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Boicotada ao longo de sua carreira, Nina Simone ganhará seu primeiro Grammy em 2017

Em uma de suas edições mais pop, com artistas como Beyoncé, Drake e Justin Bieber concorrendo ao título de álbum do ano, o Grammy Awards 2017 confirmou nesta segunda-feira (19) que fará justiça à carreira de Nina Simone, enfim premiando a cantora de jazz e soul, nunca antes reconhecida pela academia.

Apesar de ser um dos maiores nomes da música de todos os tempos, Nina sofreu um grave boicote desde que passou a se posicionar social e politicamente, tecendo críticas contra o racismo e desigualdades sociais por meio de sua música, além de atuar fortemente ao lado de movimentos de resistência negra, como os Panteras Negras.



Hoje em dia lembrada por artistas como Kanye West e Beyoncé, alguns de seus principais trabalhos foram lançados entre as décadas de 50 e 70, incluindo o álbum “Black Gold” (1970), de onde extraiu faixas como “Ain’t Got No, I Got Life” e “To Be Young, Gifted and Black”, que se tornou um dos seus maiores hits na época e, um pouco mais tarde, chegou a ganhar uma versão na voz de Aretha Franklin.



Na próxima edição do Grammy, que acontece no dia 12 de fevereiro, Nina Simone será reconhecida pelo prêmio Lifetime Achievement, que, em tradução livre, seria como um “prêmio por suas realizações ao longo da vida”.

Além dela, a banda de rock The Velvet Underground, a lenda do funk Sly Stone e o músico Charley Pride, que se tornou um dos primeiros negros bem-sucedidos na música country, também serão relembrados.

MC Carol, Karol Conka, Solange e uma conversa sobre o feminismo negro

Na última quinta-feira (6), MC Carol e Karol Conka se declararam “100% feminista”! Se você ainda precisava ter certeza, é porque não conhece muito bem a carreira ou a trajetória de vida dessas mulheres incríveis. Ambas são mulheres negras, que saíram do subúrbio de suas cidades – Carol é de Niterói e Conka, de Curitiba – e resolveram soltar a voz no funk e no rap, de longe os meios mais machistas da cena musical brasileira. Essas mulheres poderosas não são de poucas ideias: suas músicas vêm cada vez mais carregadas de discursos políticos, principalmente sobre pautas como feminismo e negritude.

Carol Bandida sempre teve postura de mulher independente, que não leva desaforo para casa e não se rebaixa diante de ninguém. Inclusive faz seu namorado, que é o maior otário, lavar suas calcinhas. Deixa muito claro para o mundo que é linda e gostosa, grita aos quatro ventos se for preciso e ninguém a convencerá do contrário. O discurso feminista é nítido! Apesar de que, para as mulheres negras periféricas, essa é a realidade diária de suas vidas: não é só uma nomenclatura, mas uma necessidade vital de sobrevivência.

Em suas últimas músicas, Carol tem deixado um pouco de lado o tom debochado para dar espaço para a revolta com uma sociedade racista, machista, elitista e excludente. Em “Não Foi Cabral”, ela pede desculpas a professora e dispara a verdade sobre a história do Descobrimento do Brasil, que não foi pacífica e bonita como nos é ensinado na escola, mas marcada pelo sangue, medo e o saqueamento completo das terras, riquezas e culturas dos índios.

Já em “Delação Premiada” (que, como “100% Feminista”, quem assina a produção é o Leo Justi) o assunto é a disparidade violenta no tratamento da polícia, que tem uma cartela de cor e classe para classificar quem é bandido – muitas vezes sem sequer perguntar –, além de relembrar muitos casos sem solução que cada vez mais aumentam a lista dessa instituição truculenta e genocida. Agora em “100% Feminista”, em parceria com a Karol Conka, ouvimos sobre a violência contra a mulher e a misoginia, que nos fere fisicamente e psicologicamente, inviabiliza, invisibiliza, machuca, aprisiona e mata mulheres todos os dias ao redor do mundo.



Karol Conka rouba a cena com seu jeito despojado, seu estilo ousado e o cabelo rosa que é sua marca registrada. Começou se apresentando no circuito do hip hop curitibano e foi conquistando seu espaço no mainstream até conhecer o produtor Nave, que deu um empurrão produzindo seus primeiros trabalhos e depois seu álbum “Batuk Freak” (2013), de forma independente. Ganhou de vez a atenção dos holofotes quando assinou o selo Buuum da Skol Music e lançou os singles “Tombei” (2015) e “É o Poder” (2016), com produção da dupla Tropkillaz. Em seus trabalhos sempre deixou claro que o lugar da mulher é onde ela quiser! Nessa nova música, MC Carol e Karol Conka se colocam enquanto mulheres negras, de “cabelo duro”. Fortes, porém frágeis; independentes e destemidas.

Fica impossível não se conectar automaticamente com outra mulher negra e ouvir, em meio ao batuque do samba e os riffs de guitarra, a ameaça empoderada da denúncia de uma violência doméstica: “Você vai se arrepender de levantar a mão para mim”. Ela mesma, A Mulher do Fim do Mundo, Elza Soares. Um dos nomes dentre os muitos mencionados na parceria feminista das negras que levam o mesmo nome. Anote e mergulhe nas pesquisas: Aqualtune e Dandara dos Palmares, líderes quilombolas na luta contra a escravização da população negra; Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras escritoras negras da história do Brasil; para mencionar algumas mulheres ilustres que são imprescindíveis para o movimento feminista negro. Voltando para o mundo da música, tivemos Nina Simone, cantora, compositora e ativista pelos direitos civis dos negros norte-americanos; a voz da inquietação de quem sofre na pele com o racismo e suas mazelas.



