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Foi difícil segurar as lágrimas na homenagem à Fernanda Montenegro na CCXP 2017

Homenageada na CCXP 2017, Fernanda Montenegro comoveu o público ao relembrar sua grande trajetória
Imagem cedida pela CCXP. Foto por Daniel Deák - Galpão de Imagens.

Tenho a audácia de chegar atrasado. Por minha sorte, a fila para o Auditório Cinemark é inexistente. Por outro lado, o medo de encontrar o auditório um tanto quanto vazio foi real: Fernanda Montenegro não faz muito a cara do público do evento. Para minha surpresa, entro e o local está lotado, com a atriz de "Central do Brasil" falando sobre algum ponto de sua carreira, do qual não consegui entender muito bem (até porque, né? Cheguei atrasado).

Não demorou muito para que Jorge Furtado, mediador do painel, anunciasse a exibição de um vídeo sobre os principais trabalhos da atriz (parece que, no fim das contas, não cheguei tão atrasado!). Focado nos trabalhos televisivos, o compilado mostrou contribuições de Fernanda desde os primórdios de sua carreira, como em "Medeia" e "Rainha da Sucata", até trabalhos mais recentes, tais como "Doce de Mãe" e "O Outro Lado do Paraíso". O público, neste meio tempo, grita entusiasmado quando as produções mais conhecidas surgem em tela, dentre elas "Guerra dos Sexos" e "O Auto da Compadecida".

Entre uma conversa e outra sobre sua trajetória, a atriz contou sobre como foi parar na televisão, lá em 1951, quando foi a primeira intérprete contratada por uma rede televisiva brasileira. O primeiro trabalho até então seria o único e não existiam planos de passar dele; porém, após tal estreia, Fernanda fechou um contrato de três anos e, de lá pra cá, se tornou a grande atriz que é hoje, sendo reconhecida internacionalmente ela recebeu o Emmy Internacional de Melhor Atriz por sua performance no seriado "Doce de Mãe".

"Eu tenho um prêmio dado por uma personagem idosa.  A personagem adorável do Jorge Furtado, é uma personagem de uma senhorona. (...) Vocês não tem ideia do que é este prêmio, porque é o grande prêmio televisivo do mundo. (...) Eu levei. Tudo bem, eu não iria recusar!", brincou Fernanda durante o painel, trazendo um clima ainda mais descontraído à convenção.

Quando questionada sobre seu papel em "O Outro Lado do Paraiso", ela é só elogios a Walcyr Carrasco, autor do folhetim, por trabalhar com personagens de diferentes gerações. A atriz evidenciou que a novela traz um elenco de todas as idades, que "somado dá uns 500 anos", e mantém a mesma importância para todos; algo que, de acordo com ela, é bem difícil de se ver hoje em dia, visto que atores de idade avançada geralmente recebem papéis limitados.

Aproximando-se o fim do painel, a pedidos de Jorge, o público foi convidado a levantar-se. Em nome de todos, ele agradeceu a Fernanda Montenegro por simplesmente existir, fazendo com que o público caísse nas palmas e gritos, fervorosos e felizes (afinal, ela é o maior nome da dramaturgia brasileira!).

"Só quero dizer que, se eu cheguei a tudo isso que o meu amigo disse aqui, não cheguei aqui sozinha. (...) Ninguém chega a lugar nenhum dito importante sozinho. Levem isto pra suas vidas. Muito obrigado!", concluiu a estrela.

O público, novamente, louvou à atriz com palmas. Fernanda agradeceu a todos repetidas vezes, claramente demonstrando comoção com a magnitude de todas as homenagens e do evento em si. Uso o blog para agradecê-la, mais uma vez, por ter proporcionado um painel incrível e inesquecível desta CCXP 2017.

Por José Lucas Salvani

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