Slider

Review: a melancolia de Ellie Goulding vem com dubstep e Calvin Harris em "Halcyon"

Adorada pelo público ~underground~ a cantora britânica Ellie Goulding teve seu debute na música com o álbum "(Bright) Lights", lançado em fevereiro de 2010 no Reino Unido e em março de 2011 nos EUA, o álbum alcançou o primeiro lugar da parada de álbuns britânicas e amargou a 21ª posição da Billboard Hot 200, mas nem tudo foi perdido para Goulding na Terra do Tio Obama, e foi no último single do álbum em questão que a cantora viu uma luz no fim do túnel - literalmente

A faixa-título do material, "Lights", foi lançada como single americano de Ellie em maio de 2011, mas foi só em agosto deste ano que ela, de forma surpreendente, chegou ao segundo lugar da principal parada de singles dos EUA. A canção, que teve como b-side um cover da cantora para "Only Girl In The World" (da Rihanna), foi o primeiro hit mundial de Ellie Goulding e abriu diversas portas para a cantora, garantindo a atenção de um bom público para seu segundo álbum, "Halcyon".

O segundo álbum da Ellie Goulding foi lançado nesta sexta-feira (05), mas como muitos sabem, caiu na internet alguns dias antes, e eis aqui o que achamos de todo o disco. Que fique claro que essa é a nossa opinião e que todos vocês tem total liberdade para expressar a de vocês nos comentários, desde que incluam nela a boa educação e, claro, o bom-senso.

Com ruídos ao fundo e vocais quase que puros, o "Halcyon" é aberto por "Don't Say A Word". A canção começa devagar, ganhando batidas cada vez mais crescentes, até se tornar algo tomado pela percussão, chegando a nos remeter a artistas como Florence + The Machine. É quase uma lavagem espiritual e nos convence a ficar, para conferir o que mais o álbum tem a nos oferecer. Aí chegamos a "My Blood", que mantém uma fórmula semelhante à primeira faixa, só que numa pegada mais eletrônica. Ousando um pouco menos nos vocais, a canção traz uma boa dose de melancolia em sua letra, com Ellie cantando sobre todo o sangue que perdeu com seu amor.
Após a calmaria do início, o álbum ganha um pouco mais de animação em sua terceira faixa, que é a já conhecida "Anything Could Happen". A canção, que foi carro-chefe do material, é dona de um dos refrões de mais fácil acesso do álbum e substitui toda a intensidade inicial por sintetizadores, mantendo a temática amorosa de forma melancólica e quase que nostálgica: "Depois da guerra, dissemos que lutaríamos juntos. Acho que era o que pensávamos que os humanos faziam". Prosseguindo com as batidas mais agitadas, partimos para "Only You". Arrisco dizer que essa é uma das melhores faixas do álbum e isso talvez se deva ao fato dela não se assemelhar a nenhuma outra dessa tracklist. O amor continua presente, a tristeza também, mas ambos muito bem disfarçados pelo instrumental, ficamos de joelho por esta canção.


Trazendo um pouco de cor para o monocromático "Halcyon", chegamos a faixa-título do álbum. Procurando sobre a palavra na internet, encontrei alguns curiosos significados, mas a maioria deles nos direcionava para o mesmo pensamento: calmaria. E é mais ou menos isso o que encontramos nesta faixa. Num instrumental mais tranquilizador, Ellie diz que tudo vai melhorar e não podemos duvidar dela, ainda mais quando notamos que a faixa que sucede "Halcyon" é a incrível "Figure 8". Essa é mais uma das que já comentamos aqui no blog e acredito que não tenha muito mais a dizer, ela mantém o climão melancólico do CD, mas de uma forma um tanto agressiva (vide o dubstep). Seu posicionamento na tracklist também é bem pensado, fazendo com que o álbum não acabe parado demais.

