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Bora mostrar cultura pra esse povo? Beyoncé e Jay-Z viram obras de arte do Louvre no clipe de "APESHIT"

Semana passada, Beyoncé jogou no nosso colo pela terceira vez um álbum inteiro sem nenhum tipo de aviso: "Everything Is Love", produzido em parceria com o marido e rapper Jay-Z. O lançamento do disco veio acompanhado de um clipe para a faixa "APESHIT", que tem como cenário nada menos do que o grandioso Museu do Louvre, em Paris.

No clipe, casal Carter se apropria do espaço do museu e coloca-se no mesmo patamar das obras de arte mais famosas do mundo. Entre a Monalisa, Vênus de Milo e a Coroação de Napoleão, Bey e Jay tornam-se verdadeiros monumentos ao lado de produções e representações majoritariamente brancas e eurocêntricas.



Com direção de Ricky Saiz, que já havia trabalhado com Bey em "Yoncé", e fotografia de Benoît Debie, conhecido pelo trabalho com Harmony Korine em "Spring Breakers", o clipe é visualmente grandioso, e traz obras com contrastes super significativos à presença dos Carter no museu.

Uma das cenas de maior destaque em "APESHIT" é a do casal no topo da escada que leva à estátua da Vitória de Samotrácia, obra que data de mais de 100 anos a.C. e representa a vitória naval do povo rodiano, em uma representação que glorifica o corpo feminino em conexão com um universo tradicionalmente masculino: o da guerra. Bey e Jay à frente da estátua e as bailarinas, todas negras, se movimentando em perfeita sincronia nos degraus, os coloca como a representação moderna dessa  vitória, tanto em relação à presença feminina de Beyoncé em uma indústria ainda dominada por figuras masculinas, como a do casal como figuras negras que "venceram" e passaram por cima do racismo da indústria fonográfica e das diversas vulnerabilidades que ainda fazem parte da realidade da maior parte da população negra do mundo.

A simbologia de conflito entre as opulentas representações de corpos brancos no Louvre também surge quando o casal aparece junto à Vênus de Milo. Beyoncé surge com um body nude, posicionando-se de forma semelhante à estátua e com o cabelo trançado, trazendo ali uma nova proposta para a beleza "ideal" afastada do eurocentrismo.

Diversos outros momentos de "APESHIT" trabalham esse contraste dos Carter se apropriando e ressiginificando monumentos representativos de uma opulência da qual eles não poderiam fazer parte no período em que foram criados. Junto a "This Is America", de Childish Gambino, torna-se mais uma obra audiovisual icônica que discutem o lugar de corpos negros na sociedade e na produção cultural.

Agora só nos resta esperar por mais grandiosidade nos próximos clipes lançados, né? Quem ainda não tem conta no Tidal, mas é usuário premium do Spotify pode ouvir todas as faixas do "Everything Is Love" aqui:








Você não estava preparado para o álbum surpresa de Beyoncé e JAY-Z, "Everything Is Love”

Beyoncé e JAY-Z não respeitam nem a Copa do Mundo, gente! Quando menos se esperava, neste sábado (16), ao final de mais um show da turnê conjunta do casal, a ”On The Run Tour II”, os dois liberaram de surpresa no TIDAL seu mais novo disco, “Everything Is Love”

Com 9 faixas, o primeiro e muito esperado disco dos Carters traz uma explosão de sinceridade em seus versos, algo que a gente já esperava vide os últimos trabalhos da cantora e do rapper. Em “NICE”, por exemplo, Beyoncé dá uma resposta bem direta a toda a polêmica envolvendo seus lançamentos exclusivos para o TIDAL: “Se eu ligasse pra quantidade de streams, eu teria colocado o ‘Lemonade’ no Spotify. (...) Vão se f#der!”.

Não é só Queen B que está jogando os fatos na cara da sociedade, não. Em “APESHIT”, JAY revela que disse não para o SuperBowl, e ainda manda um recado: “Vocês precisam de mim, eu não preciso de vocês. (...) Diga para a NFL que estamos (fazendo shows) em estádios também”

Por falar em “APESHIT”, os Carters resolveram ser caridosos com nós, meros mortais que não fazem parte da base de 3 assinantes do TIDAL, e liberaram o clipe dessa música no YouTube. Na produção, os dois aparecem ao lado das maiores obras de arte do mundo no Louvre. Sim, Beyoncé e JAY-Z fecharam o museu para gravar um clipe! No vídeo eles também reproduzem a foto icônica que tiraram ao lado da pintura da Monalisa. Don’t touch, it’s art!



Se você já assina o TIDAL ou está pronto para gastar alguns temers, clique no link abaixo e aproveite o mais novo disco de seu ano que muito provavelmente perderá o prêmio de Album Of The Year no Grammy para algum artista branco com um trabalho mediano e imemorável.

Após Super Bowl, M.I.A. revela que NFL queria os direitos por todos seus lucros pelo resto da vida

Uma das artistas mais influentes dos últimos anos, a rapper M.I.A. estreou neste ano um documentário sobre sua carreira, “MATANGI / MAYA / M.I.A.”, e apesar de não aprová-lo como um todo, aproveitou seu lançamento para contar um pouco mais sobre o que não sabíamos sobre a sua carreira e perspectiva da indústria, incluindo o bizarro episódio dela com o Super Bowl.

