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Lulu e o Clube do Bolinha: muito mais em comum do que você pensa!


Textos e mais textos sobre o feminismo torto promovido pelo aplicativo de nome Lulu pulam aos olhos na linha do tempo do Facebook, e, apesar da incontável quantidade de pensamentos sobre a ferramenta, não podíamos deixar de refletir sobre o assunto também.

Pra quem não sabe, o Lulu é um aplicativo exclusivamente feminino e heterossexual, diretamente relacionado ao Facebook, evitando assim perfis falsos e permitindo que as usuárias avaliem amigos, homens com os quais já ficaram, já namoraram e por aí vai. No entanto, os homens avaliados não dão consentimento para sua "participação" no app.

Antes de mais nada, é importante sabermos da opinião de quem criou o aplicativo, certo? A jamaicana Alexandra Chong, de 32 anos, deu uma entrevista para o jornal O Globo e foi questionada sobre a questão da privacidade envolvendo seu produto.

Qual é sua resposta às críticas de que o seu aplicativo reduz os homens a hashtags e notas?
Lulu é um reflexo do mundo real. É perfeitamente normal que as garotas discutam sobre garotos e relacionamentos.

E sobre as críticas de que o Lulu é injusto com homens, já que eles não escolhem estar ali?
Todos os dias ouvimos garotos que querem estar no Lulu. Na verdade, já recebemos mais de meio milhão de pedidos de pessoas querendo ser avaliadas também. O Lulu é totalmente provocante, e nós achamos isso uma coisa boa: significa que nós estamos criando um produto que é considerado interessante e útil.
 Às interessadas, o aplicativo será lançado oficialmente no Brasil na próxima quarta-feira, em São Paulo.

Tendo o Brasil como segundo país escolhido para um lançamento (depois dos Estados Unidos), com número de usuárias suficiente para uma sobrecarga no sistema (que aconteceu no dia 25/11), o Lulu divide opiniões. Muitas mulheres veem como uma ferramenta de empoderamento, mas será que é isso mesmo? É muito comum ideias com potenciais de empoderamento feminino serem distorcidas, nem sempre intencionalmente, e acabarem se tornando algo que não muda nada, não representa o girl power e/ou pior, as vezes se torna uma reprodução do machismo velado. Já vimos isso acontecer mundo pop também.



O aplicativo, de fato, coloca as mulheres numa posição diferente:uma posição semelhante a do homem opressor. Não diria que as coloca na mesma posição, afinal, para oprimir da mesma forma que machistas, toda a sociedade teria que se converter aos valores misândricos e dar papeis de poder para mulheres dessa linha de pensamento. Mesmo assim, o Lulu pode muito bem ser comparado ao Clube do Bolinha (BA DUM TSS). 


Muitos homens se incomodaram com a falta de escolha em relação a serem avaliados ou não, o que é compreensível, caso esses incomodados não sejam machistas. Caso sejam machos alfas exemplares, só podemos dizer: TOMA! Essa invasão não chega nem perto dos olhares repugnantes que muitas moças se sentem obrigadas a aguentar quando estão andando nas ruas, quem dirá então se compararmos às ditas "cantadas de pedreiro" e "mãos bobas" que de bobas  não têm nada. Infelizmente, os machistas não devem estar nem um pouquinho incomodados, devem estar adorando a atenção e tirando disso tudo um "bom" de um discurso justificando a coisificação da mulher, já que agora isso pode ser visto como recíproco com base em alguns discursos defendendo o uso do aplicativo.  Sendo assim, logo podemos esperar uma resposta agressiva dos machosMAS PERAÍ, ELA JÁ CHEGOU. Veio a galope!





Conheça o Tubby, que com o nome do personagem aqui conhecido por Bolinha, tem como slogan a frase "Sua vez de descobrir se ela é boa de cama". A frase já nos faz explicita machismo, mas será que pode piorar? Sempre pode. Segundo a imagem no site do app em desenvolvimento, homens heterossexuais poderão avaliar suas conhecidas, assim como no Lulu, para no final uma nota ser gerada, também assim como é no Lulu, a partir de hashtags como #curtetapa e #engoletudo. Não, queridos leitores, vocês não leram errado.

Apesar do machismo num nível muito mais elevado, o clube da Luluzinha pode ser comparado ao Clube do Bolinha também nesse quesito, uma vez que o próprio app usa hashtags também machistas para classificar os homens, como #pagaaconta, alimentando aquelas velhas ideias de cavalheirismo que, desculpe te dizer caso você não saiba, mas não passam de machismo velado. Não, meninas e meninos, mulheres e homens, não é gentileza. Deixa de ser gentileza quando você só é "gentil" com um sexo, só com quem é belo aos seus olhos, só com quem você quer pegar.

Resumindo, o Lulu, nem de longe, empodera as mulheres heterossexuais, apesar de ter potencial para tal. O aplicativo poderia servir para classificar os homens de acordo com atos machistas que praticam ou deixam de praticar e não excluir homossexuais. Já o Tubby poderia simplesmente parar de ser desenvolvido, afinal os homem heterossexuais não precisam de mais uma ferramenta para separar mulheres entre "putas" e "pra casar", quando seus discursos podem ser gritados e cantados para o mundo todo e ainda gerarem lucro.



Por todos os motivos já citados, podemos concluir que a existência dos dois clubinhos, separando o mundo entre "coisas de menina" e "coisas de menino", não é nada mais do que a perpetuação da norma que tanto estamos cansados de ver, viver e sofrer. Que fique aqui registrado nosso pedido por um clubinho de pessoas, sem machismo, sem ser uma ferramenta para os recalcados e recalcadas. Um beijinho no ombro pra todos!

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