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Os 35 melhores filmes cult de 2017

"Moonlight", "Mãe!", "Uma Mulher Fantástica", "O Estranho Que Nós Amamos" e muitos outros nomes que você talvez não tenha visto (mas deveria)
Já seria um clichê começar esse texto falando como é assombroso ver que 2017 acabou, mas ele se foi. A parte boa é que ele trouxe muitos filmes já clássicos e inesquecíveis para fazermos nossa atividade favorita: a lista de fim de ano com os melhores longas cult de 2017!

Caso você seja calouro no nosso estilo de listas para filmes, bem único, sente aqui, vamos conversar. O negócio é o seguinte: nós dividimos as listas da Sétima Arte em duas, a "cult" e a "pipoca" (essa você pode conferir clicando aqui). Qual o objetivo dessa segregação? Listar de forma mais homogênea filmes que possuem "objetivos" semelhantes. Porque não faz sentido comparar "A Bela e a Fera" com "A Deusa da Vingança", não é verdade?


Com o termo "cult" queremos dizer aqui os filmes que fogem do molde comercial hollywoodiano, aqueles blockbusters que entopem as salas de cinema. Os filmes aqui são mais restritos comercialmente, muitas vezes interessados em colocar você para pensar - mas se você quiser usar o termo para fazer a linha alternê com os amigos, citando filme paquistanês, singapuriano ou bélgico, nós apoiaremos. Você pode conferir a lista com os melhores de 2016 aqui.

Com essa restrição de distribuição, o calendário de estreias no nosso país fica bem mais complicado. Os filmes aqui apontados passaram pelo crivo de: 1 estrearem comercialmente no Brasil em 2017; ou 2 lançados em streaming no Brasil em 2017 (Netflix); ou 3 chegarem à internet sem data de lançamento nacional prevista.

Tendo tudo isso em mente, podemos ir aos felizardos nomes (com textinhos sem spoilers, leia sem medo). Preparado para uma viagem ao redor do mundo, da Singapura até o Chile, com as pérolas que você - talvez - não tenha visto (mas deveria)? Foi tanto filme bom que aumentamos o número de escolhidos de 30 para 35, eita ano maravilhoso. Vamos lá!



#35 A Atração (Córki Dancingu)

Direção de: Agnieszka Smoczynska
Duas sereias polonesas desejam chegar aos EUA, mas pegam um desvio quando são recrutadas por uma banda para performarem como strippers num bar local. A premissa de "A Atração" é tão absurda como o próprio filme, uma explosão de cores, sons e sangue nesse conto de fadas macabro. Um milagre imagético, a obra foge do molde comercial, então é preciso comprar a loucura narrativa sob luzes neon que é o melhor musical sobre sereias assassinas já feito na história. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#34 Paterson (idem)

Direção de: Jim Jarmusch
“Paterson”, o filme, é uma obra da coincidência, do ciclo, da anti-expectativa, tão doces quanto os cupcakes da protagonista pelos seus personagens cativantes. Paterson, o homem, é o herói do cotidiano, encontrando beleza no detalhe e encabeçando um longa inspirador. “Paterson” é difícil de ser descrito além de “poesia na tela”, e é difícil explicar também como tudo funciona de forma tão harmônica. 


#33 Personal Shopper (idem)

Direção de: Olivier Assayas
Usando o luto como estopim, Assayas dissolve uma profunda e metafórica discussão sobre o ato de seguir em frente diante da perda, moldando uma personagem complexa que prefere ser regida e viver a vida dos outros ao assumir as próprias rédeas e enfrentar seus próprios problemas, incorporada com maestria por Kristen Stewart, finalmente mostrando que há talento a ser explorado debaixo daquele rostinho apático.


#32 A Garota Ocidental (Noces)

Direção de: Stephan Streker
Zahira é uma paquistanesa que se vê entre a cruz e a espada: aceitar as tradições do casamento de sua cultura ou embarcar numa jornada própria – para o desespero da família. “A Garota Ocidental” não é uma obra de surpresas, reviravoltas ou ineditismos, é pura e simplesmente um trabalho sobre choques culturais e como santificamos tradições que mascaram opressões: estas começam a serem dissolvidas com a globalização e a era da informação. Mas a que custo?


#31 A Morte de Luís XIV (La Mort de Louis XIV)

Direção de: Albert Serra
Utilizando-se de uma ótica diferente de cinebiografias usuais e uma produção técnica e visual de cair o queixo, “A Morte de Luís XIV” é um lento, claustrofóbico, contemplativo e silencioso retrato que excede expectativas, afinal, o desfecho do longa está em seu título. A lenda francesa Jean-Pierre Léaud leva às telas as agonias finais do Rei Sol, sendo um filme belo e exagerado sobre a preparação da morte, não o ato em si. 