Pra quem não lembra, a voz de “Bad Girls” foi uma das atrações convidadas para o show do intervalo de 2012, com Madonna, mas terminou no centro de uma discussão pra lá de conservadora, que acabou nas mãos da justiça americana, após mostrar o dedo do meio durante a apresentação. Como se esse realmente fosse um dos maiores problemas para um país como os EUA.



Agora, a rapper revelou que, antes do processo que a custou US$16 milhões, chegaram a oferecer um acordo no qual ela deveria ceder TODOS os seus ganhos pelo resto de sua vida, desde que recebesse mais que US$2 milhões. Seu empresário naquela época, o rapper Jay Z incentivou M.I.A. a aceitar a proposta que, obviamente, foi negada.

Se falarmos sobre racismo e sexismo, esse momento da minha vida mostrou as falhas em todos que conhecia. Eu estava na Roc Nation nessa época e Jay Z era meu empresário. O processo era tão ridículo, eles propuseram que deveriam ficar com 100% dos meus ganhos pelo resto da minha vida, se eu ganhasse mais de 2 milhões de dólares. Jay Z disse, tipo, ‘você deveria assinar essa merda’, e eu falei, ‘não’.

Em tom mais descontraído, a artista brinca sobre a possibilidade da NFL processá-la por trazer esse assunto de volta:

Era um dedo do meio, tipo, ca**lho, relaxa aí. As pessoas diziam coisas como, ‘oh, você é tão sortuda por não estar na cadeia, desista de tudo o que conquistou, seja uma escrava pelo resto de sua vida’”, e então ela faz uma pausa. “Meu Deus, eu espero que a NFL não me processe de novo por falar sobre isso.

Pelo Twitter, M.I.A. pediu pra que seus fãs lessem a entrevista antes que ela saísse do ar, provavelmente esperando alguma medida de censura por conta dos assuntos e nomes tocados durante a conversa.



Atualmente em circuito por festivais, o doc “MATANGI / MAYA / M.I.A.” ainda não possui previsão de lançamento para o público geral, mas deve chegar aos meios digitais ainda este ano. O último trabalho musical da rapper foi o disco “AIM”, lançado em 2016.

Que hino! Blue Ivy faz feat. em faixa bônus do "4:44" do papai Jay-Z e não estamos sabendo lidar

Que a gente queria estar na barriga da Beyoncé não é novidade desde que Blue Ivy foi anunciada ao mundo, não é mesmo, mores? Cinco anos depois foi anúncio da gravidez dos gêmeos que parou a internet e fez o coração errar a batida - em duas horas, a foto icônica do ensaio da Beyoncé teve mais de 4 milhões de curtidas e foi um dos assuntos mais comentados no mundo todo.

Mas não basta ser da família real do pop, Blue Ivy tem que nos matar de fofura em toda e qualquer aparição que faz. A pequena fez uma participação na faixa bônus do novo álbum do papai Jay-Z, chamada "Blue's Fresstyle/We Family" e supostamente "vazou" assim como quem não quer nada o trecho em que ela faz seu "rap" totalmente autoral - ainda tem mais essa para nos matar de orgulho.


Na época de "Formation", Blue já tinha feito uma ponta no clipe da mamãe Beyoncé, coisa de segundos, mas já o bastante para nos fazer desejar ser irmão/irmã e entrar para essa família.

A versão física do novo álbum de Jay-Z, "4:44", foi lançado ontem (07). A faixa com a participação de Blue estará disponível apenas nessa versão. Já as outras canções do disco estão disponíveis... no Tidal. Jay-Z, libera isso aí!

Ouvimos o “4:44” do JAY-Z por várias horas e essas foram nossas primeiras impressões

Os rumores eram reais e, na última sexta-feira (30), o rapper JAY-Z lançou com exclusividade ao Tidal o seu novo disco, “4:44”. O álbum sucessor do “Magna Carta... Holy Grail”, é um verdadeiro livro confessional, no qual o marido de Beyoncé narra das vezes (sim, no plural) em que traiu a cantora aos problemas que teve com o seu amigo de longa data, Kanye West, abordando ainda narrativas sobre a forma como lida com o racismo e até mesmo a homossexualidade de sua mãe.

Das letras aos arranjos, “4:44” nos entrega uma experiência ainda mais complexa do que a oferecida pelo rapper em seu álbum anterior, contando com referências o suficiente para nos perdermos por algum tempo, o que só nos mantém ainda mais curiosos para ouvi-lo mais e mais vezes.

Abaixo, listamos alguns pensamentos que tivemos durante as primeiras vezes em que o escutamos.

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Kanye West está presente nesse disco


Apesar de JAY-Z e Kanye West estarem brigados, a influência do parceiro de Jay em “Watch The Throne” é perceptível do início ao fim do disco. A faixa de abertura, “Kill Jay Z”, inevitavelmente nos remete a “I Love Kanye”, do disco “The Life of Pablo”, o sample de Nina Simone em “The Story of OJ” é algo que Kanye West faria, o sample de Sister Nancy em “Bam” é o mesmo que o Kanye usou em “Famous” e por aí vai. Se não fossem as letras sobre ele, ‘Ye ficaria orgulhoso.



“The Story of OJ” é uma das músicas mais fodas desse ano, porque sim.