Ao longo dos anos, muitas mulheres perseveraram para que a voz do feminismo negro não fosse silenciada. Atualmente, o movimento vem lutando para manter acesa a fresta de luz que vem conquistando com muita garra, insistência e afrontamento. E que instrumento melhor que a música para ecoar nosso grito de resistência ainda mais forte? Um dos últimos lançamentos internacionais que abordou o assunto com perfeição foi o álbum “A Seat at the Table”, da Solange. De uma forma precisa e até divinal, o último disco dessa garota do Texas multifacetada é o pacote completo: uma sonoridade musical absurdamente apaixonante, com participações de nomes de peso – como Lil Wayne, The Dream, Kelly Rowland e Kelela – combinadas às mensagens profundas de empoderamento negro. Solange diz que “você tem todo o direito de estar bravo" com o racismo e avisa para os outros “não tocarem em seu cabelo” afro. Ela não fica à sombra da irmã, Beyoncé! Tem seu brilho próprio, que de tão grande, pode até ofuscar alguns olhares preconceituosos. Lastimável que seu trabalho não foi reconhecido nem ovacionado da mesma maneira como foi, e ainda é, o Lemonade.



Já em terras tupiniquins, não podemos deixar de falar do trabalho brilhante da Tássia Reis em seu último disco “Outra Esfera”. De Jacareí para o mundo, é perceptível que a rapper se despiu de toda timidez e veio escancarar tudo que andava engasgado na garganta. “Ouça-me” é um pé na porta do silenciamento sofrido pelas mulheres negras e o grito da ancestralidade de quem nunca mais vai se calar. Ela avisa: “A revolução será crespa, (...) não podem conter”. Em “Da Lama / Afrontamento”, com a rapper Stefanie, ao ouvir chega a ser possível enxergar a imagem da desigualdade da vida na periferia e que a realidade das pessoas negras é uma tentativa constante de nadar contra a maré. É maravilhoso como tanto o trabalho da Karol Conká e da MC Carol quanto o da Tássia Reis são capazes de atingir desde o povo da periferia até uma parcela da população que desfruta de muitos privilégios – mas se desconstrói (diariamente) para ser consciente – com o mesmo diálogo.


Sabemos que ainda há muita resistência dessa sociedade racista e machista, mas a resistência do povo negro é de uma ancestralidade muito cheia de força. Seguimos, nem um passo atrás! E para isso, enaltecemos o trabalho das tantas mulheres negras formidáveis que existem mundo afora; seja na música, na televisão, na academia ou em qualquer outro espaço dos quais nos são negados. Viva, Janelle Monae! Viva, Djamila Ribeiro! Viva, Preta Rara! Viva, Jéssica Ellen! Viva, Luana Hansen! Viva, Andreza Delgado!

Um viva à todas as mulheres negras que existem e resistem! <3

Christina Aguilera regrava "Say Something" com a A Great Big World e se apresentará no The Voice!


Depois da poderosa balada "We Remain" para a trilha sonora de "Jogos Vorazes: Em Chamas", nossa querida Christina Aguilera está prestes a lançar uma nova faixa, desta vez uma regravação pra lá de especial com a dupla A Great Big World. "Say Something" chamou a atenção de muitos desde sua primeira execução em rede nacional, no reality show “So You Think You Can Dance", no mês de Setembro. 

Depois disso, foi uma questão de tempo. Christina Perri enviou um tweet falando sobre a canção e recebeu um comentário de Aguilera, que deu uma pista do que estaria a caminho:
E a surpresa foi exatamente o que todos esperavam. Dias depois, a loira contou via twitter: 
Amo Say Something do Great Big World. Nós a gravamos juntos e a cantaremos no The Voice semana que vem! 
Sim, Xtina regravou a belíssima canção ao lado dos caras do A Great Big World. E mais, eles performarão no "The Voice" na próxima terça feira! Pra quem não conhece, a dupla já teve uma de suas canções em destaque. "This Is The New Year" foi apresentada na série Glee e também serviu como tema em outros programas como no reality da MTV, "I Used to Be Fat", na competição "The Amazing Race", em "One Tree Hill" e no "Good Morning America". Mas ao que parece, "Say Something" será o grande hit de Ian Axel e Chad Vaccarino. Durante o vídeo, Aguilera conta como se sentiu quando ouviu a produção pela primeira vez:
Eu me deparei com essa música em uma época na qual estava muito inspirada. É tão simples… e tão silenciosa… tão profunda, e de certa forma, implora por uma reação, qualquer tipo de resposta. E faz isso da forma mais humilde, mais carente, mais pura.
E Christina está certa. A faixa, além de ser uma grande e deliciosa surpresa, pode tornar-se um monstruoso single de final de ano, caso seja realmente divulgada. A letra é vulnerável, os acordes são delicados, simples, melancólicos e carregados de emoções puras - e isso tudo, provavelmente ficará ainda mais incrível na voz da diva do "The Voice". Mais uma poderosa balada que promete por si só. Sobre a parceria, a dupla disse:
Quando o nosso empresário nos disse que Christina Aguilera queria regravar a canção, foi difícil de assimilar, foi como: WHAAAAT?
Estamos ansiosos, sem dúvidas. Ouça a versão original de "Say Something":


E não é só isso, além desta apresentação, a loira subirá ao palco do "The Voice" para ajudar FloRida na divulgação de seu mais novo single, "How I Feel", na segunda feira (11/11). Aguilera cantará os versos que contém samples de "Feeling Good" da lendária Nina Simone. Ouça:

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