#30 Newton (idem)

Direção de: Amit Masurkar
Em tempos onde um surreal tsunami pró-ditadura assola o Brasil, “Newton” é um símbolo da luta desenfreada pela democracia, dialogando com facetas sociais importantíssimas de forma lúdica, divertida e altamente relevante. Todos nós deveríamos ser Newton, que enfrenta as maiores desventuras e sai correndo com a urna embaixo do braço para garantir o direto universal do voto. Filme que dá vontade de abraçar.


#29 Lady Macbeth (idem)

Direção de: William Oldroyd
Classicão da tragédia vitoriana, “Lady Macbeth” é uma estrelar estreia de Oldroyd, que dirige com precisão essa sombria história sobre luxúria e libertação feminina (a um preço caro demais), numa hipnótica atuação de Florence Pugh, nome a ser seguido no futuro, que dá vida à uma personagem robusta e dúbia que sai do papel de mera vítima do patriarcado para domar o caos. 


#28 Más Notícias Para o Sr. Mars (Des Nouvelles de la Planète Mars)

Direção de: Dominik Moll
Espirituosíssimo, sarcástico e sem medo de ser feliz, “Más Notícias Para o Sr. Mars” (o título nacional é ainda melhor) é recheado de personagens icônicos, situações absurdas e dilemas irônicos, possuindo um dos mais divertidos roteiros do ano ao abraçar a Teoria do Caos e provar que o bom samaritanismo excessivo é uma péssima ideia. Às vezes uma dose de egoísmo pode até salvar a sua vida.


#27 O Suborno do Céu (El Soborno del Cielo)

Direção de: Lisandro Duque Naranjo
Uma comunidade colombiana vive tranquila até que um homem se suicida. Toda a cidade fica de pernas pro ar quando, depois do morto ser enterrado, o padre da paróquia local exige que o cadáver seja retirado do cemitério. A família se recusa, o que gera a ira do padre, cancelando todos os eventos religiosos da cidade. A população então se vê dividida entre sua fé e o apoio à família do suicida, rechaçado pelas leis divinas de séculos atrás. E essa é só a ponta do iceberg da saborosa bagunça moral de “O Suborno do Céu”.


#26 A Garota Desconhecida (La Fille Inconnue)

Direção de: Jean-Pierre Dardenne & Luc Dardenne
Em "A Garota Desconhecida", uma médica se sente culpada depois que uma jovem mulher, que ela se recusou a atender, aparece morta. O longa é um drama do dia a dia que comporta forte crítica social aos refugiados na Europa – principalmente negros, onde um evento particular, a morte da mulher, desencadeia outro público, a higienização social. A garota mal é mostrada, mas vira um fantasma pela obstinação da protagonista em reaver um dilema moral.


#25 Garotas Perdidas (Pojkarna)

Direção de: Alexandra-Therese Keining
Certo dia, três amigas encontram uma flor cujo néctar as transformam temporariamente em garotos. O que a princípio parece uma aventura à la Sessão da Tarde se revela um incisivo estudo sobre corpo, expressão social, sexualidade e identidade de gênero, criando ideias pertinentes e realizações maravilhosas – é bizarro ver como acharam atores tão parecidos com as atrizes em suas versões masculinas.


#24 Thelma (idem)

Direção de: Joachim Trier
Há aqui resquícios de várias outras obras – “O Exorcista”, “Grave”, “Carrie: A Estranha” e “13 Estações de Maria”, mas “Thelma” atinge nada longe o cinema de super-herói, sendo mais realístico e menos fantástico – toda a construção da personagem em nada se diferencia das construções dos mutantes na franquia “X-Men” –, entretanto, é inegável o requinte narrativo e técnico da película, usando metáforas e alegorias para deixar a cabeça do público voar. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#23 Bom Comportamento (Good Time)

Direção de: Benny Safdie & Josh Safdie
Se Kristen Stewart se encontrou como atriz em “Personal Shopper”, Robert Pattinson faz o mesmo em “Bom Comportamento” – e de forma ainda mais estrelar. O “Depois das Horas” desse século, “Bom Comportamento” é um filme de amor bandido bastante sincero, que consegue compor personagens e situações para gerar a simpatia do público, mesmo com personas tão problemáticas. E possui os créditos finais mais bem valorizados dos últimos tempos.