“Eu não sou um negro [qualquer], eu sou O.J.”, disse O.J. Simpson durante um de seus depoimentos enquanto era julgado pelo assassinato de sua mulher, em um dos maiores casos policiais dos EUA. A frase, por sua vez, foi o que permitiu que JAY-Z o associasse com essa faixa, na qual discute a forma como o racismo se mantém presente e violento na vida negra, independente da sua pele ser mais clara ou, como no caso de O.J. Simpson, você ser um negro famoso e milionário. “Negro claro, negro escuro, negro falso, negro real, negro rico, negro pobre, negro de casa, negro do campo, continuará sendo apenas um negro. Apenas um negro”, diz em seu refrão.

A música ainda traz um sample pontual de “Four Women”, da Nina Simone, na qual ela dá voz para quatro mulheres negras em tonalidades diferentes, demonstrando a forma como a escravidão deixou seus resquícios na vida de cada uma delas. Foda demais.

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O relacionamento dele com Beyoncé foi abusivo?


Da treta com Solange no elevador aos versos que fazem referência as agressões sofridas por Tina Turner em “Drunk In Love”, foram muitas as vezes em que o público se questionou sobre o relacionamento entre JAY-Z e Beyoncé ser abusivo em algum nível e, além das confissões sobre suas traições, o rapper dá margem pra que também interpretemos isso.

Na faixa “4:44”, um dos versos que nos chama a atenção é quando ele relembra que, no aniversário dela de 21 anos, pediu: “não me envergonhe”. Hoje ele se diz arrependido e afirma que deveria ter dito “seja minha”, mas toda a canção segue nessa narrativa em que ele fala sobre o quanto foi um macho babaca, para hoje reconhecer a mulher que tem ao seu lado. Nessa canção, ele também conta sobre quando ela descobriu uma de suas traições e se desculpa, inclusive, por abortos que ela teria sofrido em 2010 e 2013.

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...ok, precisamos lidar com o fato de que JAY-Z foi um homem babaca.


“Eu vou acabar com algo bom se você me deixar. Becky, me deixa em paz”? Meu cu, né JAY-Z. Se não bastasse o histórico narrado em “4:44”, na faixa “Family Feud” ele é ainda mais direto sobre as traições, agora fazendo menção a mesma Becky que também virou música com a Beyoncé em “Sorry”, do “Lemonade”, mas se colocando numa posição de vítima bastante incômoda para quem está ouvindo.

Cê foi lá transar sem ninguém te obrigar, sabendo que era marido da fucking Beyoncé. Não vem se fazer de inocente pedindo pra mina te deixar em paz, porque era você quem poderia ter dado um fim nisso antes mesmo de ter começado. Cuzão.



A sacada de “Moonlight” foi genial


Depois do soco de realidade na letra de “The Story of O.J.”, o racismo volta a ser pautado em “Moonlight”, uma reflexão sobre como a maioria se apega ao conformismo em meio aos pequenos avanços. “Nós continuamos em La La Land. Mesmo quando ganhamos, estamos perdendo”, diz em seu refrão.

A sacada fica para a relação com o último Oscar, no qual o drama LGBT negro “Moonlight” venceu o musical favorito muito branco “La La Land” e, mesmo com a estatueta da noite, teve seu momento marcado pelo anúncio confuso da premiação, que inicialmente deu o prêmio ao segundo filme. O que deveria ser histórico pelo filme vencedor, terminou lembrado pela gafe, fato que, de certa forma, ofuscou o brilho da produção negra.



Caralho, Blue Ivy, tu é muito esperta


Agora que Beyoncé teve gêmeos, Blue Ivy precisa se preparar pra dividir a maior fortuna do mundo com mais duas crianças, mas a menina é esperta. Na faixa “Legacy”, é ela quem começa perguntando, “papai, o que é um testamento?”. Quer menina mais esperta?

Falando sério, a letra fala sobre o legado que o rapper quer deixar para seus filhos e termina com um sample do Donny Hathaway, no qual ele profetiza: “Algum dia, todos nós seremos livres.”

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Dá vontade, não dá, Macklemore?


A gente bebeu muito mijo do Macklemore & Ryan Lewis pelo sucesso de “Same Love”, que trazia vocais da cantora bissexual Mary Lambert, abordando a relação homoafetiva, raramente discutida por artistas do hip-hop, e aqui está JAY-Z indo ainda mais fundo em “Smile”, na qual sua mãe é quem revela ser homossexual, da forma mais bela e inspiradora possível.

“Mamãe teve quatro filhos, mas ela é lésbica”, canta JAY-Z. “Precisou fingir por tanto tempo que se tornou uma atriz. Precisou se esconder no armário até ser medicada. Por vergonha da sociedade e da dor ser grande demais para aguentar. Chorei lágrimas de alegria quando se apaixonou, porque pra mim não importa se será ele ou ela, só quero te ver sorrir apesar de todo esse ódio.”

No final da faixa, é a própria mãe do rapper, Gloria Carter, quem recita um poema, no qual diz:
Vivendo duas vidas, feliz, mas não livre. Você vive nas sombras pelo medo de ferir alguém da sua família ou pessoas que você ama. O mundo está mudando e eles dizem que está na hora de se libertar. Mas você vive com o medo de apenas ser você. Viver nas sombras parece a forma mais segura de ser. Sem danos pra eles, sem danos pra mim. Mas a vida é curta demais, então é hora de ser livre. Ame quem você ama, porque a vida não está ganha. Sorria.

