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“Esquadrão Suicida” vale o hype e nos deixa com vontade de vê-lo outra vez

Fomos um dos convidados para assistir à pré-estreia exclusiva no Brasil e já adiantamos o que achamos de toda a produção.
A superexposição de “Esquadrão Suicida” já denunciava o voto de confiança dado pela Warner para o novo longa, que rendeu teasers, trailers, pôsteres, videoclipes e mais um pouco, e com a estreia marcada para a próxima quinta-feira (04), o filme será recebido em meio às críticas negativas dos que assistiram sua pré-estreia, mas nós também estivemos entre os primeiros brasileiros a conferí-lo e viemos para te aliviar: toda a produção é digna do seu hype SIM.

Antes de qualquer coisa, “Esquadrão Suicida” é um filme que foge à regra, em todos os sentidos. Mais colorido e divertido do que as últimas produções da Warner com o universo DC, o longa chega disposto a te conquistar por uma fórmula infalivelmente pop, costurada por uma trama estrelada por supervilões que, no fundo, também têm o seu lado bom – e te fazem gostar muito deles por conta disso.


Na história, Amanda Waller (Viola Davis) quer emplacar um ambicioso projeto, no qual confia a segurança do país nas mãos dos piores vilões de todos os tempos, mas quando tem essa oportunidade, se mostra mais sangue frio e malvada do que qualquer um dos figurões desse puta elenco. Você pode ficar surpreso em ler “puta elenco”, mas é de se impressionar a maneira como o filme conseguiu torná-los grandes, ainda que seja uma escalação de segunda linha, com personagens pouco conhecidos pelo grande público.

Os grandes momentos de “Esquadrão” ficam nas mãos da Arlequina de Margot Robbie, além da chefona Waller, interpretada pela ainda mais foda Viola, e tê-las como os destaques do filme, sem muito esforço, é um dos seus passos fora do convencional, visto que o cinema ainda vive essa virada na qual as mulheres deixam os papeis de vítimas para serem as heroínas e, se tratando do meio dos HQs, esse possa ser um movimento bem arriscado.


Arlequina, inclusive, vai contra a insatisfação dos que questionavam a sexualização da sua personagem, uma vez que, ainda que seja apresentada de uma maneira sexy, traz outros atributos que são reforçados ao longo do filme, como a sua loucura, submissão doentia pelo sofrível Coringa do Jared Leto e, o que se torna um fator crucial para toda a trama, a sua sagacidade. Já Viola Davis, nos deixa num misto de surpresa e admiração, fazendo da sua Amanda uma personagem que tinha tudo pra morrer na praia, como as esquecíveis aparições do Nick Fury (Samuel L. Jackson) nas aventuras da Marvel, mas cresce a cada cena e, como dissemos, se mostra pior que os piores vilões do seu álbum de figurinhas.

A narrativa de “Esquadrão Suicida” é certeira em acompanhar a agilidade do longa como um todo, fazendo uso muito inteligente da sua trilha sonora para construir a personalidade de seus vilões.


Bastante criticada pelas primeiras resenhas do filme, a narrativa de “Esquadrão Suicida” é certeira em acompanhar a agilidade do longa como um todo, não se prendendo aos dramas paralelos de seus personagens – e quantos dramas, hein! – e fazendo uso muito inteligente da sua trilha sonora para construir a personalidade de cada um deles. Algumas das nossas partes favoritas são quando tocam “You Don’t Own Me”, da novata Grace, dando um ar cabaré à prisão de Arlequina, e “Black Skinhead”, do Kanye West, para um momento em que o Pistoleiro (Will Smith) se descobre com o poder em mãos outra vez.


O Pistoleiro de Will Smith é outro ponto alto do filme. Em meio às fortes personalidades femininas, ele se mostra a pessoa certa para entrar no jogo de todos e, ainda assim, ditar quais serão as regras. Diríamos que, neste papel, ele pegou muito emprestado do seu “Hancock”, sendo também um dos personagens mais emocionalmente explorados – e mais bonzinho do que o número de cabeças explodidas por ele durante o filme sugere.



Todos os outros personagens servem de pano de fundo para momentos maiores e, pelo incrível que pareça, isso inclui o Coringa de Jared Leto. Há rumores de que o filme sofreu refilmagens pra ganhar uma linguagem mais leve e, nesse processo, perdeu muitas cenas, e acreditamos que estavam nelas as melhores cartas desse papel, que passa longe da grandiosidade dos seus anteriores, bem como termina como um mero auxiliar para contarem a história de Arlequina. Não foi isso que os materiais promocionais nos mostravam, nem mesmo o que o próprio Jared Leto alardeava em suas entrevistas.

Eles não só nos entregaram o prometido, como fizeram desse um dos filmes de super-heróis mais interessantes do ano.


Se a preocupação em torno da estreia de “Esquadrão Suicida” era da Warner não conseguir sustentar o hype criado pela própria, pode respirar aliviado: eles não só nos entregaram o prometido, como fizeram desse um dos filmes de super-heróis (na medida do possível) mais interessantes do ano. Não dá pra negar que, vez ou outra, o longa desliza em seu roteiro, bem como deixa de aproveitar o potencial de alguns papeis (a vilã da Cara Delevingne é menos interessante que o squad da Taylor Swift), mas temos a ação, aquela virada de enredo, os grandes personagens, a diversão e, sim, alguns clichês também, e embora não sejam nada que o tornem memorável, resultam numa produção que nos entretém do início ao fim. E nos deixa com vontade de vê-la outra vez.

“Esquadrão Suicida” é a prova de que a Warner está escutando os fãs da DC e aprendendo com seus erros, podendo significar uma importante mudança na abordagem à esse universo, que deverá ser refletida nos longas que estão por vir. Mal podemos esperar por isso.

disqus, portalitpop-1

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