#22 A Transfiguração (The Transfiguration)

Direção de: Michael O'Shea
“A Transfiguração” retrata a vida do maior fã da figura do vampiro que já existiu, que não abre mão de discutir desde cinema cult até literatura pop. Usando inteligentemente a cultura vampiresca, o longa se debruça nessa rica fonte para fugir das obviedades do tema, encontrando espaço para contextualizar o meio e criar personagens intrigantes – é quase como se “Moonlight” não fosse LGBT e colocasse Nosferatu na receita. “‘Crepúsculo’ é péssimo”, diz o protagonista. Então tá.


#21 O Estranho Que Nós Amamos (The Beguiled)

Direção de: Sofia Coppola
Sofia Coppola, que foi a segunda mulher a receber o louvável prêmio de "Melhor Direção" no Festival de Cannes, consegue alcançar um interessante patamar na sua carreira com "O Estranho Que Nós Amamos". Trabalho estético de primeira linha – a fotografia é para ver de joelhos, Coppola altera de forma correta o prisma narrativo da obra original, colocando nas mãos das mulheres o foco principal e estudando como aquele vírus masculino infecta sua casa. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#20 A Constituição (Ustav Republike Hrvatske)

Direção de: Rajko Grlic
Veio da Croácia esse lindíssimo (e ácido) estudo acerca de uma característica primordialmente humana, que dita como nos comportamos e aceitamos (ou não) outros seres da mesma espécie: o preconceito. Cada personagem, dentro de suas particularidades, está envolvido por essa característica e vemos as disputas pessoais que a falta de empatia gera diariamente, sem passar a mão na cabeça. “A Constituição” nada mais é que uma verdadeira história de amor sobre o ódio.


#19 Mulheres do Século 20 (20th Century Women)

Direção de: Mike Mills
"Mulheres do Século 20" nos joga nos EUA da década de 80 e seguimos o ponto de vista de três mulheres de três gerações diferentes em meio da revolução sexual e o fortalecimento do feminismo, mostrando como as mesmas se enxergam dentro da nossa sociedade machista e patriarcal e como elas expressam suas liberdades, suas felicidades e suas dores. Resgatando não só um local geográfico mas uma faixa de tempo, o longa é um belíssimo estudo sobre o feminismo debaixo de um roteiro complexo que demonstra domínio cinematográfico e rende cenas memoráveis – a da menstruação é perfeita.


#18 Jackie (idem)

Direção de: Pablo Larrain
Com belíssima reconstituição de época e uma atuação impecável e contida de Natalie Portman (que incorpora Jackie Kennedy de maneira assustadora), “Jackie” alcança um ótimo saldo ao conseguir ir além do óbvio em cinebiografias, nos colando nos encalços da esposa (agora viúva) do homem mais poderoso do mundo. Numa abordagem feminina do ícone fashion de sua protagonista e o histórico e trágico momento do assassinato de JFK, “Jackie” é um tenro filme sobre amor, memória, vaidade e luto.


#17 A Deusa da Vingança (Sam Was Here)

Direção de: Christophe Deroo
O filme mais enigmático do ano fez muita gente quebrar a cabeça procurando uma solução para esse quebra-cabeça mitológico que não está preocupado em dar respostas fáceis. Bebendo da fonte da mitologia grega, “A Deusa da Vingança” é um trabalho instigante e tecnicamente belíssimo, conseguindo capturar a atenção de maneira instantânea e fugindo das obviedades do gênero. Quando vemos que quase todos os envolvidos estão estreando no cinema, a coisa fica ainda mais impressionante. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#16 Manchester À Beira Mar (Manchester By The Sea)

Direção de: Kenneth Lonergan
Vencedor do Oscar de "Melhor Roteiro Original" (e do controverso "Melhor Ator" para Casey Affleck), "Manchester À Beira Mar" retrata dores e lutos que poderiam render lágrimas e desesperos na tela, porém, contrariando o esperado, aqui não temos personagens tentando se reerguer, e sim aprendendo a viver com suas próprias mortes. Navegando num mar de ironia, humor negro e muito cinismo, a obra cria personagens e momentos inesquecíveis sob o tom certeiro para retratar assuntos tão complicados. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#15 Gênios do Mal (Chalard Games Goeng)

Direção de: Nattawut Poonpiriya
Uma garota pobre, mas superdotada, cria um sistema de pescas em testes que a deixa rica – e cada vez mais ambiciosa. Não se engane pelo título de “Gênios do Mal”: temos em mãos uma legítima produção que alia suspense e cinema de roubo como poucas vezes feitas ao elevar a atividade mais chata que existe – a realização de provas – em sequências para não sobrar uma unha nas mãos. Montagem brilhante, atuações certeiras de virgens da profissão e um roteiro com motivações no ponto. Não se empolgar é impossível.