Dá o Grammy pra ela!

***


JAY-Z foi um puta babaca com a Beyoncé? Sim, ele foi. Mas, assim como ela fez em “Lemonade”, transformou todo esse transtorno em um dos seus melhores álbuns – e, felizmente, em um dos melhores álbuns desse ano – de uma forma em que não ficaremos surpresos se, assim como ela, conquistar o apreço critico como nunca antes – e, provavelmente, perder o Grammy para algum artista branco.

“4:44” é um disco que resgata a qualidade dos primeiros trabalhos de JAY-Z, com toda a maturidade artística que ele só poderia apresentar nos dias atuais, com o acréscimo do que absorveu ao longo de suas parcerias com artistas como Kanye, Beyoncé e até nomes mais novos do que ele neste jogo, como Frank Ocean e Kendrick Lamar.

É um disco sofisticado e agressivo, sutil e escandaloso, feito para ser amado e odiado. E, disponível apenas no Tidal, definitivamente, vale a audição.

O clipe de “16 Shots”, do rapper Vic Mensa, é mais importante do que você imagina

Se você ainda não ouviu falar de Vic Mensa, esta é a primeira vez e, provavelmente, não será a última. O rapper de Chicago está crescendo e é a nova aposta do hip-hop. Em sua bagagem, parcerias com Kanye West e Chance The Rapper, festivais como Coachella e contrato com a Roc Nation, gravadora do JAY Z. Em sua história, encarou a morte duas vezes na adolescência: uma descarga elétrica de 15 mil volts derrubou o artista de uma altura de nove metros, quando ele tentava se infiltrar no Lollapalooza. Dois anos depois, ele dirigia para casa após um longa noite no estúdio, quando o carro capotou.
Esses são os motivos pelos quais eu tenho 'Still Alive' tatuado na minha barriga. Eu digo que não é uma coincidência eu ainda estar vivo. Estou vivo para mudar o mundo e fazer coisas que são importantes. Eu não sei das outras pessoas, mas fui colocado nesta terra por uma razão.
Em seu mais novo vídeo, "16 Shots", que estreou exclusivamente no Tidal, Mensa vinga Laquan McDonald, um jovem negro assassinado com 16 tiros por um policial de Chicago, em 2014. O visual angustiante traz poderosas reflexões abordando o racismo, principalmente por parte da polícia.

O rapper, que aparece usando uma jaqueta com a palava "resist" (resistir), é agredido e baleado por policiais, mas permanece ileso, trazendo o ideal de que sua vontade de resistir não poderá ser oprimida ou silenciada. O vídeo permanece, então, retratando o modo violento como os negros são abordados pela polícia americana.
Nossas vidas não são respeitadas.

Ao final do clipe, que pode ser conferido logo abaixo, foi inserida uma gravação da noite em que Laquan foi morto, mostrando o jovem caminhando na rua enquanto os policiais chegam e os tiros são disparados cruelmente.

10 clipes pop para começar uma revolução

Se engana quem pensa que a política e cultura pop não andam de mãos dadas. De Madonna lutando contra estereótipos machistas e sexistas a Beyoncé levantando a bandeira da luta contra o racismo, foram muitas as vezes que o discurso de resistência se encontrou na música e, cá entre nós, nada melhor do que um bom refrão e puta videoclipe para espalhar uma mensagem tão importante, não é mesmo?


Em tempos que omissão se torna tão prejudicial quanto um mau posicionamento, aproveitamos o espaço tão amplo que construímos aqui no blog para relembrar alguns dos videoclipes que trazem essa proposta de luta contra as opressões, lembrando-os de quem são os inimigos e, claro, que não devemos deixar de lutar por nossos direitos jamais.


Madonna, “American Life”

Madonna nunca foi das mais sutis quando sua intenção era criticar algo. Entretanto, quando idealizou “American Life”, um manifesto anti-fashionista contra as guerras, ela talvez não esperasse que sua parceria com o diretor Jonas Akerlund fosse de encontro com a invasão americana ao Iraque. O clipe sofreu censura e chegou a ser removido dos canais oficiais da cantora, embora seja um dos seus vídeos mais relevantes.


M.I.A., “Borders”

Num dos melhores clipes desse ano, M.I.A. foi contra todas as convenções, mais uma vez, ao encarnar a líder de grupos de refugiados no clipe de “Borders”, lançado em meio às discussões dos supostos ataques terroristas na França.  Outro clipe dela que vale a menção é “Born Free”, do disco “/\/\/\Y/\”.


Brooke Candy, “Paper or Plastic”

Também entre os destaques desse ano, a volta de Brooke Candy dividiu opiniões pelas mudanças na estética de seu trabalho, mas continuou tão inquieta e agressiva quanto os materiais anteriores. “Paper or Plastic” traz ela e outras mulheres dando início a uma revolução contra o patriarcado.


Beyoncé, “Formation”

E falou em feminismo, chega Beyoncé. A maior ativista que você respeita, levantou as bandeiras do feminismo e movimento negro com o disco “Lemonade”, dando sequência ao discurso que abordou pelas beiradas ou de forma indireta, em trabalhos como “Run The World (Girls)” e “Single Ladies”. “Formation” tem Beyoncé se posicionando contra a violência policial com a população negra, chamando todas as mulheres negras pra entrarem em formação.


