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Você precisa prestar atenção em Willow e Jaden Smith, e aqui estão as razões

Depois de colocar os Smith Kids em diversas edições do It’s New, sentimos que era chegada a hora de compartilhar (e explicar) nossa admiração por esses irmãos em mais de um parágrafo.

Primeiramente, apague da memória aquelas crianças de "Whip My Hair" e Karate Kid. Willow e Jaden amadureceram - mesmo que ela ainda tenha 13 e ele 16 anos. Esqueça também aquele discurso de que eles são ricos, filhos de pais famosos, privilegiados, e só por isso têm audiência. Eles são, de fato, tudo isso - porém com talento suficiente para justificar cada holofote.

Willow não lembra mais, nem de longe, aquele fenômeno teen, em treinamento para virar uma estrela pop. Ela deu reset em todo o sucesso provindo do seu smash hit e recomeçou do zero. Knees & Elbows? Willow tem muito mais a nos oferecer do que um radio friendly álbum pop. “Eu estou transitando de ser alguém que achava que era para ‘Ei, essa não sou eu,’” disse em uma entrevista recente. “Eu quero transcender minha personalidade. Eu quero transcender tudo isso e alcançar um estado mais elevado do ser”. Um exemplo de que ela está no caminho certo é “Drowning”, faixa lançada em agosto do ano passado, pelo Soundcloud:


Jaden, por sua vez, também não é mais aquele muleque pentelho de “Never Say Never”, que brincava de ser rapper com rimas clichês, provavelmente escritas por outra pessoa. Agora, Jaden faz coisas como “Melancholy”:



Aqui, sobre o instrumental de “Breathe”, clássico do Pink Floyd (!), ele ironiza os próprios haters rimando como se fosse um deles: “Oh, você está fazendo rap sobre isso (sample do Pink Floyd)? Aposto que pensou que ia se sair bem. Você está estragando um clássico, assim como fez com Karate Kid.” Em outro trecho: “Eu me escondo por trás do meu ódio porque gostaria de ter a sua auto-confiança.” O produto final disso, tinha, realmente, grandes chances de acabar no lixo, mas não é o que acontece. As rimas são sólidas, com metáforas inteligentes, contando ainda com um backing vocal quase angelical de Willow.

Em setembro, foi a vez dela de divulgar o cover de “Easy Easy”, do cantor britânico King Krule. Na oportunidade, mostramos a faixa no It’s New com a observação: “(...) Os dias de ‘Whip My Hair’ foram divertidos, mas a nova sonoridade de Willlow é tão mais original e interessante que é impossível desejar que ela volte atrás.”



No começo de outubro, Jaden lançou, já com clipe, a faixa “Fast”. Rimas consistentes em uma batida minimalista. Uma pena que, honrando ao título, a faixa só tenha 1 minuto e 14 segundos de duração.


A ensolarada “Trophy” veio em seguida. Perfeita pra um domingo de verão.



Por outro lado, no mesmo período, também teve a dark e sofrida “Blue Ocean”, que mais recentemente ganhou o clipe abaixo. A faixa, supostamente enderaçada a Kylie Jenner (que aparece no clipe, inclusive), tem sample de “Blue Ocean Floor”, do Justin Timberlake e, na versão original com sete minutos (que você pode ouvir aqui), sample de London Grammar. Os vocais de Willow aparecem no final e, mais uma vez, elevam a canção a outro nível.


No que se refere a samples, Willow também já cantou sobre The XX. Em, “Your Love”, a forma com que a menina brinca com os vocais ainda não havia sido ouvida em nenhuma outra faixa dela. O resultado, sim, é incrível.



E não acabou ainda. Os mais recentes trabalhos da dupla são “Jetskis”“Cares” (divulgada enquanto este post estava sendo escrito) e, a faixa abaixo, “Female Energy”, que traz trechos da letra de “The Pressure”, atual single da cantora Jhené Aiko.



Com esse nível de produtividade dos últimos meses, é impossível você não se perguntar "Tá, e álbum, quando sai?". Jaden já chegou a falar no Twitter sobre ter material “em estoque” para dois ou três discos, mas não há nada concreto até agora. Já sua irmã - atenção - está prestes a lançar um EP. O  intitulado “3”, sai dia 10 de novembro.

Willow, inclusive, apresentou em um evento da revista The Fader, dias atrás em Nova York, duas faixas que estarão no vindouro EP - além de uma interessante versão 2014 do smash “Whip My Hair” (assista aqui). A primeira, “9”, é uma parceria com a cantora SZA (assista aqui) - um bom nome pra ficar de olho em 2015, cujo trabalho tem influência direta na música de Willow. A outra performance foi, claro, ao lado de Jaden. Sintonia entre irmãos e aquela sensação de que um complementa o outro é algo absolutamente normal nesse tipo de relação. O mérito dos Smiths? Ser capaz de expressar isso através da música. E mais ainda, de forma tão natural e sincera. Assista “5”:


Caso você não tenha percebido, as razões pelas quais Willow e Jaden merecem a nossa atenção são, simplesmente, as suas músicas. Filhos de quem são, era esperado uma inclinação e aptidão artística. Mas eles estão indo além, tomando as rédeas do próprio talento - o que por si só já demanda uma dose de talento extra. Aqui não há preocupação com dinheiro, fama ou charts. É a música pela autoexpressão, pela liberdade de dizer o que pensa e mostrar ao mundo quem realmente é.
disqus, portalitpop-1

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