#14 O Cidadão Ilustre (El Ciudadano Ilustre)

Direção de: Gastón Duprat & Mariano Cohn
Apesar de tecnicamente fraco - a fotografia e a montagem são particularmente nada inspiradas, a obra é um tour avassaladoramente hilário e incômodo sobre diversos temas relevantes e explorados de forma brilhante, como fama, tradição, passado e ficção. Carregado por Oscar Martínez (vencedor do prêmio de “Melhor Ator” no Festival de Veneza), o longa cria situações tanto divertidas quanto preocupantes, transformando um ícone internacional em caça.


#13 Grave (idem)

Direção de: Julia Ducournau
Uma garota vegetariana recém-chegada na faculdade é forçada a comer carne no trote do curso, o que desencadeia uma fome por carne humana que, pouco a pouco, vai dominando a menina. Seguindo a tradição do horror francês, "Grave" é uma metafórica viagem que força o espectador a vislumbrar o desabrochar violento de uma garota para os desejos mais primitivos do seu ser, dialogando com a repressão sexual feminina num final para ver de joelho. Bon appétit, baby. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#12 Ilegítimo (Ilegitim)

Direção de: Adrian Sitaru
A Romênia é um dos melhores expoentes contemporâneos do cinema europeu, e “Ilegítimo” é mais uma prova. Disposto a conversar sobre um tabu absoluto, o longa nos torna cúmplices de uma relação incestuosa e como esse amor proibido afeta a vida de todos ao redor. Toda forma de amor não seria válida? Como questiona um personagem, o que eles estão fazendo de errado? “Ilegítimo” é para desorganizar tudo o que temos de concebido de acordo com o tema e nos obrigar a pensar (e assistir) um debate tão espinhoso - e atuado com raro naturalismo.


#11 24 Semanas (24 Wochen)

Direção de: Anne Zohra Berrached
O cinema europeu, mostrando seus lados mais crus, aborda temas tabus de forma bastante consciente, e é isso que o alemão "24 Semanas" realiza. É certo que filmes sobre aborto já existem, todavia, "24 Semanas" consegue trazer o tema de forma mais pungente ao nos colocar dentro da relação de um casal que vê uma gravidez se tornar um problema. Extremamente desconfortável, necessário enquanto discussão, sem maquiagem e puramente feminino, a película traz os prós e contras do aborto e coloca o espectador à beira da cadeira. Se isso não for a maior função do Cinema, não sei o que é.


#10 Glória (Slava)

Direção de: Kristina Grozeva & Petar Valchanov
O representante da Bulgária ao Oscar 2018 é o “Desejos Proibidos” desse século, usando um acessório banal, um relógio, para desencadear toda a trama e bagunçar para sempre a vida de seus personagens, usando histórias reais para unir um filme poderoso sobre corrupção, diferença de classes e dignidade. Qual o preço do seu próprio valor? Teoria do Caso aplicada efetivamente - e é impressionante assistir tudo desmoronar cena após cena.


#9 Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake)

Direção de: Ken Loach
A força do cinema perante o sistema é ferramenta de instauração de reflexão nesse vencedor da Palma de Ouro em Cannes, com Daniel Blake e seu picho sendo porta-voz dos desmandos de Estados que, com suas burocracias, força as pessoas a perdem o respeito próprio. Seco, naturalista e um tapa na cara, "Eu, Daniel Blake" é daqueles filmes que não queremos assistir mais de uma vez pela quantidade de momentos dolorosos: a cena do depósito de comida é destruidora e uma das mais intragáveis do ano.


#8 O Estudante (M-Uchenik)

Direção de: Kirill Serebrennikov
Proprietário do personagem mais odioso do ano – e já figurando na lista de toda a história – Venya (atuação assombrosa de Pyotr Skvortsov) é o porta-voz de uma geração reaça, com Serebrennikov empurrando seu roteiro para o extremo do fundamentalismo, onde a fé pula a cerca e cai na sociopatia, numa Rússia perdida em preconceitos e intolerâncias. Mesmo o país sendo exemplo de ignorância social, assusta como conseguimos enxergar exemplos nos nossos próprios quintais.