Lady Gaga, “Born This Way”

E o que você faz quando vive numa sociedade que não te aceita como realmente é? No caso de Lady Gaga e sua ode a autoaceitação, constrói uma nova. “Born This Way” é uma das maiores e mais significativas produções visuais de Gaga, abordando vertentes como o feminismo e a luta LGBT+, e traz a cantora como a mãe de uma nova geração. Esse é o manifesto da chamada “mãe monstro”.


Adam Lambert, “Never Close Our Eyes”

Entrando em um contexto fictício, “Never Close Our Eyes” é um dos melhores clipes da carreira de Adam Lambert, e se inspira nos clássicos distópicos da literatura, como “1984”, do George Orwell, e “Admirável Mundo Novo”, do Aldous Huxley, colocando-o dentro de uma prisão que controla mais do que sua liberdade e, daí em diante, incitando uma grande rebelião contra o sistema.


Halsey, “New Americana”

Agora bebendo de referências modernas de distopias, como “Jogos Vorazes” e “Divergente”, quem também se prepara para quebrar o sistema é Halsey, no clipe de “New Americana”. A produção traz a cantora como membro de um grupo secreto, que sobrevive de forma independente e se prepara para um eventual combate. Eis que o local é invadido e começam uma verdadeira caça às bruxas.


Emicida, “Boa Esperança”

Tem clipe nacional também. O rapper Emicida tocou em inúmeras feridas com seu último disco, “Sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa...”, e um dos clipes mais expressivos neste sentido é “Boa Esperança”, no qual o rapper lidera uma revolta dos empregados, negros, contra seus patrões, brancos. Todo o conceito é bastante semelhante ao clipe “GOMD”, do J. Cole, que também merece uma menção na lista.


Kendrick Lamar, “Alright”

Ainda no rap, não dá pra falar em música e revolução da atualidade, sem lembrar de Kendrick Lamar e seu impactante “To Pimp a Butterfly”. O favorito do hip-hop de 2015 rendeu muito assunto e, no clipe de “Alright”, volta a abordar a violência policial, com uma grandiosidade visual de encher os olhos.


Kanye West X Jay Z, “No Church In The Wild”

Pra fechar a lista, ficamos com “No Church In The Wild”, do projeto Watch The Throne, de Kanye West e Jay Z. Nesse, a dupla nos coloca no meio de um puta protesto, repleto de brutalidade vinda da polícia e devolvida pelos manifestantes. Incômodo e certeiro, como deve ser.


Lembrou de algum clipe que merecia uma menção por aqui? Conta pra gente nos comentários! Aos interessados, disponibilizamos uma edição estendida da playlist no Spotify. E não se esqueça: temer jamais. Não há conquistas sem lutas. 

Descubra quem foi o homem que traiu Beyoncé com a “Becky do cabelo bom”


O disco novo da Beyoncé, “Lemonade”, trata sobre a questão racial, empoderamento feminino negro e até a autodescoberta dela ao longo dos obstáculos que enfrentou em sua vida, mas o que a mídia em geral decidiu pegar como o assunto da vez é bem menos importante: a traição que serviu de inspiração pra músicas como “Don’t Hurt Yourself” e “Sorry”.

Não é preciso ir muito longe pra ler sobre as especulações de quem seria a “Becky do cabelo bom”, citada por Beyoncé em “Sorry”, e a lista de possíveis mulheres metidas nessa história é longa: já lemos versões com Rihanna, Rita Ora, Azealia Banks, Solange Knowles e até a Iggy Azalea resolveu dar pitaco no meio da conversa. Mas a gente gosta é de furos, por isso fizemos melhor e, em vez de seguir a onda de especulações sobre a Becky, estamos prestes a revelar quem foi o marido que traiu Beyoncé.


Para essa tarefa, precisamos de tempo, além de uma árdua e intensa investigação, até porque falaram tanto da tal Becky que sequer percebemos que também há um homem nesta história, e enfim conseguimos fontes que nos confirmaram algumas coisas sobre o cara que teve relações extraconjugais, enquanto ainda estava com Beyoncé.

A primeira informação relevante partiu de uma fonte que prefere não ser identificada e, sendo assim, chamaremos de Bete, que nos GARANTIU que o tal marido era um rapper famoso, hein? Daqueles com vários hits e bastante impacto no gênero, ao ponto de sustentar gravadora e vários outros artistas abaixo do seu trabalho. Seguindo as dicas de Bete, começamos então a afunilar nossas possibilidades e foi quando chegamos a outra fonte, identificada como Travis (nome fictício), que nos deu uma informação valiosa: o rapper, além de ser importante por sua música, também era dono de uma plataforma de streaming em ascensão.

Aí ficou mais fácil, né? Tem gravadora, tem serviço de streaming, é relevante... Calma, calma, a gente falou com a Kylie Jenner, acredite você ou não, e ela garantiu que não era o Kanye West. Ufa.


Mas chega de mistério. Nós chegamos ao nome final.

E o misterioso homem que cometeu a traição foi ninguém menos que...



Por essa ninguém esperava. (Mas agora todos sabem de quem realmente cobrar satisfações.)

