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Oscar Review: o forte "12 Anos de Escravidão" de Steve McQueen levará o Oscar de "Melhor Filme"?


FILME: 12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave)
DIREÇÃO: Steve McQueen
ROTEIRO: Steve McQueen, John Ridley
PAÍS: Estados Unidos/Reino Unido
ELENCO: Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender, Lupita Nyong'o, Sarah Paulson, Quvenzhané Wallis, Brad Pitt, Paul Dano
CATEGORIAS NO OSCAR: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator (Chiwetel Ejiofor), Melhor Ator Coadjuvante (Michael Fassbender), Melhor Atriz Coadjuvante (Lupita Nyong'o), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Figurino, Melhor Montagem, Melhor Design de Produção.

Para um filme ganhar o Oscar de "Melhor Filme", a maior honraria cinematográfica do mundo, existem algumas variáveis. Ao contrário do que se parece, não é a qualidade a maior delas, é a campanha. Sim, campanha, como um político que almeja a presidência. Produtores gastam milhões vendendo a imagem dos seus filmes, atores e tudo mais, para quem sabe ganhar um homem dourado - é por isso que tantos filmes ganham injustamente a categoria (alô "O Discurso do Rei"). Mas de vez em quando os votantes da Academia fazem certo e dão o prêmio a um filme digno, e ao que tudo indica, 2014 será assim.

"12 Anos de Escravidão" é o grande favorito da noite para a maior categoria. O filme é um drama épico sobre Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um negro livre que em 1841, nos Estados Unidos, é sequestrado e vendido como escravo, o qual passou, como nos revela o título, doze anos preso. Vemos então sua jornada pela liberdade e todos os inúmeros percalços por ele enfrentados. E são muitos.

Steve McQueen, diretor do longa, é famoso pelo estilo seco e cru dos seus filmes, "Shame" e "Hunger". Todos abordam a natureza humana de forma suja, podre, e em "12 Anos" o estilo continua. Enquanto filmes como "A Cor Púrpura" de Steven Spielberg abre mão da violência para retratar o drama dos negros americanos, McQueen não nos poupa de detalhes sórdidos de tortura e castigos dos "brancos superiores". O filme é uma grande rede de sofrimento para os personagens e para quem assiste, seja pela violência ou pelo terror psicológico, como na cena de partir o coração onde uma mãe é vendida e separada dos seus filhos. Quem assiste é cúmplice impotente - só podemos assistir calados.

Carregado pelas atuações magníficas de Ejiofor, Michael Fassbender, ator preferido de McQueen e Edwin Epps no filme, o insano dono de Solomon e Patsey, interpretada pela gloriosa Lupita Nyong'o, todos esses receberam indicações ao Oscar por seus papéis, mas Lupita entre os três é a que tem maiores chances de vitória, tendo como adversária principal Jennifer Lawrence por "Trapaça", outro exemplo de campanha muito bem feita. Os três em cena são um verdadeiro furacão de emoções, de dor e sofrimento à revolta e esperança.

"12 Anos de Escravidão" tem como maior concorrente o filme "Gravidade" ("Trapaça" há muito perdeu fôlego), mas "Gravidade" não ganhou nenhum prêmio de "Melhor Filme" relevante, enquanto "12 Anos" levou o BAFTA (Oscar britânico) e o Globo de Ouro. Mesmo não sendo o melhor filme entre os concorrentes é um filme forte, poderoso, reflexivo e absurdamente importante e urgente. Que nós nos envergonhemos a cada chibatada que aquelas almas levavam por mãos com valores de superioridade sem fundamento, e que isso sirva de lição para todo e qualquer ser humano. É aí que vemos a importância de um filme como "12 Anos de Escravidão" e o porquê de ele ser digno ao Oscar de "Melhor Filme".


ÚLTIMAS OSCAR REVIEW:
- "Gravidade", de Alfonso Cuarón
- "Ela", de Spike Jonze
- "Trapaça", de David O. Russell
- "Capitão Phillips", de Paul Greengrass
- "O Lobo de Wall Street", de Martin Scorsese
- "Clube de Compras Dallas", de Jean-Marc Vallée

PRÓXIMA OSCAR REVIEW: "Nebraska", de Alexander Payne, quarta, 26 de fevereiro.
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