Dando fim a agitação de "Figure 8", Goulding inicia uma outra proposta em "JOY", vindo acompanhada de um piano e dando mais destaque para seus vocais. Assim como "Don't Say A Word", esta faixa pode nos enganar de início, mas se torna extremamente vívida em seus segundos finais, numa verdadeira explosão de instrumentos. A faixa que a sucede é "Hanging On", e é mais uma das que estão no lugar certo e na hora certa. Quem escuta essa canção, não consegue imaginá-la não sendo feita ou cantada por Ellie, a faixa se encaixa perfeitamente em todo o perfil do álbum e nela Goulding aproveita, mais uma vez, a oportunidade para mostrar um pouco mais de seus deliciosos falsetes, contando ainda com o tendencioso dubstep.

Ao falsete final de "Hanging On", voltamos a nos despedir da agitação e damos de cara com "Explosions". Na faixa, que também já havia passado aqui pelo blog antes, Ellie volta a dar destaque para seu vocal, cantando quase que somente ao som de um piano. A baladinha é daquelas que não cansam tão facilmente e abre caminho para "I Know You Care", faixa que integra a trilha-sonora do longa "Now Is Good" e ganhou um clipe há pouco tempo. Nesta faixa, Ellie deixa de lado toda a intensidade dos instrumentais de "Halcyon", elevando o nível emotivo em seu vocal, enquanto conta até mesmo com um coro ao fundo.
Com a intensidade na potência máxima, chega a hora de conhecermos "Atlantis", que é a décima-primeira faixa do disco. Nesta canção Ellie parece ter encontrado um ponto de encontro de todos os elementos do álbum, indo dos falsetes ao piano, flertando com o dubstep e as intensas batidas que abriram o álbum. A faixa também foi bem posicionada, ficando entre a baladinha "I Know You Care" e a dose-extra de melancolia de "Dead In The Water". Após tudo o que ela passou, tudo o que ela não queria era morrer na praia e em "Dead In The Water" o que temos é mais uma fórmula que nos prende aos vocais da cantora. Competindo com "I Know You Care", o instrumental desta canção é todo minimalista e chega a soar silencioso, principalmente se comparado - de uma forma incoerente, concordamos - com a faixa bônus do álbum, "I Need Your Love".


Faz um tempinho que contamos aqui que Ellie Goulding e o DJ Skrillex estavam envolvidos num romance, se lembram? Com isso, todos esperavam que a loira pudesse dar a chance de seu namorado brincar com seus vocais e seu amado dubstep, mas não foi desta vez. Um outro DJ "do momento" dividiu estúdio com Goulding e o nome dele é Calvin Harris. Por trás de "We Found Love" da Rihanna e "Call My Name" da Cheryl, o DJ escocês foi quem deu o toque final ao "Halcyon", garantindo também que Ellie tenha uma escapativa caso tema ser mais uma one-hit-wonder. Por sorte, Calvin Harris não fez com Ellie o mesmo que fez com Scissor Sisters, Ne-Yo e Cheryl Cole, aproveitando a parceria com a cantora para mostrar que nem tudo na vida é in a hopeless place e mesclando muito bem o estilo dela com o seu, resultando numa das coisas mais legais que escutei neste ano.

Resumindo: "Halcyon" tem uma grande ligação com o álbum "Lights", mas não como muitos esperavam. Ele não é algo extremamente diferente e também não segue numa linha reta. De um ponto de vista mais simples, eu diria que o álbum de estreia de Ellie era um pokemon e "Halcyon" é a mesma espécie, só que evoluída. É provável que muitos não concordem e cheguem a dizer que ela decaiu, mas a maioria desse 'muitos' se resume a ~hipsters da depressão~ que estão chateados pela parceria com Calvin Harris — e são os mesmos que vão se acabar nas boates da vida, quando "I Need Your Love" já estiver na setlist dos DJs por aí. A propósito, "Lights" — que já está na setlist de DJs por aí — também entrou como faixa bônus do "Halcyon", mas essa todos já conhecem do início ao fim e já teve seu momento de brilhar.
0

Nenhum comentário

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

disqus, portalitpop-1

NÃO SAIA ANTES DE LER

música, notícias, cinema
© all rights reserved
made with by templateszoo