Drake lança não uma, mas sim DUAS músicas novas: ouça “Pop Style” e “One Dance”

Alguém se lembra do que ouvíamos antes do Drake chegar com a sua “Hotline Bling”? Certamente, não. Mas não se assustem, isso não é algo que precisaremos nos preocupar tão cedo, até porque, passado o hit que fez de 2015 o ano do cara, seu novo disco, “Views From The 6”, deve repetir o seu feito no ano seguinte.

Com lançamento previsto para esse mês, o novo álbum do Drake conta com “Hotline Bling”, a recente “Summer Sixteen” e uma especulada parceria com a Beyoncé, mas se isso parecia pouco, o que não faltaram nos últimos dias foram motivos para se animar. Sim, estamos falando daquelas duas vazadas, a dançante (!) “Controlla” e o inusitado cover de “These Days”.

AAAAND agora mais motivos estão entre nós.

Sem qualquer aviso prévio, Drake ‘beyoncelizou’ duas músicas inéditas nesta terça-feira (05), sendo elas uma parceria com o Kanye West e Jay Z, chamada “Pop Style”, e outra tão dançante quanto a vazada “Controlla”, chamada “One Dance”, com as participações de Wizkid e Kyla, seja lá quem eles forem.

As músicas novas reforçam o que podemos notar desde “Hotline”: Drake está numa das suas fases mais comerciais e, felizmente, sem perder características que marcam o seu trabalho. Aliás, algo que parece ditar essa nova fase é termos o cara cantando mais do que rimando e se isso significa que teremos outras coisas tão boas quanto seu smash hit, nossa resposta é “queremos”. A gente não pode nem ouvir que já adora.

Ouça as músicas novas:


Além de suas próprias músicas, Drake também colaborou com a Rihanna em “Work”, que segue no topo da Billboard Hot 100, e no ano passado lançou a mixtape “If You’re Reading This, It’s Too Late” e o disco em parceria com o Future, “What A Time To Be Alive”, fazendo um aquecimento E TANTO para o disco que está por vir. 

Drake é a nossa Carly Rae Jepsen do hip-hop.

TÁQUEPARIU! “Tidal Friday Releases” revela músicas inéditas de Beyoncé, Rihanna e Kanye West

Ninguém segura o Jay Z! O rapper anunciou há alguns dias que seu próximo disco, ainda sem previsão de lançamento, será o último de sua carreira. Entretanto, enquanto planeja a sua aposentadoria na música, parece ter muitos planos para seus outros trabalhos, como a plataforma de streaming Tidal.

Completando um ano desde o seu relançamento, o Tidal anunciou nessa sexta-feira (01) a “Tidal Friday Releases”, que se assemelha ao já conhecido “New Friday Music Releases”, adotado por plataformas como Spotify e Apple Music, mas com um diferencial que tem sido sua marca até aqui: exclusividade.

Em seu lançamento, a “Tidal Friday Releases” convoca o mais alto escalão do seu clã para nos tirar o ar e, nesta madrugada, revelou músicas novas de ninguém menos que Beyoncé, Rihanna e Kanye West, além de outros nomes menores.

O grande destaque dessa edição, obviamente, é Beyoncé, que mais cedo havia revelado o instrumental da música nova no site de lançamento da sua nova linha de roupas com a Ivy Park.  A canção, chamada “Phone Off”, conta com a participação do Chance The Rapper e mantém o clima urban do seu lançamento anterior, “Formation”, mas sem qualquer cunho social. Será o primeiro single do seu novo CD?

Rihanna, por sua vez, traz mais dancehall no que mais parece ser uma descartada do disco “ANTI”, seguindo uma fórmula bem próxima do single “Work”, que a levou para o topo da Billboard Hot 100. Enquanto “Work” conta com a participação do Drake, entretanto, a inédita “I Bet” a traz sem participações especiais.

Por fim, o rapper Kanye West, que nesta sexta-feira (01) também lançou o disco “The Life of Pablo” no Spotify e Apple Music, revelou a inédita “Sinner in Secret”, com uma sonoridade BEM diferente do seu último trabalho, o que nos leva a crer que a produção do seu novo disco, também prometido para esse ano, está mais avançada do que esperávamos.

Ouça as músicas abaixo:

Beyoncé, “Phone Off (feat. Chance The Rapper)”


Rihanna, “I Bet”


Kanye West, “Sinner in Secret”


Para conferir os outros lançamentos do Tidal Friday Releases, incluindo músicas novas do The Weeknd, 2 Chainz, Future, Drake, Kehlani e Zendaya, acesse o próprio aplicativo ou confira a lista na íntegra no site da plataforma clicando no link a seguir:

Jay Z foi o culpado pelo título “Last Year Was Complicated”, do novo CD do Nick Jonas

Imagina a cena: o Jay Z te pergunta como vão as coisas e, pensativo, você responde, “ah, o último ano foi complicado”. Daí o rapper vai lá e, em vez de falar coisas positivas sobre esse ano, afinal, você teve alguns dos maiores hits de sua carreira, te incentiva a usar esse desabafo como o nome do seu novo álbum. Improvável? Não para Nick Jonas.

O cantor emplacou vários hits nos últimos anos, todos extraídos do seu álbum de estreia solo, autointitulado, e enquanto procurava pelo nome do seu novo CD, inicialmente promovido pelo single com a Tove Lo, “Close”, recebeu uma luz de Jay Z, que atualmente é um dos parceiros da gravadora responsável por seus trabalhos.