#7 Uma Mulher Fantástica (Uma Mujer Fantastica)

Direção de: Sebastián Lelio
Se “Moonlight” foi cinema gay e negro necessário, “Uma Mulher Fantástica” cumpre o papel para o cinema trans contemporâneo. Em performance estrelar de Daniela Veja, a atriz se entrega de carne, osso e coração à uma realidade fictícia que, infelizmente, é reflexo fidedigno da nossa sociedade transfóbica, que continua tratando essas pessoas como seres abaixo da segunda classe. O longa de ficção mais aclamado pela crítica internacional em 2017 e representante do Chile ao Oscar é tão urgente quanto estupendo.


#6 Peles (Pieles)

Direção de: Eduardo Casanova
“Peles” é um estudo brilhante (e bizarro) dos desejos mais profundos do homem, enlatados em 50 tons de rosa. Ao mesmo tempo em que nos chocamos com as imagens na tela, sejam os corpos humanos desfigurados dos deficientes ou as almas desfiguradas dos ditos “normais”, é impossível tirar os olhos do que vemos, tanto pela mensagem poderosa quanto pela realização cinematográfica de primeira linha. Todas as peles humanas só desejam, por fim, se amar e ser amadas, e, às vezes, o ato de se amar é o mais difícil de todos. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#5 A Ghost Story (idem)

Direção de: David Lowery
Presos no ratio quadrado do ecrã, seguimos um fantasma preso pelas memórias, e viajamos numa história absolutamente simples, mas de cativo universal, onde nós mesmos somos o melancólico lençol na sua eterna busca por sentido. “A Ghost Story” é existencialista, niilista e vai estraçalhar todas as suas esperanças de encontrar uma razão para continuarmos nesse planetinha azul – até você lembrar o quanto filmes como esse fazem nossa jornada valer a pena. Lindo de doer - e dói mesmo. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#4 Mãe! (Mother!)

Direção de: Darren Aronofsky
O “entendi nada mas amei” definitivo de 2017 é a queda (para a glória) de Aronofsky no terror, um estilo em que o diretor sempre se mostrou simpatizante ("Cisne Negro" e "Réquiem Para Um Sonho" que o dizem). Usando um molde convencional do gênero para subverter os clichês e orquestrar um longa absolutamente assustador, “Mãe!” sufoca a plateia com suas imagens perturbadoras, sons nauseantes e metáforas poderosíssimas, criando o melhor meme cinematográfico do ano. Não senta na pia! Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#3 A Região Selvagem (La Región Salvaje)

Direção de: Amat Escalante
O filme mais estranho de 2017 é um drama sci-fi vindouro do México sobre mulheres que não se sentem sexualmente satisfeitas com os machos da mesma espécie e só conseguem descobrem o prazer nos tentáculos de um alienígena homicida e bissexual – encontrando tempo ainda para denunciar nossos preconceitos, machismos, homofobias e misoginias. Um filme assim não poderia ser menos que obra-prima, certo? Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#2 La La Land: Cantando Estações (La La Land)

Direção de: Damien Chazelle
“La La Land” teve o título de “Melhor Filme” na última edição do Oscar por dois minutos, numa das maiores reviravoltas (não intencionais) já vistas na premiação, porém nada é capaz de abalar o melhor musical do século. "Cantando Estações" é uma obra puramente cinematográfica: não só pelas sequências musicais filmadas sem cortes com explosões de cores, mas também por ser um manifesto de amor à arte, demonstrando um choque sincero sobre o amor e nossos sonhos. O que mais vale a pena? A resposta aqui é incrível – mesmo que "La La Land" arranque seu coração e pise em cima. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#1 Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight)

Direção de: Barry Jenkins
O primeiro vencedor do Oscar de “Melhor Filme” a ter todo o elenco composto por atores negros e o primeiro com temática LGBT dispensa apresentações à essa altura do campeonato. Obra-prima absoluta, irretocável e de inestimável importância social, “Moonlight” é um marco histórico para a arte ao mostrar as cruezas do ser gay, negro e periférico – e você nem precisa estar dentro de um desses “seres” para sentir a delicadeza devastadora do filme. Mas caso esteja, essa será, também, uma viagem para toda a sua vida. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.

***

Revendo essa lista, só reafirmamos o quanto Cinema é uma dádiva maravilhosa. Mas qual a sua lista de melhores do ano? Pode dar dicas daquele filme iraniano v-i-d-a que aqui passou batido e até meados de 2018 com a lista de melhores do ano (até agora). Nos vemos no Oscar!
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