Slider

Album Review: Sam Smith nos mostra sua melhor e pior parte em seu disco de estreia, "In The Lonely Hour"


Parcerias com DJ's sempre foram uma ótima maneira de nos apresentar novos nomes musicais ou até mesmo alavancar as vendas de artistas já conhecidos. Um grande exemplo disso foi o grande sucesso que a compositora Sia conquistou depois da parceria com David Guetta na faixa "Títanium". Mas agora, indo à terra da rainha, depois de estar presente em duas grandes músicas que fizeram bastante barulho nas paradas afora, passamos a conhecer Sam Smith, um novo nome em ascensão.

O cantor (que até está presente em nossa lista com 14 nomes para ficarmos de olho em 2014) se tornou justamente conhecido por dar voz as músicas "La La La" do DJ Naughty Boy e "Latch" do duo de música eletrônica Disclosure. Depois, abriu espaço para o lançamento de seu primeiro EP, "Nirvana", que conta com 4 faixas em sua versão standard e com mais 3 extras na versão norte-americana, dentre elas uma versão acústica para "Latch".



Após cair na boca do povo, o britânico, vencedor das categorias Critic's Choice Awards e Sound of 2014, respectivamente da premiação Brit Awards e da Rádio BBC, já conseguiu um contrato com a gravadora Capitol Records - responsável pelos lançamentos de artistas como Katy Perry, Selena Gomez e Sky Ferreira - e iniciou a divulgação de seu álbum de estreia "In The Lonely Hour", apresentado pelo primeiro single, a fantástica "Money On My Mind".

Em recente entrevista, Sam se revelou homossexual e disse também que o "In The Lonely Hour" é todo sobre uma paixão não correspondida sua por um cara (pô hein?! Como não amar esse lindo?!) o que nos deixou mais curioso sobre o que Smith tinha a dizer sobre, e o resultado é emocionante. O CD é todo banhado por um ótimo R&B, lembrando algumas composições de Adele, e isso sempre é um ótimo ponto! Então, deixando de conversa, comecemos a resenha.

1) Money On My Mind
O primeiro single do disco já conquistou vários fãs e recebeu ótimas críticas por aí afora. Mas apesar de ser o carro-chefe, a música não traz um resumo da sonoridade que vem a seguir, sendo uma das poucas animadas de toda a tracklist, mas é aqui que começa todo o desabafo de Smith, onde ele fala que tudo que ele faz não é por dinheiro e essa nunca vai ser sua prioridade. "Não tenho dinheiro em mente, eu faço pelo amor". Foi uma ótima escolha para chamar atenção da mídia e atrair o buzz necessário.

 

2) Good Thing
Como melancolia pouca é bobagem, a segunda faixa é feita pra cortar os pulsos lembrando daquele relacionamento que não deu certo, mas que você ainda queria ter outra chance. Iniciada por violinos que lembram "Pusher Love Girl" do Justin Timberlake, "Good Thing" mostra toda a timidez do cantor em confessar sua paixão a pessoa amada, já que ela não o corresponde, levando-o a ignora-lá para não ter que sofrer. "Muito de algo bom, não é bom e você sabe disso".

3) Stay With Me
Escolhida como segundo single, esta sim reproduz um pouco de tudo que escutamos no CD. Aqui, o cantor canta o refrão acompanhado de um magnífico coral, com um piano como pano de fundo e encontramos um Sam Smith solitário e carente, pedindo encarecidamente para que seu caso de uma noite segure sua mão e que fique ao seu lado.

 

4) Leave Your Lover
Uma das faixas promocionais do álbum, foi o estopim para que Sam assumisse sua homossexualidade devido ao seu clipe, no qual vive um triângulo amoroso com um homem e uma mulher. Na música, temos o cantor sofrendo por ver um de seus amores chamando pelo outro, fazendo-o se sentir excluído da relação, já que ele não sabe qual dos dois amar mais. "Apenas deixe o seu amado, deixe-o para mim".

 

5) I'm Not The Only One
Esta foi uma das escolhidas, junto com o remix de "Stay With Me" com participação da Mary J. Blige, para promover o relaçamento do "In The Lonely Hour" nos Estados Unidos. Com uma percussão meio acústica, o cantor sofre por saber que ele não é a única pessoa que o seu parceiro ama, mas que mesmo assim ele tentava negar todas as traições por gostar muito dele. "Você diz que eu sou louco porque você não acha que eu sei o que você faz, mas quando você me chama de 'amor', eu sei que não sou o único".