Durante um evento da sua gravadora na Califórnia, Nick Jonas explicou que o processo de composição do seu novo disco foi bastante intenso e emotivo, já que ele se inspirou em um recente término, e enquanto conversava com o rapper e empresário Jay Z, viveu o diálogo que descrevemos acima. “Você encontrou o seu título”, teria dito Jay. E quem vai discordar do cara, sabendo que ainda pegará muitos aviões na vida?

“Last Year Was Complicated” será lançado no dia 10 de junho e, por enquanto, só conta com a parceira sueca de “Close”, mas, até seu lançamento, deve trazer outros lançamentos promocionais e, quem sabe, algumas aparições especiais. O disco chega após o sucesso de músicas como “Chains”, “Jealous” e “Levels”, do seu último CD.

Há algo grande acontecendo na indústria e bem debaixo do nosso nariz



Atualização (17/04): A imagem que ilustrava a matéria foi substituída, após reivindicações de direitos do site Getty Images.

Imagine que você é um artista negro. Entretanto, toda a sua carreira depende das mãos e serviços de senhores brancos, por trás de grandes marcas, como Apple ou Spotify, e com exigências que podem limitar a sua criação a falar sobre coisas que as outras pessoas querem ouvir e não o que você realmente gostaria de dizer ou cantar.

Azealia Banks, ainda no começo de sua carreira, teve a internet como a principal plataforma para a sua ascensão, com o hit “212”, e viu a mesma derrubá-la numa velocidade imensa ao passar a questionar o racismo da indústria, bem como questões como a misoginia e machismo dos homens com quem trabalhou, e isso foi o suficiente pra que, literalmente, isolassem a rapper, tornando quase impossível que ela conseguisse voltar aos estúdios com nomes relevantes para a música atual, enquanto é vista pelo público como a louca, descontrolada e reclamona das redes sociais.

Eis que, pouco depois da estreia da rapper de Harlem, podemos ver o racismo ser questionado musicalmente, por artistas como Kendrick Lamar e até mesmo Beyoncé, dizendo coisas que Azealia Banks discute o tempo todo, mas sem o mesmo alcance deles e outros artistas negros que, ao contrário dela, encontraram um momento certo para usarem o peso de seus respectivos nomes ao seu favor.



Seja como for, ser um negro disposto a discutir sobre o racismo com um público racista é um risco à assumir. A própria Beyoncé, passada a estreia da grandiosa “Formation”, parece finalmente ter alertado os seus fãs sobre ser uma cantora negra e, desde sua performance no Super Bowl, no qual fez referência aos movimentos negros “Black Lives Matter” e “Black Panthers”, além de utilizar um figurino em homenagem ao Michael Jackson, tem enfrentado duras críticas, incluindo de grandes marcas — comandada por grandes brancos — como a emissora Fox que, em seus noticiários, falou sobre o desconforto em tê-la usando um evento esportivo para promover sua luta.

Na última segunda-feira (15), quem também provou ser um problema, quando quer brigar por seus direitos, foi o rapper Kendrick Lamar, durante o Grammy Awards. Não é de hoje que o racismo da premiação é questionado e, nesta edição, eles até se esforçaram para fazer isso passar batido, enquanto tinham como o líder de suas indicações o intérprete de “Alright”, mas não podemos nos enganar: de que adianta indicá-lo em tudo quanto é categoria, se só vão premiá-lo naquelas segmentadas para a “música negra”?



Foi aí que surgiu o insight. Em sua performance, dentro da mesma premiação, Kendrick Lamar apresentou as canções “The Blacker The Berry” e “Alright”, ambas do seu último álbum, o aclamado e extremamente questionador “To Pimp A Butterfly”, e fez uma performance de cunho totalmente político e social, enquanto, assim como Beyoncé no Superbowl que deveria ser do Coldplay, fez referência ao Michael Jackson (o figurino dele foi inspirado no clipe alternativo de “They Don’t Care About Us”) e, de maneira artística, duras críticas à repressão policial e racismo nos EUA.



Não seria isso o suficiente pra que os brancos do Grammy se sentissem desconfortáveis ao ponto de, futuramente, mantê-lo longe da premiação? Afinal, estavam todos ali para ver artistas serem premiados e não protestos sobre coisas tão irrelevantes quanto o racismo, né?

O risco, assumido não só por Beyoncé e Kendrick Lamar, é de ver seus trabalhos passarem a serem diminuídos e até mesmo ignorados por essas e outras premiações e organizações, entretanto, eles não estão sozinhos. Nunca estiveram. E até que demoramos para perceber o que realmente estava acontecendo.

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No último VMA, a maior premiação musical da MTV, o rapper Kanye West foi homenageado com o prêmio “Michael Jackson de Artista Vanguarda”, que visa premiar ícones da geração atual, e optou por não fazer uma performance musical, realizando, no lugar dessa, um longo discurso. O episódio foi claramente planejado pela emissora pra que fosse algo comentado, tanto que colocaram Taylor Swift, a cantora da qual ele tirou um prêmio das mãos ao vivo anos atrás, para apresentar a categoria, mas Yeezy passou longe de se intimidar pelo climão planejado pela emissora, fazendo do palco o cenário perfeito para tecer críticas à própria MTV, bem como a indústria em geral, e toda a desvalorização que o trabalho dele e outros artistas sofria. O cara estava num palco da MTV, recebendo um prêmio da MTV e criticando exatamente aquilo que o evento e tudo que o rodeava representava. Um risco sendo assumido outra vez.

