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Review: Adam Lambert não quer ser Timberlake em "Trespassing"

O cenário musical pop nunca foi dos mais generosos com os homens e poucos nomes conseguiram grandes destaques no gênero - entre eles, Justin Timberlake e claro, o rei Michael Jackson. Justin Timberlake, eleito o príncipe do pop, lançou seu último álbum de inéditas em 2006, "FutureSex/LoveSounds", e nesses anos em que Timberlake se dedicou ao cinema e parcerias com rappers, muitos cantores tentaram ocupar o seu cargo - os mais recentes e ainda sem sucesso: Joe Jonas e Justin Bieber.
Em seu primeiro álbum solo, "FastLife", o cantor Joe Jonas usa e abusa de traços característicos de Timberlake, passando ainda por uma sonoridade que nos remete à Chris Brown, mas nada que faça com que todos caiam de amor por ele e faça com que ele se torne o sucessor da coroa de Justin. O outro Justin em questão, Bieber, conseguiu bons elogios com o primeiro single de seu novo álbum, que é a Timberleiska "Boyfriend", mas foi um efeito que se reverteu logo - o que atrapalhou Bieber? O videoclipe de "Boyfriend" e o fato do cantor não conseguir performá-la ao vivo.

Bom, toda essa conversinha acima foi apenas para resumir que os cantores da atualidade tão fazendo de tudo para se tornarem os novos príncipes do pop, mostrando um possível respeito à Michael Jackson e deixando claro que não querem reinar essa bagaça, mas Adam Lambert mira algo mais alto e seu segundo álbum de inéditas, "Trespassing", é uma ótima prova disso. Ao contrário de seu álbum de estreia, "For Your Entertainment", Lambert quer mais que te entreter e vem decidido a provar que ele amadureceu, musicalmente falando. Podemos ir para a parte importante da coisa?

» CONFIRA O ÁLBUM "TRESPASSING" NA ÍNTEGRA AQUI!

"Trespassing", o álbum, inicia seus trabalhos com sua faixa-título - composta pelo cantor em parceria com Pharrell Williams -, que fala sobre ultrapassar barreiras e não estar muito afim de receber ordens. Na primeira ouvida, "Trespassing" pode ser facilmente comparada à "Bad", de Michael Jackson. Prosseguindo com o álbum, partimos para "Cuckoo", que logo de início, traz algumas semelhanças com as deliciosas batidas do Justice + uma pegada dubstep, liricamente falando, a faixa mantém o conceito de "Trespassing", sobre passar dos limites e viver a vida sem olhar para trás.

"Shady" é a terceira faixa do álbum e conta com a participação de Sam Sparro e do produtor/guitarrista Nile Rodgers, nela, Adam Lambert continua querendo aproveitar o momento e ir mais além, vejo nela a possibilidade de um possível single. Falando em singles, a quarta faixa do álbum é a ótima "Never Close Our Eyes". Na canção, composta por Bruno Mars, o American Idol canta sobre não querer perder nenhum segundo de sua vida, uma vez que terá muito tempo para descansar quando morrer. Profundo, né?!

Neste álbum, Adam Lambert brinca de ser Michael Jackson e "Kickin' In" é mais uma prova disso e gostaria, inclusive, de citar "Billie Jean" neste trecho da review. A faixa é bem discontraída, o instrumental te ganha logo de início e se "Kickin' In" tiver metade da repercussão/sucesso que Michael teve com "Billie Jean", já fico feliz. Outra faixa que me deixaria muito feliz se fizesse aquele sucesso é "Naked Love", sexta faixa da versão standard do álbum. Desta vez, Lambert já foge um pouco dessa de ultrapassar os limites e quer amar, digo, tirar o máximo da pessoa amada naquele jeitinho brasileiro de ser e com um eletropop deliciosamente viciante.

Chegamos então na sétima faixa do álbum, "Pop That Lock", e aqui estamos com mais uma faixa que segue perfeitamente na linha do eletropop deliciosamente viciante. "Se você quer ser isso, terá que sonhar. Já que você tem a chave, acabe com essa tranca. Se você quer se livrar disso, terá que gritar", canta Lambert no refrão. Será que daria um bom clipe?

Dando uma pausa nas festas, Adam Lambert parte para as baladinhas eletrônicas com "Better Than I Know Myself", "Broken English", "Underneath" e "Outlaws of Love", faixas que possuem as melhores letras do álbum - just saying - mas que não deverão ser singles, digo, "Better Than I Know Myself" já exerceu esse cargo e sem muito sucesso. "Cockehold" por sua vez, que fica entre "Underneath" e "Outlaws of Love", traz lá sem diferencial, sendo uma baladinha direcionada para o rock - gênero que Lambert explorou melhor em seu álbum de estreia.

Pra quem não é muito fã de baladinhas (tipo eu, rs), "Runnin'" é um ótimo despertador para a sequência que rolou logo acima. Assim como as faixas que citei acima - de "Better Than I Know Myself" à "Outlaws of Love" - a faixa traz uma letra bem intensa, porém, com uma sonoridade bem mais cativante, daquelas que vai correndo pro seu coração (fazer trocadilhos com a música pode, produção?). Mantendo o climão deixado por "Runnin'", o álbum fecha com "Take Back" e "Nirvana". Em sua letra, "Take Back" fala sobre como ele teria de volta tudo o que "perdeu" durante um relacionamento que está para acabar e numa quase contra-partida (ou continuação?), Adam Lambert canta sobre um lugar onde os sonhadores podem descansar na ótima "Nirvana", que conclui o álbum lindamente.
Resumindo: Ao contrário dos últimos nomes masculinos que tentaram disputar um cargo que não está em aberto, apenas refazendo o que alguém fez muito bem há alguns anos atrás, Adam Lambert vem pronto para tentar deixar sua marca naquilo que ele faz de melhor. Sim, "Trespassing" traz uma grande influência do Rei do Pop, Michael Jackson, mas isso não faz com que Lambert se perca em referências e sim que acrescente mais à algo que já era bom. Adam Lambert não é o novo Rei do Pop e acreditem, não estamos em busca de um.
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