio espaço, sem manchetes sensacionalistas ou trechos mal recortados, para desabafar sobre a vida, o futuro e um pouco do que se passa nessa mente que, nestes vinte e pouco minutos, parece um pouco menos turbulenta do que o normal.