Agora pega a sua máquina do tempo e volta para o dia 30 de março de 2015. Nova York. A grande coletiva de imprensa para o lançamento do Tidal, a plataforma musical relançada pelo rapper Jay Z, em parceria com inúmeros outros artistas, com a intenção de valorizar os números de seus artistas em relação ao baixo retorno dos principais serviços de streaming da atualidade, além de dar à eles maior autoridade sobre seus próprios trabalhos.


Se mostrando um rival em potencial para serviços como o Spotify, iTunes e até mesmo VEVO, o Tidal de Jay Z prometia nos entregar músicas, discos e videoclipes, além de algo que não encontramos nas outras empresas mencionadas: ingressos para diversos eventos, bem como materiais exclusivos que, sendo assim, você só encontraria na sua plataforma.

Quando lançado, toda discussão em torno do Tidal foi sobre seu peso comercial. A plataforma que pagará bem os artistas e, sendo assim, cobrará um pouco mais de seus usuários, e isso gerou até mesmo uma reação negativa da nossa parte, que afirmamos o desinteresse no serviço, mas algo passou completamente despercebido por nós e pela maioria dos que também torceram o nariz para o serviço: dezesseis artistas assumiram o posto de co-proprietários do Tidal, se tornando sócios da plataforma, e, desses, OITO eram negros.

Pra idealizarem melhor a ideia, a lista de artistas que apadrinharam o Tidal incluía grandes ícones da música mundial, como Madonna e Daft Punk, além de revelações dos últimos anos dos mais diferentes gêneros, como Arcade Fire, Jason Aldean, Calvin Harris e deadmau5, mas todo o resto era liderado por artistas do hip-hop e R&B: Jay Z, Beyoncé, Rihanna, Kanye West, Usher, Alicia Keys, Nicki Minaj e J. Cole. O que, levando em consideração que a plataforma visa abranger os principais serviços de consumo musical da atualidade, dá aos artistas mencionados total independência em relação aos outros serviços, tornando-os mais fortes e livres para explorarem seus trabalhos como bem entenderem e continuarem tendo uma plataforma para mostrarem isso.

Se Beyoncé, por exemplo, terminasse boicotada em outros serviços por seu posicionamento político-social em “Formation”, ela não seria como a Azealia Banks, que segue sendo isolada e tendo como único espaço para ter suas discussões o Twitter, podendo utilizar o Tidal como uma plataforma em que continuaria encontrando espaço o suficiente para lançar seus novos trabalhos e promovê-los.
A estratégia de alcance e impacto da plataforma já vem sendo testada há algum tempo. A própria Beyoncé, ao lado de Nicki Minaj, lançou com exclusividade na plataforma de Jay Z o clipe de “Feelin’ Myself”, nunca disponibilizado no Youtube ou VEVO. Nesse ano, foi a vez de Rihanna estrear seu “ANTI” na plataforma, dando ao Tidal a vantagem de uma semana em relação aos outros serviços de streaming, que só receberam o disco após ele ser disponibilizado para audição e download gratuito.

Usher, na primeira vez que se posicionou sobre o racismo e repressão policial dos EUA musicalmente, com “Chains”, também optou pelo Tidal como plataforma de lançamento, estreando a música, com participação da Bibi Bourelly e do rapper Nas, meses antes do lançamento do seu videoclipe em outras plataformas.



Outros artistas, como o cantor Prince, que é um dos maiores ícones negros dentro da cultura pop, também já mostraram sua preferência ao formato. O Tidal é o único serviço de streaming que detém toda a discografia do cara, incluindo seu último álbum, “HITnRUN — Phase One/Two”, enquanto o rapper Kanye West, que atualmente promove o álbum “The Life of Pablo”, foi ainda além, vetando o lançamento do seu CD em lojas e outros serviços, tornando-o, de fato, o primeiro disco totalmente exclusivo à plataforma, já que sequer será colocado à venda, o que, inclusive, alavancou a procura pelo serviço, que alcançou o primeiro lugar na lista de aplicativos da Apple.

Nos Estados Unidos, as discussões em torno das questões raciais estão mais quentes do que nunca. Após a performance da Beyoncé no Superbowl, emissoras americanas exploraram o passado do movimento das Panteras Negras, promovendo, inclusive, especiais, que desmitificavam os debates sobre o grupo, enquanto, também pela internet, o movimento Black Lives Matter se torna cada vez maior.

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Em seu novo disco, sucessor do “Beyoncé”, a cantora de “Formation” deve bater na tecla do racismo e outras questões sociais, em tempo que fomenta essas discussões muito bem acompanhada, já que contamos nos últimos anos com novos discos do Kanye West e Kendrick Lamar, bem como M.I.A. e outras artistas realmente dispostas a usar sua arte e relevância na indústria em prol da causa. E todos esses artistas, por sua vez, encontram no Tidal (clique aqui para baixar) uma fortaleza não vista antes, sendo a plataforma uma das poucas que não os tornam reféns de brancos que se apropriam de toda a indústria, querendo ditar quando ou onde eles devem brigar por seus direitos.



O slogan “Tidal para todos” nunca fez tanto sentido.

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