6) I've Told You Now
Depois de sofrer por não conseguir confessar o seu amor pela pessoa, aqui o cantor fica frustrado por ela não perceber o quanto ele gosta dela, mesmo com as tentativas erradas de tentar explicar para ela. É uma faixa bastante simples, que não acrescenta muita coisa no disco, servindo apenas para preencher espaço.

7) Like I Can
Esta é uma das poucas faixas animadas do CD e uma das melhores. Acompanhada pelos acordes de um violão meio frenético (à la "Give Me Love" do Ed Sheeran), a música também conta novamente com um coral. Temos mais uma vez o cantor se mostrando como a melhor opção para um relacionamento, porque mesmo que o concorrente tenha muitas qualidades e ele muitos defeitos, o outro nunca a amará como ele irá. "Nós todos temos demônios que não podemos manter, mas eu amo os seus como diabos podem".

8) Life Support
Depois de "Stay With Me" mostrar o lado tímido de Sam e em "I've Told You Now" ele tenta demonstrar por ações que gosta do amado, em "Life Support" o cantor faz o pedido para os dois se juntarem, alegando que ele é o seu suporte de vida. Com uma letra carregada de pedidos, Sam os faz por meio de falsetes maravilhosos no refrão, mostrando sua potência vocal. Esta também se junta ao time das melhores do disco.

9) Not In That Way
Marcada por um clima mais pesado, Sam nos remete a toda a tristeza que já foi nos mostrado até aqui em uma só faixa, tanto em sua sonoridade quanto em sua letra. Com vocais limpos e magníficos acompanhados apenas pelo som de cordas de um violão, temos talvez a canção mais triste deste trabalho. "E eu odeio dizer que te amo, quando é tão difícil para mim [...] e estou certo que sei o que você diria. Você diria: sinto muito, acredite em mim, eu te amo, mas não desse jeito." Depois dessa, nós realmente ficamos com vontade de oferecer nosso ombro para ele chorar.

10) Lay Me Down
Seguindo a mesma linha de sua antecessora, "Lay Me Down" começa tranquilamente com os vocais de Smith meio sussurrados com um piano ao fundo, que evolui para um refrão com a voz do cantor já mais alta. Em seu pós-refrão, são acrescentados mais instrumentos e temos a impressão de estar em uma daquelas "coffeehouses" britânicas com um som mais acústico. Mas o que chama a atenção é o final incrível com o que parece ser uma banda de desfiles ao fundo e com os vocais de Sam já evoluídos. Enfim, essa música não têm erros. Ótima escolha para fechar a versão standard do disco.



Já na versão deluxe do CD, temos a noventista "Restart", sendo a música mais chiclete depois de "Money On My Mind", que vicia logo na primeira ouvida, seguido pelas já conhecidas "Latch", que ganhou uma nova roupagem acústica linda de morrer, e "La La La", sua parceria com o DJ Naughty Boy. A produção do Joel Little (mesmo do EP e disco de estreia da Lorde) em "Reminds Me of You" vem banhada levemente por sintetizadores que transformam a faixa em uma das melhores coisas que temos aqui, fazendo nos perguntar por que diabos não está na versão standard, e "Make It To Me" começa com um toque que lembra vagamente "Same Love", da dupla Macklemore & Ryan Lewis, o que certamente não é uma coisa ruim, e serve pra fechar com chave de ouro o seu disco de estreia, finalmente confessando para o amado que ele é a sua cara metade, feita especialmente para Smith.

Resumindo: Em "In The Lonely Hour", Sam Smith cumpre perfeitamente o papel de nos mostrar um material de qualidade que convence bastante pessoas. Recheado de músicas para se ouvir com o fim de um relacionamento, Smith escreve dignamente uma peça de ouro para a sua paixão não correspondida, mostrando uma parte de si da qual muitos não tem coragem de fazer o mesmo. Só é uma pena que a versão deluxe não tenha vindo com um travesseiro no formato do cantor para dormir agarradinho com ele.
disqus, portalitpop-1

NÃO SAIA ANTES DE LER

música, notícias, cinema
© all rights reserved
made with by templateszoo